terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mulher recebendo gozada de quatro (quatro homens)

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a postagem.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O mundo está em decadência moral, então persegue o ateísmo e o s…


Quando uma sociedade está em decadência moral, persegue o ateísmo, a nudez e o sexo. Já reparou que quase todo filho da mãe é beato e moralista?

O povo é capaz de apoiar uma ditadura, teocrática ou não, com direito a censura na internet, se for pra preservar os valores tradicionais, de falta de sexo e de contato entre homem e mulher.

No final do século XIX, alguns filmes pornográficos eram só de cenas de strip-tease ou mesmo de beijos. Enquanto isso, católicos negavam atendimento médico, escola, sepultura e vendas no comércio para os protestantes.

Uma criança ou um adolescente já pode aprender a odiar quem é de outra raça, outro país ou outra religião, ou aprender que o bando de beatos paspalhos hipócritas sem-sexo da religião dos pais são os únicos da raça humana com princípios éticos. Tudo isso quando ainda não tem idade pra ver um beijo na boca ou o corpo de alguém do sexo oposto.

Um político pode ser ladrão, corrupto, autoritário, até assassino. Mas não pode ser ateu nem trair a mulher. E o ex-administrador municipal Scott Janke, de Fort Myers Beach, na Flórida (EUA), foi demitido porque sua mulher, Anabela Mota Janke, é atriz pornô, e eles tiveram que deixar a cidade.

Apedrejar gente por sexo fora do casamento é questão de cultura e soberania nacional. Mas depois que a professora Tiffany Shepherd posou de biquíni em um barco, isso era da conta da escola e ela foi demitida, não conseguiu outro emprego apesar de ter enviado cerca de 2.500 currículos e ela virou atriz pornô.

Uma empresa pode tratar mal os funcionários, pagar mal, impor jornadas acima da lei e atrasar salários. Mas quando a TAM descobriu que a comissária de bordo Priscila Cabral posou nua pra uma revista, se sentiu "moralmente ofendida", e a coitada não conseguiu emprego em outra companhia aérea.

Uma ditadura religiosa que vai contra os direitos humanos, a liberdade religiosa, a liberdade de expressão e o sexo é direito do povo do país que vive nessa desgraça. Mas um governo ateu é sexualmente liberal, sem princípios éticos e genocida.

Em alguns países, uma prostituta e o cliente dela podem ser mortos ou dividir cadeia com ladrões e assassinos. Enquanto quem tem dinheiro ou poder escapa da cadeia.

A televisão pode alienar o povo e distorcer as notícias. Indecente é um programa com mulher de pouca roupa.

A cidade sabe que o João é traficante, é assassino de aluguel ou desvia dinheiro público, mas a Maria tem que esconder que sonha em dar pra dois ao mesmo tempo. E não pode ser vista assistindo filme pornô, como aconteceu com a americana Nicole Ann Altendorf, que foi condenada a um ano de condicional por assistir a um filme pornô com a janela aberta, permitindo que ele pudesse ser visto e ouvido pelos alunos de uma escola.

Casar com um homem bem de vida grávida de um cafajeste qualquer é um bom negócio, mas casamento aberto é uma indecência.

Uma mulher pode ser respeitada depois de subir na vida nas costas de um ex-marido rico ou de um trouxa bem de vida pra quem abriu as pernas, mas é um absurdo ela ser atriz pornô.

Uma mulher pode transar pra subir na vida ou pra ganhar presentes, mas não pode transar por tesão.

A sociedade pensa que o máximo de caráter pra uma mulher é ser uma "mulher de família", que nada mais é do que uma vadia hipócrita ou uma feiosa paspalha que tem inveja de toda mulher que atrai um homem.

Ser hipócrita é virtude. Ser desonesto é esperteza. Até subir na vida abrindo as pernas é inteligência. Mas gostar de sexo parece que é o pior dos defeitos.


Abigail Pereira Aranha
Também disponível, sem fotinhas de safadeza, em http://oreinodedeus.wordpress.com/2010/09/16/o-mundo-em-decadencia-moral/.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Casamento aberto

Primeiro, o que é o casamento aberto, pra quem não conhece. Vou copiar um trecho da Wikipédia. Eu coloquei umas ilustrações aqui por minha conta, hehehehe.



Casamento Aberto usualmente se refere a um casamento no qual os parceiros envolvidos concordam que relações extraconjugais NÃO são consideradas como traição ou infidelidade, e podem ser vividas pelos dois parceiros juntos ou separadamente.
Existem muitas formas e estilos de casamento aberto, nas quais os parceiros têm diferentes níveis de liberdade ou de controle sobre a vida sexual do outro. Cada caso é discutido internamente entre os parceiros, não existindo um padrão de relacionamento.



História do Termo
As origens do termo "casamento aberto" são obscuras. Pesquisadores da década de 60 usaram o termo para descrever a liberdade individual que as pessoas têm para escolher seus cônjuges. "Casamento Fechado" era um termo usado para descrever aquelas pessoas que eram forçadas a se casar com alguém contra a sua própria vontade, sendo a decisão baseada em proibições e regras sociais. Já "Casamento Aberto", na época, se referia a indivíduos que escolhiam seus próprios parceiros baseados em preferência pessoal.
Nena O'Neill e George O'Neill mudaram o sentido do termo em 1972 com a publicação do seu livro "Casamento Aberto", que vendeu mais de 1.5 milhões de cópias. Eles concebiam "Casamento Aberto" como sendo aquele em que cada parceiro tem liberdade de crescimento individual e pode desenvolver amizades fora do casamento. A maioria dos capítulos do livro usa definições não controversas para revitalizar o casamento nas áreas da confiança, flexibilidade, comunicação, identidade e igualdade. No capítulo 16, por exemplo, chamado "Amor sem Ciúmes", dedica 20 páginas para a proposta de que um Casamento Aberto poderia incluir (ou não) algumas formas de sexualidade com outros parceiros. Esses conceitos entraram na consciência cultural e o termo "Casamento Aberto" se tornou sinônimo de casamento sexualmente não-monogâmico (não confundir com poligamia). Em 1977, com a publicação de "A Premissa do Casamento", Nena O'Neill defendia a fidelidade sexual num capítulo com o mesmo nome. Desde então, o conceito de Casamento Aberto como casamento sexualmente não-monogâmico ganhou vida própria.



Hoje, com muitos casais que não procuram um casamento formal, o termo é freqüentemente generalizado como 'Relacionamento Aberto'. O conceito de ser sexualmente aberto ou fechado é também aplicado para trios ou outros grupos maiores que dois.




Estilos de Casamento Aberto
Casais em Casamentos Abertos podem preferir diferentes tipos de relações extraconjugais. Casais que preferem relacionamentos extraconjugais enfatizando o amor e o envolvimento emocional têm um estilo poliamorista de casamento aberto. Casais que preferem relacionamentos extraconjugais enfatizando a satisfação sexual e amizades coloridas têm um estilo de casamento swinger. Essas distinções podem depender de fatores psicológicos como sexo social e pode contribuir para a formação de grupos separados e comunidades de swinggers e poliamoristas. Contudo, a despeito dessas distinções, todos os Casamentos Abertos compartilham dos mesmos problemas: a falta de aceitação social (há um consenso de que é o problema mais grave), a necessidade de manter o relacionamento como um casal estável, além da questão de administrar os ciúmes (que é bastante difícil para os iniciantes).




Aceitação Social de Casamentos Abertos
Pesquisas de opinião mostram que a grande maioria das pessoas desaprovam qualquer atividade sexual fora do casamento. Existem poucas pesquisas sobre a mesma desaprovação especificamente para Casamentos Abertos. Muitas vezes, as pessoas reprovam sem saber exatamente o que é, geralmente motivadas por opiniões pré-fabricadas e preconceituosas. Alguns críticos colocam objeções morais, religiosas, psicológicas e até patológicas para Casamentos Abertos. A falta de aceitação social exerce uma forte pressão nos casais, que os leva a esconder sua opção da família, amigos e colegas. Isso limita bastante sua rede de apoio social, às vezes até resultando, em alguns países, na perda de direitos governamentais de assistência médica e psicológica.




Manutenção do Relacionamento
O impacto do Casamento Aberto nos relacionamentos variam entre os casais. A maioria afirma ter um altíssimo nível de satisfação conjugal e relacionamentos mais duradouros. Outros desistem desse estilo de vida e retorna à monogamia. Esses casais geralmente continuam acreditando que o Casamento Aberto é um estilo de vida válido, mas não para eles. Ainda, outros casais experimentam sérios problemas e dizem que o Casamento Aberto contribuiu para seus divórcios. Todos os casais em Casamentos Abertos devem, por isso, prestar bastante atenção às suas regras de comportamento e de manutenção do casamento.



Administração dos Ciúmes
Casais em Casamentos Abertos geralmente se colocam em situações que potencialmente podem provocar ciúmes. A maioria dos casais relata que sentiu ciúmes em algum momento do seu relacionamento. Alguns conseguem administrar isso muito bem, outros não se sentem tão seguros. Há os que afirmam que não sentem ciúmes de forma alguma. Por fim, há aqueles que até conseguem transformar seus ciúmes num sentimento positivo. As regras gerais definidas pelo casal no início do relacionamento são um ótimo caminho para ajudar a administrar os ciúmes em Casamentos Abertos. Contudo, elas podem não ser suficientes em alguns casos. O maior benefício, nesse sentido, é que os casais geralmente passam a entender os ciúmes mais profundamente e sabem como lidar com esse sentimento. Um exemplo de uma paradoxal relação entre o Casamento Aberto e o ciúmes está no livro "A Outra Vida de Catherine M." que retrata a grave crise de ciúmes vivida por uma escritora famosa em meio a uma vida sexual extremamente agitada.



Regras Gerais
Casais envolvidos em Casamentos ou Relacionamentos Abertos tipicamente adotam uma série de regras gerais, definidas pelo próprio casal, para guiar suas atividades. Tais regras permitem que os parceiros coordenem seus respectivos comportamentos de forma que eles alcancem objetivos em comum com menos conflitos. Algumas regras são mais universais no sentido de que se aplicam a virtualmente todos os tipos de relacionamento numa cultura em particular. Outras regras se aplicam a apenas alguns tipos específicos de relacionamento, como amizades ou casamentos. As regras adotadas por casais sexualmente monogâmicos (a maioria), tendem a proibir comportamentos que são vistos como atos de infidelidade, como envolvimento sexual com terceiros. As regras adotadas por casais com casamento aberto tendem a proibir comportamentos que provoquem ciúmes, como por exemplo evitar se relacionar sexualmente com conhecidos em comum, mas geralmente são muito mais flexíveis do que os praticantes do relacionamento fechado. Tais regras podem mudar de acordo com o tempo e são definidas por cada casal.

Questões Legais
A prática de sexo extraconjugal é geralmente ilegal na maioria dos países onde o adultério é considerado ilegal, não importando se o parceiros entraram em acordo ou não. "Casamento Aberto" não é a mesma coisa que poligamia, em que relações sexuais são inteiramente mantidas entre os parceiros numa união formalmente reconhecida.



Por que eu sou completamente a favor do casamento aberto? Em primeiro lugar, nós homens e mulheres não somos capados. Você só vai sentir atração pela sua esposa ou pelo seu marido? Então você não é homem ou mulher, você é um(a) capado(a) com uma obrigação conjugal, ou tenta ser um(a). E quem te exige fidelidade no sexo também te exige não ter os seus amigos, a sua carreira, os seus divertimentos, se bobear não deixa nem sair de casa a não ser pro trabalho, pra igreja ou pra visitar a sogra.



E se você é contra e for ver porque é contra, vai achar um monte de lixo que você tem na cabeça, tipo a moral da falta de sexo ou o machismo de encrenqueiro freqüentador de buteco.
Você vai perguntar: você é casada? Não sou. E quando você for casada você acha que vai conseguir deixar o seu marido transar com outra numa boa? Vou, porque amar é querer ver bem. E quem se incomoda se o marido transar gostoso com uma bela mulher é uma mulherzinha que não tem conteúdo pra manter um homem sem usar a buceta ou um filho.

Alguns vão perguntar: se não é pra ter exclusividade, pra que casar? Casar é uma coisa muito séria pra ser baseado só em sexo. Um casal tem que ter alguma coisa pra ter prazer de estar um com o outro, um não pode isolar o outro do mundo, e os dois não podem estar juntos só por causa de uma obrigação e porque um só tem o outro pra fazer sexo em paz.





Casamento aberto é pra casal que tem cabeça e conteúdo. É pra quem não precisa usar o sexo pra prender alguém do sexo oposto.
Um dia desses eu escrevo sobre ciúmes. Beijos.
Abigail Pereira Aranha



domingo, 5 de setembro de 2010

Precisamos de mais mulheres na política? 3 (Cristina Kirchner, de novo)

O novo ataque dos Kirchners

Em mais uma tentativa de cercear a liberdade de imprensa, o governo argentino apresenta um projeto para controlar a venda de papel-jornal

Rodrigo Turrer

Marcos Brindicci
TUTELA
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anuncia o projeto de lei. Ela diz não querer fiscalizar ninguém: “Não é para controlar nada”

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, fez mais uma ofensiva em sua guerra contra a imprensa do país. Na semana passada, ela anunciou um projeto de lei para transformar a produção e a comercialização de papel-jornal em setor “de interesse nacional”. O projeto impõe controle do Estado sobre o preço, a distribuição e a comercialização do insumo produzido pela Papel Prensa, a única fábrica de papel-jornal do país, que produz 75% do insumo e abastece 170 diários.

Em tese, o projeto serviria para estimular o aumento da produção nacional e evitar a importação de papel-jornal. Mas, muito além do interesse nacional, o projeto é uma forma de o governo restringir a oferta de matéria-prima aos dois mais influentes jornais da Argentina, o La Nación e o Clarín, ferrenhos opositores da gestão Kirchner. O governo acusa os veículos de exercer hegemonia no mercado. O controle da Papel Prensa é compartilhado pelos dois (o Clarín detém 49% das ações; o La Nación, 22,49%) e pelo Estado argentino, que detém 27,46%.

Segundo a presidente, o Estado, como sócio minoritário, vai investir na Papel Prensa para aumentar sua capacidade, sem aumentar sua fatia do capital. “Não é para controlar nada”, disse Cristina. “É simplesmente para que deixem de controlar os argentinos e deixem que as regras do livre-comércio possam ser gozadas por todos os empresários editoriais.”

Em meio ao anúncio, televisionado, Cristina Kirchner acusou os dois jornais de “crimes contra a humanidade”. Ela apresentou um relatório de 400 páginas em que acusa os veículos de ter sido cúmplices da ditadura militar (1976-1982) na compra da Papel Prensa, em 1976, pelos diários Clarín, La Nación e La Razón (este último extinto). Segundo o documento, a família Graiver, então sócia majoritária da Papel Prensa, foi pressionada pelos militares a vender a empresa por um quarto do valor de mercado.

A afirmação é desmentida por fatos históricos. A venda se consumou em novembro de 1976. Apenas seis meses depois os membros da família foram presos pela polícia política, acusados de gerir as finanças dos Montoneros, um grupo armado peronista. Segundo o La Nación, Lidia Papaleo – a matriarca da família, viúva do banqueiro David Graiver – confirmou à Justiça que não fora detida ou torturada no período em que vendeu as ações da empresa. O irmão de Graiver, Isidoro, e a filha do banqueiro, Maria Sol, confirmaram que Lidia só foi presa e torturada seis meses depois da venda. O historiador argentino Marcelo Larraquy afirma que “desde a redemocratização do país, é a primeira vez que se levantam dúvidas sobre a legitimidade da transação”.

A oposição argentina anunciou que seus parlamentares vão derrubar a proposta. O deputado Óscar Aguad, da UCR, afirmou que “declarar o papel como algo de interesse público é um passo prévio à desapropriação”. A deputada Eliza Carrió, da Coalizão Cívica, lembrou que o projeto vai na contramão do Artigo 13 do Pacto de San José, assinado por Estados americanos em 1978, que proíbe medidas de controle de papel para jornais. O projeto repercutiu no exterior. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) afirmou se tratar de um projeto “inconstitucional, por buscar controlar a mídia”. O Departamento de Estado americano também manifestou preocupação e afirmou acompanhar de perto “o forte debate na Argentina”.

Desde 2003, quando Néstor Kirchner, marido de Cristina, assumiu a Presidência, o governo argentino priorizou meios de comunicação governistas na publicidade oficial. O Grupo Clarín é o que mais sofre com as represálias kirchneristas. Em setembro do ano passado, agentes da Receita Federal invadiram a sede do jornal e a casa de seus diretores. Dois meses depois, um boicote de caminhoneiros orquestrado por um sindicato peronista, alinhado com o governo, interrompeu a distribuição do diário. No fim do ano passado, o governo cancelou a licença de operação da empresa Fibertel, que pertence ao Grupo Clarín e oferece serviços de internet.

Controlar o papel-jornal para cercear a liberdade de imprensa é uma tática antiga. No México, o Partido Revolucionário Institucional (PRI) – que ficou no poder por sete décadas – decretou, em 1935, o monopólio da importação de papel-jornal. A cota de cada veículo era proporcional ao grau de docilidade.

A tentativa de tutelar a atividade informativa leva os Kirchners por um caminho similar ao de outros países do continente, em que a imprensa é vítima de ameaças. Na semana passada, a Justiça da Venezuela, controlada por Hugo Chávez, decidiu impedir os meios impressos de publicar fotos ou textos com “sangue, armas, mensagens de terror e agressão física”. Na Bolívia, o presidente Evo Morales já ameaçou nacionalizar o diário La Razón. No ano passado, obrigou jornais e TVs a reservar um espaço diário a jornalistas e sindicalistas do governo. A Assembleia Nacional do Equador analisa um projeto de lei do governo que exigiria dos meios de comunicação licença anual para funcionar.

No Brasil, onde pipocam de tempos em tempos propostas como a de um conselho que regule a atividade jornalística, os três principais candidatos à Presidência assinaram há duas semanas, em um congresso da Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Declaração de Chapultepec, uma carta de princípios com intenção de preservar “uma imprensa livre como uma condição fundamental para que as sociedades resolvam seus conflitos, promovam o bem-estar e protejam sua liberdade”. É preciso saber se manterão a palavra assinada.

Revista Época, 27/08/2010, http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI166853-15227,00.html

sábado, 4 de setembro de 2010

Precisamos de mais mulheres na política? 2 (Cristina Kirchner)

Os pitboys de Cristina

O governo Kirchner contratou baderneiros para ameaçar funcionários públicos que não aceitam manipular
estatísticas. Um dos brutamontes até acompanha a seleção argentina na África do Sul

Duda Teixeira

Fotos Perfil.com e Víctor Carreira/Télam/CL

PROFISSÃO:
PANCADA


Ariel Pugliese (no detalhe) faz a segurança do craque Messi em Buenos Aires, à direita, e participa de agressão
a técnicos do Indec em lançamento de livro em abril, à esquerda

Para a Copa do Mundo, cada seleção levou um pouco de seu país. Os brasileiros, por exemplo, levaram pandeiros para o pagode. Já a Argentina reservou 22 assentos do avião para barrabravas, os membros das violentas torcidas organizadas. Entre os hooligans argentinos que acompanham a delegação na África do Sul está Ariel "Verme" Pugliese, a quem também coube servir de segurança do atacante Lionel Messi durante a fase eliminatória do torneio. Membro da torcida do Nueva Chicago, time da terceira divisão, Pugliese foi investigado em 2007 pelo homicídio de um torcedor do Tigre. Em outubro do ano seguinte, foi baleado em uma briga de torcida. As encrencas futebolísticas são apenas o hobby de Pugliese. Profissionalmente, ele faz parte de uma gangue de funcionários a serviço da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos, equivalente ao IBGE brasileiro), órgão público responsável pelo cálculo da inflação, do produto interno bruto (PIB), dos índices de pobreza e pela contagem da população. Os pitboys de Cristina têm a função de ameaçar e, quando necessário, espancar os colegas de trabalho que se negam a acatar as ordens do governo de falsificar estatísticas.

A maquiagem dos dados econômicos começou em 2007, na Presidência do marido e antecessor de Cristina, Néstor Kirchner, com o objetivo de dar aumentos salariais aos servidores públicos com base em índices de inflação mais baixos que os verdadeiros. Pouco a pouco, todos os departamentos do Indec foram empastelados. "Ao falsear os dados de inflação, foi preciso adulterar as demais estatísticas", diz Graciela Bevacqua, que era a responsável pela medição dos preços e foi demitida em janeiro de 2007 por se negar a participar da maracutaia. A falsificação dos dados oficiais faz a situação da economia argentina parecer muito melhor do que de fato é. Segundo o Indec, o PIB cresceu 0,9%. Para as consultorias privadas, o que houve foi uma retração, estimada entre -3% e -4,4%. Oficialmente, a proporção de pobres no país é de 13,2%. Na realidade, está em 30%. A inflação dos Kirchner foi de 7,7% em 2009. A das estimativas independentes, de 15%. O desemprego segundo o Indec é de 8%. Os cálculos mais confiáveis chegam a 11%. A intervenção de Néstor e, agora, Cristina Kirchner no Indec não foi recebida com passividade pelos técnicos do instituto. Muitos, como Graciela, se rebelaram. Dos mais de 1 000 funcionários, cerca de 200 foram demitidos ou transferidos para funções irrelevantes. Em seu lugar, foram contratados 600 novos funcionários, fiéis aos Kirchner, entre os quais o grupo de 100 brucutus do qual Pugliese faz parte. Eles são conhecidos internamente como la patota.

Em abril passado, durante o lançamento de um livro em Buenos Aires com críticas à ingerência kirchnerista nos dados oficiais, Pugliese e seus comparsas agrediram os convidados, majoritariamente técnicos do Indec, com cadeiradas e empurrões. No cotidiano do instituto, os aspones da pancadaria cuidam para que os funcionários mais antigos obedeçam às orientações do governo. Quem sai da linha recebe ameaças verbais ou é alvejado com lixo e copos d'água nos corredores. Em 2008, um grupo de técnicos foi agredido ao tentar levar um abaixo-assinado ao ministro da Economia, ao qual o Indec é vinculado. "Os membros da patota estavam nos esperando dentro do prédio do ministério. Quando entramos, eles diminuíram a luz e começaram a nos bater", conta a socióloga Cynthia Pok, de 64 anos, ex-diretora da pesquisa permanente de domicílios do Indec. Cynthia precisou entrar na Justiça para não ser demitida, mas foi afastada do trabalho direto com as estatísticas. As ameaças não pararam. No mês passado, quando ela e outros funcionários chegaram ao trabalho pela manhã, encontraram os seus computadores destruídos. Obra da patota.


Juan Mabromata/AFP

ESTÁ TUDO NA CABEÇA DELA

O Indec divulga os dados que Cristina quer

Os diretores kirchneristas do Indec rasgaram as metodologias científicas consagradas e inventaram novas, incluindo um programa de computador que elimina automaticamente os dados de qualquer produto cujo preço suba mais de 15%. Em maio de 2008, os técnicos do Indec iniciaram o censo agropecuário. A coleta de informações, que deveria durar dois meses, ainda não terminou. Para impedir que os técnicos mais antigos tenham acesso ao levantamento, foram erguidos tapumes de madeira no meio da sala de pesquisas. Só os funcionários pelegos podem entrar no espaço onde estão os computadores do censo atrasado. O resultado da falta de transparência no Indec é que as estatísticas publicadas pelo órgão deixaram de ser usadas por economistas, consultores, demógrafos e até burocratas do governo. "A manipulação de dados é tão ostensiva que se tornou impossível ter um retrato objetivo da sociedade argentina", diz o economista Javier Lindenboim, diretor do Centro de Estudos sobre População, Emprego e Desenvolvimento da Universidade de Buenos Aires (UBA). Para atender os empresários que precisam de informações críveis para planejar seus negócios, cinco consultorias privadas e a própria UBA coletam dados e divulgam índices de inflação de maneira independente. Em abril, o assessor de um deputado da oposição foi preso sob a acusação de entrar no Ministério da Economia para roubar estatísticas e vendê-las a consultorias. Os supostos compradores defendem-se dizendo que não se interessam por números produzidos pelo ministério. É tudo falso, mesmo.



Diego
Giudice


COTIDIANO
DE TERROR


Cynthia Pok, que dirigia a pesquisa permanente de domicílios antes da intervenção dos Kirchner, já apanhou
da gangue governista e teve o computador destruído

Revista Veja, 16 de junho de 2010, http://veja.abril.com.br/160610/pitboys-cristina-p-090.shtml

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Hackerativismo - esse rapaz está de parabéns

Ele enganou Ahmadinejad

Como um programador da Califórnia está ajudando os ativistas a driblar a censura oficial à internet no Irã

Bruno Ferrari

Andy Hall
LIBERDADE
Austin Heap posa com mouses. Ele criou um programa que mascara as informações trocadas na rede

Um dos aspectos que celebrizaram a luta da oposição iraniana contra o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad foi o uso inteligente da internet para se organizar e divulgar a opressão do regime. Para driblar os agentes de segurança do governo do Irã, os ativistas iranianos contam com a ajuda de voluntários, especialistas em segurança da internet. O mais notável é Austin Heap, um americano de 26 anos, programador de São Francisco, na Califórnia. Graças ao programa que ele desenvolveu, os iranianos conseguem burlar o sistema de vigilância governamental e acessam sites da oposição, publicam vídeos no YouTube ou usam o serviço de micromensagens no Twitter.

No auge dos protestos contra a reeleição de Ahmadinejad, em junho do ano passado, Heap era um programador que prestava serviços para empresas de tecnologia da Califórnia. Homossexual, fã de games, também cuidava da tecnologia em uma ONG de defesa de minorias étnicas, quando ouviu certo dia seu namorado falar no uso que a oposição iraniana fazia da internet. Logo após o anúncio dos resultados, o Twitter foi inundado de mensagens que acusavam o governo de fraude eleitoral. Os iranianos passaram também a organizar protestos nas ruas, violentamente reprimidos pelas forças oficiais. Os ativistas usavam serviços de mensagem pelo celular, pelos blogs e pelo Twitter para se organizar e divulgar imagens da repressão. A multiplicação dessas mensagens chamou a atenção de Heap – e ele viu aí uma oportunidade de usar seus conhecimentos técnicos para ajudar os iranianos.

Heap publicou em seu blog um guia que ensinava os ativistas a usar um programa que desvia as informações pela rede por caminhos difíceis de rastrear. Mesmo assim, seu post foi descoberto por agentes iranianos, que conseguiram combater essa técnica. Enquanto buscava uma alternativa, Heap recebeu um chamado para um chat de alguém que se identificava como Quotemstr e dizia ser um dissidente ainda com acesso a informações do regime iraniano. Quotemstr passou a Heap documentos com os procedimentos de vigilância na internet usados pelo governo. Eram 96 páginas de códigos de programação escritas em persa. Heap decifrou os código interpretando os desenhos e desenvolveu um programa mais eficaz, chamado Haystack (palheiro, na tradução do inglês). A grande inovação do Haystack para driblar os sistemas de vigilância está na forma como ele transmite as informações pela internet. Em geral, os programas mais usados por ativistas usam códigos para transmiti-las de modo seguro, sem que elas possam ser decifradas pelos censores. Ainda assim, eles podem derrubar a conexão. Para evitar isso, o Haystack não apenas usa códigos seguros, mas também disfarça os dados de modo que, para um censor, eles parecem tráfego inócuo, como o acesso a sites de compras, lazer ou do próprio governo.

Depois dos 30 dias em que desenvolveu o Haystack, Heap distribuiu convites a ativistas-chave para testá-lo. “Queria privilegiar os ciberativistas, em detrimento a usuários que queriam o programa apenas para poder baixar música pirata”, disse Heap à revista americana Newsweek. Ironicamente, a lei americana proíbe qualquer exportação para o Irã, mesmo de um software usado para promover a liberdade. Ao perceber a importância do Haystack, o Departamento de Estado americano apressou sua liberação.

Com o apoio do governo americano, Heap fundou o Centro de Pesquisas da Censura, uma ONG que desenvolve programas para driblar a repressão em outros países. Ele apoia um movimento que ganhou mais corpo no último ano, conhecido como hackerativismo. Ele é formado por hackers que se unem em grandes fóruns virtuais para criar novas formas de burlar a censura na internet. Eles desenvolvem seus programas a partir de códigos básicos, aperfeiçoados por voluntários de todo o mundo.

Os hackers contam com o apoio de iranianos como Ali Yavari, de 24 anos, que se mudou há 11 meses para a Suécia, onde cursa um mestrado em redes de computadores. Yavari afirma apoiar toda iniciativa para burlar a censura do governo iraniano na internet. Mas diz que não é uma tarefa fácil. “No Irã, todos os provedores precisam comprar conexão de uma empresa iraniana ligada ao governo”, afirma. “Por isso é muito fácil bloquear o acesso a sites.” Yavari também lembra que não são só informações políticas que sofrem com as sanções do governo iraniano. Ele diz que seria impossível a uma empresa iraniana manter comunicações privadas – sem nenhum fim político – com filiais ou matrizes em outros países. “O governo bloqueia todas as redes privadas”, afirma. “O final dessa história vai ser: restrição, mais restrição e mais restrição.”

É difícil acreditar que os ativistas vençam um governo organizado como o iraniano. Em maio, o Irã anunciou a criação do Comando de Defesa Cibernética, o segundo maior exército de repressão na internet do mundo (atrás apenas dos censores chineses). A esperança dos hackers é que, mesmo diante de um governo bem equipado, a criatividade prevaleça. De sua ONG, na democrática Califórnia, Heap enviou um recado aos regimes repressores em reportagem da Newsweek: “Uma criança travessa vai mostrar a vocês como deve funcionar a internet”.

Revista Época, 30/08/2010, http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI166869-15227,00-ELE+ENGANOU+AHMADINEJAD.html

Desejo sexual feminino: olha como mulher é falsa

Gente, essas mulheres são de uma falsidade impressionante (eu sou mulher, mas sou humilde de reconhecer os defeitos meus e das outras). A gente já sabia que elas fingem orgasmo, fingem amor, fingem que gostam de sexo, fingem que o filho é do marido, agora a gente descobre que, em matéria de sexo, mulher mente até em pesquisa científica. Essa saiu numa reportagem da revista Época, que eu vou reproduzir em baixo. Só pra adiantar um pouquinho:

Existe uma distância entre o que as mulheres manifestam fisicamente e o que elas declaram sentir. As cenas de sexo entre mulheres, por exemplo, foram as que causaram maior excitação física entre as mulheres heterossexuais – mas aparecem em segundo na lista de respostas sobre as imagens mais excitantes.

Gente, será que eu e vocês que estão lendo não sabemos mais o que significa ser lésbica? Pois é, a falsidade feminina daria vontade de rir se não fosse uma coisa muito séria.

Beijos

Abigail Pereira Aranha



O que desperta o desejo sexual feminino

Novos estudos sobre revelam um abismo entre o que as mulheres sentem e o que dizem sentir

Ivan Martins e Francine Lima. Com reportagem de Laura Lopes


Ida Bauer aparece nos textos de Sigmund Freud, o pai da psicanálise, sob o nome fictício de Dora. É uma moça bonita, de 15 anos, perturbada por tosses nervosas e incapacidade ocasional de falar. Chegou ao divã do médico vienense queixando-se de duas coisas: assédio sexual de um amigo da família e indisposição do pai em protegê-la. Freud aceitou os fatos, mas desenvolveu uma interpretação própria sobre eles. O nervosismo e as doenças se explicavam porque a moça se sentia sexualmente atraída pelo molestador, mas reprimia a sensação prazerosa e a transformava, histericamente, em incômodo físico. Como Ida se recusou a aceitar essa versão sobre seus sentimentos, largou o tratamento. Peter Kramer, biógrafo de Freud, diz que os sintomas só diminuíram quando ela enfrentou o pai e o molestador, tempos depois. Freud estava errado; ela, certa. Anos mais tarde, refletindo sobre a experiência, Freud escreveu uma passagem famosa: “A grande questão que nunca foi respondida, e que eu ainda não fui capaz de responder, apesar de 30 anos de pesquisa sobre a alma feminina, é: o que querem as mulheres?”.

Meredith Chivers, uma jovem pesquisadora da Universidade Queen, no Canadá, acredita que pode finalmente responder à pergunta. Sem os preconceitos e a ortodoxia de Freud, e com recursos experimentais que ele não tinha, reuniu 47 mulheres e 44 homens em laboratório e aplicou o mesmo teste a todos eles: viram oito filmes curtos sobre sexo, com temas variados, enquanto seus órgãos genitais eram monitorados por sensores capazes de medir a ereção masculina e a lubrificação feminina. Ao mesmo tempo, Meredith pediu que indicassem, num sensor eletrônico, quanto estavam excitados com cada cena projetada. Essa era a parte subjetiva do teste.

Os resultados foram sensacionais. Meredith descobriu, primeiro, que as mulheres, sejam elas hétero ou homossexuais, se estimulam com uma gama muito variada de cenas. Homem e mulher transando, mulheres transando, homens transando, quase tudo foi capaz de produzir excitação física nas mulheres. Até cenas de coito entre bonobos (os parentes menores e mais dóceis dos chimpanzés) causaram alterações genitais nas voluntárias, embora tenham deixado os homens indiferentes. Qualquer que seja a sua orientação sexual, eles parecem ser mais focados em suas preferências. Homossexuais se excitam predominantemente com cenas de sexo entre homens ou com cenas de masturbação masculina. Heterossexuais se interessam por sexo entre mulheres, sexo entre homens e mulheres e atividades que envolvam o corpo feminino, mesmo as não-sexuais. O estudo sugere que as mulheres são mais flexíveis em sua capacidade de se interessar. Seu universo sexual é mais rico.

A outra surpresa da pesquisa de Meredith, talvez sua descoberta mais importante, foi a constatação de que existe uma distância entre o que as mulheres manifestam fisicamente e o que elas declaram sentir. As cenas de sexo entre mulheres, por exemplo, foram as que causaram maior excitação física entre as mulheres heterossexuais – mas aparecem em segundo na lista de respostas sobre as imagens mais excitantes. Ocorre o mesmo com sexo entre dois homens. Os sensores vaginais mostram ser esse o terceiro tipo de cena que mais excita as mulheres, mas ele aparece na quinta posição nas declarações. O fenômeno de divergência entre corpo e mente não poupa os macacos. Meredith diz que o relato subjetivo das mulheres sobre os bonobos não é coerente com a excitação física que elas demonstram. “O que eu descobri foi que as mulheres ficaram fisicamente excitadas (com os macacos), mas não declararam se sentir dessa forma”, ela disse em entrevista a ÉPOCA. Os homens demonstram um grau de coerência mais elevado entre as medidas objetivas e subjetivas. Eles declaram gostar daquilo que fisicamente os comove, embora também se confundam com escolhas, por assim dizer, difíceis. No instrumento em que registram suas preferências, os homens heterossexuais marcaram as cenas de masturbação femininas como as mais excitantes, vencendo por pouco o sexo entre duas mulheres. Mas os sensores genitais mostraram coisa diferente: a vitória pertence claramente às cenas de sexo entre mulheres. A conclusão é que também entre os homens há uma diferença entre excitação mental e excitação física, mas ela parece ser muito menor do que entre as mulheres.

Revista Época, 03/02/2009, http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI25697-15228,00-O+QUE+DESPERTA+O+DESEJO+SEXUAL+FEMININO.html

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dicas de 01/09/10

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