segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Direita cristã, acabou! - parte 24: o Partido Novo teve de vereadores eleitos o que o Partido da Mulher Brasileira teve de prefeitos, ambos com um ano de existência

Abigail Pereira Aranha

Eu fiz a série "Direita cristã, acabou!" para ir até a parte 2, em setembro do ano passado. Quando eu acho que estou acabando o assunto, aparece algum caso de surpresa, não uma notícia mostrando que eu estava errada, mas uma prova a mais de que eu estava certa e que pode mostrar o que eu disse na parte 1 para um leitor que não tenha entendido ainda. Até o prof. Olavo de Carvalho já foi criticado aqui (parte 3 e parte 9). Agora, eu trago uma estatística das eleições municipais de 2016, que tiveram segundo turno ontem: o PMB, Partido da Mulher Brasileira, teve neste segundo turno o 4º prefeito eleito. Foi Naumi Amorim, em Caucaia, Ceará. É, o Partido da Mulher Brasileira tem homem também. A legislação eleitoral não permite que ele tenha só mulher (artigo 10, parágrafo 3º da Lei 9.504/1997). Mas 4 também foi o número de VEREADORES eleitos pelo Partido Novo. Alguém comemorou isso como se fosse o começo de alguma coisa boa para o Liberalismo-Conservadorismo brasileiro? Ah, o NOVO teve o registro deferido pelo TSE em setembro do ano passado. O PMB também. O NOVO no dia 15, o PMB no dia 29.

Vamos à tragédia. Os quatro PREFEITOS eleitos (e prefeitas eleitas) pelo PMB (Partido da Mulher Brasileira):

Naumi Amorim, Caucaia - CE, cerca de 358 mil habitantes, a única das cidades que teve segundo turno, 54,23% dos votos, 80.756, sendo 48,10% dos votos, 73.316, no primeiro turno;

Dr. Sadinoel, Itaboraí - RJ, cerca de 231 mil habitantes, 48,68% dos votos, 56.317;

Lais Nunes, Icó - CE, cerca de 67 mil habitantes, 52,32% dos votos, 20.398;

Jacy Tabosa Barros, Anajás - PA, cerca de 28 mil habitantes, 57,34% dos votos, 8.131.

(Dados: IBGE Cidades para as populações e Eleições 2016 para as votações)

Candidata a prefeita pelo NOVO no Rio de Janeiro: Carmen Migueles, 1,27% dos votos, 38.512. O deputado Jair Bolsonaro gravou um vídeo zoando a Jandira Feghali, do PCdoB, porque ela teve menos votos para prefeita (101.133) do que o vereador mais votado, o filho dele Carlos Bolsonaro (106.657). Eu compartilho a zoeira. Mas ela ficou em 7º lugar, o Alessandro Molon da REDE em 8º e a Carmen Migueles ficou em 9º lugar, logo atrás dele por quase 5 mil votos.

Os quatro VEREADORES eleitos pelo NOVO:

Leandro Lyra, Rio de Janeiro, 1,00% dos votos, 29.217, só 9.295 votos a menos que a candidata a prefeita do próprio partido;

Janaina Lima, São Paulo, 0,36% dos votos, 19.425;

Felipe Camozzato, Porto Alegre, 1,52% dos votos, 10.488;

Mateus Simões, Belo Horizonte, 0,46% dos votos, 5.522.

Vereadores eleitos pelo Partido da Mulher Brasileira... não sei e tenho até medo de pesquisar. Mas entre os prefeitos eleitos do PMB, o menor percentual de votação no primeiro turno foi 48,10%, e justamente na maior das cidades, Caucaia. E se o candidato eleito tivesse 4.500 votos a mais, ganharia ainda no primeiro turno. E os vereadores eleitos do NOVO juntos tiveram 64.652 votos, só 8.335 a mais que o segundo prefeito eleito mais votado do PMB.

Ah, e eu comentei sobre o PMB em novembro de 2014:

Mas o ponto que eu vou abordar aqui é o sufocamento da crítica que pode ser pela caricaturização da discordância ou pela gritaria gratuita, às vezes ambas. Uma imagem disto é a Marcha das Vadias: as participantes não estavam protestando por problemas reais tão grandes quanto a abrangência da passeata, elas estavam protestando para calar quem poderia criticá-las pelo que elas são, fazem e pensam. Mais: elas não estavam protestando seminuas em via pública ou invadindo igrejas também seminuas porque a sociedade em geral era contra o Feminismo, era porque quase toda a sociedade NÃO era e elas queriam intimidar os demais, mais exatamente os homens de bem sem firmeza. E quando a TPM é a lei, o homem é internado por instabilidade hormonal.

(...) Agora, vamos aos casos do mês.

(...) Terceiro caso: o PMB, Partido da Mulher Brasileira. Ainda não tem registro no TSE, mas já tem registro em Minas Gerais. Pra quê um partido específico de mulheres, ou para mulheres? A regulamentação do trabalho feminino veio na CLT do governo Getúlio Vargas. A primeira mulher na Presidência da República já está aí antes desse partido. Partidos com seção feminina, que eu sei, de memória: PRTB (o do Levy Fidelix), PSDB, PSC (o do Pastor Everaldo), PSDC, PSTU, PT. O que esse partido ainda poderia conseguir de direitos? Melhor: que proposta esse partido teria e que tem oposição maciça dos homens honestos? Ah, sim: quais foram as deputadas federais e senadoras que foram eleitas com os próprios votos e a maioria deles de mulheres? Esse partido pode até continuar um partido mixuruca nos próximos 10 anos, mas que homem vai ser contra um partido da mulher brasileira?

("O Partido das Vacas Loucas (comentando sobre PMB, mídia golpista contra a oposição e Julien Blanc)", 17 de novembro de 2014)

Se os amigos forem na página do partido, www.pmb.org.br, vocês vão ver que ele não parece radfem. É até mais simpático que o PSOL, por exemplo. O problema aqui é que o Lesbofeminismo está tão difundido na sociedade e o próprio pensamento esquerdista ainda tem tanta força que um partido como o PMB teve, ainda novato, esse desempenho que eu mostrei, melhor que um partido assumidamente liberal-conservador. Os debates intelectualmente dignos de nota no Brasil, assim como a vida sociopolítica nacional, estão se transformando cada vez mais em debate interno da esquerda em geral e do movimento feminista em particular. A questão de criminalização versus liberação da pornografia, a de criminalização versus descriminalização da prostituição, a de Educação Sexual nas escolas e a de condições de trabalho feminino não são mais debates de conservadores versus progressistas, são de, no máximo, simpatizantes da esquerda moderada versus esquerda radical. Uma imagem disso pode ser o segundo turno em Caucaia: em vez de PT versus PSDB, que já era um partido de esquerda moderada, foi entre PMB e PSDB. Ah, e também temos outro PMB: Partido Militar Brasileiro. Como o da mulher chegou primeiro, o militar vai ter que ser PMBR. Quando for aprovado no TSE.

Eu já disse algumas vezes no Facebook para alguns liberais-conservadores que os colunistas e blogueiros liberais não fazem análises, dão boquete emocional em netos de latifundiário que pagaram as horas extras da empregada na Justiça do Trabalho. Por isso nenhum deles disse, ou nem sabia, o que eu disse aqui. Eles ainda estão comemorando o encolhimento do PT PARA 254 prefeituras, depois de escândalos e desastres na Presidência da República que destruiriam qualquer outro partido. E quando eu digo que o Conservadorismo está apanhando da esquerda ou está sendo extinto como corrente intelectual digna de nota, ainda me chamam de feminista.

Quem assobia pra dragão é burro

PT: Feminismo: - Não assobie, não sou cachorro. - Quem assobia pra dragão é o burro. EN: Feminism: - Do not whistle, I am not a dog. - Who whistles for dragons is the donkey. FR: Féminisme: - Ne pas siffle, je ne suis pas un chien. - Qui siffle pour les dragons est l'âne. ES: Feminismo: - No silbes, no soy un perro. - Quien silba a los dragones es el burro. IT: Femminismo: - Non fischia, io non sono un cane. - Chi fischia ai draghi è l'asino.

- Não assobie, não sou cachorro.

- Quem assobia pra dragão é o burro.

(Obrigada à página Incorretos)

- Do not whistle, I am not a dog.

- Who whistles for dragons is the donkey.

(Thanks to website Incorretos)

- Ne pas siffle, je ne suis pas un chien.

- Qui siffle pour les dragons est l'âne.

(Merci au site Web Incorretos)

- No silbes, no soy un perro.

- Quien silba a los dragones es el burro.

(Gracias a la página web Incorretos)

- Non fischia, io non sono un cane.

- Chi fischia ai draghi è l'asino.

(Grazie al sito web Incorretos)

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