terça-feira, 7 de setembro de 2021

João Dória Jr. e o "sad people" da direita brasileira

Abigail Pereira Aranha

1) Introdução à "red pill"

A direita e o Conservadorismo provaram nos mandatos do PT na presidência do Brasil que as maiores adversárias da esquerda são sua própria loucura e sua própria burrice. Porque, formalmente, os que seriam os adversários da esquerda são os herdeiros irritadiços de uma elite agrária que odiava cultura, que odiava a inteligência, que odiava o prazer e que acreditava sinceramente que nasceu pro poder e pra regalia. Como exemplo do Brasil, a própria dificuldade para tirar Dilma Rousseff (uma mulher notoriamente idiota e sem brilho próprio) da Presidência da República ou para meramente concorrer com ela mostra como esses herdeiros são incultos e mal acostumados; e como a cultura dessa elite é uma farsa. Mas a ala direita da política não representa sequer o Cristianismo milenar ou a Igreja Católica, e nós pudemos ver isso especialmente observando como a grande Igreja Católica tem precisado deixar o Progressismo entrar pra não ter ainda mais perda de membros, credibilidade e relevância política. O Conservadorismo é, desde a origem, nostalgia do Feudalismo; o Liberalismo e o Libertarianismo são, desde a origem, ufanismo da elite agrária-industrial.

O Manifesto Comunista tem mais de 170 anos, a União Soviética faria 100 anos no ano que vem, o livro "Pedagogia do Oprimido" de Paulo Freire tem pouco mais de 50; e até hoje os liberais e os conservadores só sabem combater a esquerda com caricaturas e boatos difamantes, como se ainda estivessem falando pra população rural analfabeta do tempo dos avós. Porque até hoje a direita vê a esquerda como o adversário político-eleitoral que lhe tirou a Administração Pública da cidade pequena do avô. Até hoje, e isso ficou notório nas redes sociais, a direita ainda ataca a esquerda como se fosse uma campanha de uma família de latifundiários católicos de uma cidade pequena contra adversários nas eleições municipais. A vergonha só não é maior porque às vezes, com cada vez mais frequência, a esquerda cria materiais escabrosos contra ela mesma além da imaginação dos próprios inimigos dos anos 1990.

2) Vamos fazer uma breve revisão dos erros da direita "sad boy"

Além do próprio perfil (incluindo o perfil de rede social) de "loser" mal humorado sem sinal de inteligência e cultura acima da média, onde erram os "sad boys" e as "sad girls" do meio liberal-conservador?

01) Um estereótipo burro de o que é "o Estado". Uma mistura de preconceito de estadunidense contra a União Soviética com paranoia de condenado pela Justiça do Trabalho. Toda a revolta dos liberais e dos conservadores contra "o Estado" é notoriamente mágoa de derrotados. Quando uma pessoa média do povo de verdade toma conhecimento do que a direita fala, pensa em um capitalista querendo se livrar da Justiça do Trabalho ou lucrar fácil com uma empresa estatal comprada abaixo do valor justo. Alguém viu algum ultraliberal (que se autodenomina "anarcocapitalista") no tempo em que "o Estado" reprimia o sexo e agredia sindicalistas?

02) "Quem bate cartão não vota em patrão". Esse era o slogan do PCO (Partido da Causa Operária). Mas o uso aqui como uma frase curta pra ilustrar a desconexão da direita com o povo. Você pode encontrar "intelectuais" e "influenciadores" da direita explicando que se o patrão pagasse menos encargos trabalhistas, poderia pagar melhor ao seu funcionário; ou, pior, que a existência do salário mínimo provoca desemprego. Não é só muita sorte que as ideias liberais não cheguem aos proletários. Os liberais não entendem que se eles e os próprios empregados não votarem nos mesmos candidatos, os candidatos deles não se elegem. Quem criou o PT ou o PCO foi a direita.

03) As queixas de que a esquerda faz isso ou aquilo com dinheiro público. O problema neste argumento fica mais claro quando em vez de "dinheiro público" ou "o seu dinheiro", o liberal ou o conservador diz "o meu dinheiro": ele pensa na Administração Pública como parte do latifúndio do avô.

04) Dizer que o povo idolatra políticos. Essas pessoas que não são "gado" demoraram dois anos pra conseguir o impeachment da Dilma Rousseff (pela metade) no segundo mandato, mesmo quando ela tinha mais de 60% de rejeição. Disputar uma eleição pra presidente com Dilma Rousseff já é um demérito. Perder duas vezes é vergonhoso, uma vergonha pra esse pessoal fazer autocrítica em silêncio até voltar preparado pra ganhar pelo menos dela. Na realidade, "idolatrar políticos" é demonstrar simpatia a qualquer político que não seja da esquerda. Portanto, quem diz que o político é seu empregado mostra a receita pra nunca lançar um candidato a vereador de cidade pequena que consiga ser eleito.

05) Trocar os ícones políticos pelos ícones para consumo local. Eles dizem que não "chupam" políticos, mas os homens têm suas "estrelas" das quais gostariam de ganhar "chupadas". Pessoal, isso não é condenável. Se você homem conservador me acha bonitinha, mas muito vagabunda, se você tem horror com a ideia de se casar comigo e me ver transando com dois homens na nossa casa; tudo bem você gostar de uma moça mais comportada. Mas você precisa sair do armário, assumir que você é hétero. Se você não assume isso, você pode ajudar a projetar uma "attention whore", literalmente "vadia de atenção". Aliás, você já leu o meu texto "Uma nota sobre as belas mulheres comentaristas conservadoras"[1], de março de 2017? Chamo você pra voltar lá, ver as fotos das moças que eu citei e pensar onde elas estão agora (3 das brasileiras estão na política). Mas não me refiro só à... admiração dos homens pelas celebridades femininas. No caso do meio liberal-conservador, o problema dos ícones se aplica até quando não há interesse sexual: o problema é a tentativa de criar "pin-ups"[2] e garotos-propaganda para apresentar as ideias enlatadas para o público externo; ou pior e ao contrário, a criação de um espaço seguro da direita com ícones que soam bonitos e inteligentes.

06) Achar traidores, ou "falsa direita". No caso das moças conservadoras, já há o termo "conservadia". Eu gosto desse termo, inclusive porque eu já fui chamada de piranha (eu mereço) e até de feminista, mas nunca de "conservadia". Mas são dois os problemas aqui. O primeiro problema é que o assunto da "verdadeira esquerda" é mais relevante que o da "verdadeira direita". A "verdadeira direita" perdeu 4 eleições para o PT, 2 delas pra Dilma Rousseff, e Jair Bolsonaro foi eleito porque NÃO É de direita. O segundo problema é que a questão de quem é "falsa direita", ainda mais porque alguns deles foram "influenciadores" em outros anos, mostra como o Liberalismo e o Conservadorismo é mais próximo de um conjunto de clichês e cacoetes que de uma ideologia.

07) Os fantasmas simplistas que mandam no país ou no mundo. "O sistema", "a elite global", esse ou aquele multibilionário,... São simplificações que geram perguntas no lugar de explicações, que também exageram o poder do dinheiro, da bruxaria, da comunicação de massa, da própria política formal, a um ponto em que a própria existência de um pensamento que não seja o que "eles" querem seria inviável. Mas está lá o rebelde com um perfil anônimo no Twitter, ou um blogue gratuito no WordPress, etc. Alcance de uma ideia divergente é uma coisa, meios de expressão dessa ideia é outra.

08) As queixas de que as leis não valem nada. Mesmo entre os influenciadores da direita, raras pessoas que dizem isso leram uma lei inteira alguma vez. E essas que têm um conhecimento básico de Direito têm uma diferença notória daquelas que dizem que "os políticos fazem que querem" ou, como é moda agora, que "o STF manda no Brasil".

09) Dizer que o povo precisa fazer baderna. Quebrar os prédios dos Três Poderes não é revolução nem mesmo revolta, é só um crime comum. Invadir a sede do STF e pegar os 11 ministros não vai derrubar ninguém, só vai fazê-los vítimas de lesão corporal, ameaça ou homicídio. Pregar que o povo deve fazer tudo isso é só apologia ao crime de gente burra irritadiça. É o equivalente político do homem que quer matar o namorado novo da ex-mulher. Por sinal, a própria direita entende que uma reação física é sinal de derrota no argumento quando vê ativistas da esquerda tendo esse tipo de reação.

10) Usar um vocabulário chulo. Eu escrevi sobre isso em janeiro o texto "Por que você precisa ter compostura nas palavras"[3].

11) Pregar contra uma suposta degradação sexual moderna. Eles fazem postagens ou compartilham memes nas redes sociais como se qualquer pessoa com mais de 14 anos tivesse vida sexual intensa. Qualquer pessoa menos eles, que por isso são mais adultos e mais éticos. No final, tudo que os conservadores acabam demonstrando nos tempos da internet é o horror ao prazer mais a inveja que a mãe tem de mulher bonita, e como a vida sexual deles é precária. E quando eles falam em degradação moral, também é (na verdade é) um tempo em que uma pessoa mediana tem menos neurose sexual que a da avó de quem fala. Mas a mesma pessoa (especialmente se for homem) pode vociferar contra a sexualização da sociedade e até contra a difusão da "pedofilia", e depois compartilhar alguma coisa erótica leve no Twitter ou no Facebook, em geral com uma linha humorística. Por quê? Sexualidade reprimida.

12) Não aprender com quem pensa diferente. Isso tem a ver com aquele problema que eu citei em que os liberais e os conservadores tentam criar "pin-ups" e garotos-propaganda de suas próprias visões de mundo, mas aqui ainda há um outro problema: a direita se fecha mentalmente para outras ideias como a esquerda só começou há uns 30 anos ou menos. Eu mesma tenho a impressão de que sou ignorada pelos liberais e conservadores porque sou ateia, defendo o casamento aberto, defendo a prostituição, defendo a pornografia e defendo a licenciosidade (já dei pra 318 rapazes). Mas qual "influenciador" da direita já leu o "Manifesto Comunista" ou o "Pedagogia do Oprimido"? Talvez o Allan dos Santos, do Terça Livre. Já sei, vai ter gente torcendo o nariz porque eu citei este nome. Entendeu? "Guerra cultural" é devorar livros aprovados pela Igreja Católica no fim do século XIX (tá bom, isso foi uma imensa caricatura, mas é por aí).

13) Fazer campanha antieleitoral. A campanha por abstenção na eleição ou voto nulo é uma campanha que pede aos eleitores para implorar pra serem ignorados. Na democracia do Império Grego, isso era literalmente ser "idiota". Quem já viu eleição de sindicato ou de movimento estudantil sabe o país que os idiotas pedem (idiotas naquele sentido grego).

3) Quando o "sad people" conseguiu alguma coisa

E você, Abigail, aponta essa série de erros na direita, mas propõe o quê? Ou: não é melhor o que temos feito do que não fazer nada? Quando a ação é burra mas dá resultados, é até aceitável como estratégia provisória pra dar tempo e recursos pra parte "cabeça" da turma criar uma estratégia melhor, tanto em intelecto quanto em resultados. Mas nem esse crédito os liberais e os conservadores têm. O que eles conseguiram desde 1° de janeiro de 2003, quando Lula tomou posse como presidente?

E quando eles puderam eleger alguém em 2018, o que conseguiram? Jair Bolsonaro pra presidente? Foi bom, foi um avanço pra quem teve que torcer por Aécio Neves em 2014 e José Serra em 2010 (ambos do PSDB) contra Dilma Rousseff. Mas e para apoiá-lo? Para deputados federais, elegeram Alexandre Frota, Bia Kicis, Carla Zambelli, Joice Hasselmann, Kim Kataguiri, Luís Miranda USA, Nelson Barbudo, Policial Katia Sastre, Professora Dayane Pimentel e Sargento Fahur. Para senador, Jorge Kajuru. Fora os filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro. Todos esses tiveram desempenhos horrorosos como apoiadores ou se voltaram contra o presidente em cuja onda foram eleitos. Para governador do Rio de Janeiro, os eleitores de Bolsonaro elegeram Wilson Witzel, que, depois de se apoiar no presidente, tentou caluniá-lo pra tomar o lugar dele em 2022[4], mas acabou sofrendo impeachment por desvio de dinheiro destinado ao combate à "pandemia"[5]. Para prefeito de São Paulo, eles elegeram João Dória Jr. Qual foi a linha de marketing pra eleição de 2016? "Ele não é político". Já em 2016, o The Intercept avisava que isso ia acabar mal (vou deixar a matéria no apêndice). Depois, eles o elegeram governador do estado de São Paulo em 2018 e deixaram seu vice Bruno Covas na prefeitura. No meio do mandato de governador, João Dória Jr. viu a sua chance de ser presidente do Brasil usando a peste chinesa pra atacar Jair Bolsonaro.

Desde o ano passado eu digo no Facebook e no VK que a direita devia derrubar o "Ditadória" e o Bruno Covas por impeachment, não nas eleições. Porque João Dória Jr. e Bruno Covas tinham algum currículo: o primeiro é empresário e filho de outro governador de São Paulo, João Agripino Dória; o segundo era neto de outro governador de São Paulo, Mário Covas Júnior. Os outros surgiram da bolha da direita nas redes sociais e no YouTube, e já vão voltar de Brasília para o anonimato em 2023 só por trair os eleitores de Jair Bolsonaro e, assim, os deles próprios. Agora, Bruno Covas já morreu[6], mal aproveitou o segundo mandato. Faz um tempo em que até o Diabo anda escrevendo certo por linhas tortas. Então, ainda ficam duas perguntas: 1) ainda há tempo até outubro de 2022 para os liberais antipolítica perceberem a obrigação que têm de derrubar um político eleito por causa deles? 2) ainda há tempo, também até outubro de 2022, para os liberais antipolítica perceberem a dificuldade que vão ter para o impeachment de João Dória Jr. mesmo com sinais de corrupção e uma impopularidade grande pela má "gestão da pandemia"?

O caso da CoViD-19 (ou golpe do vírus chinês) ajudou a fazer da direita, principalmente a parte "sad people", um exemplo vivo daquela frase de Arnold Toynbee: "o maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam".

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[1] "Uma nota sobre as belas mulheres comentaristas conservadoras", 14 de março de 2017, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2017/03/uma-nota-sobre-as-belas-mulheres.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2017/03/uma-nota-sobre-as-belas-mulheres.html.

[2] pin-up

Um termo antiquado para material sexualmente excitante (embora muitas vezes não explícito), como mulheres caucasianas atraentes e sorridentes, olhando para trás e ligeiramente inclinadas, ou deitadas de costas arqueadas.

(Urban Dictionary, https://www.urbandictionary.com/define.php?term=pin%20up)

[3] "Por que você precisa ter compostura nas palavras", 09 de janeiro de 2021, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2021/01/por-que-voce-precisa-ter-compostura-nas-palavras.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2021/01/por-que-voce-precisa-ter-compostura-nas-palavras.html.

[4] "Bolsonaro diz que Witzel atuou para implicá-lo no caso Marielle", Metrópoles, 02 de novembro de 2019, https://www.metropoles.com/brasil/politica-brasil/bolsonaro-diz-que-witzel-atuou-para-implica-lo-no-caso-marielle.

[5] "Tribunal aprova por unanimidade impeachment de Witzel, que fica inelegível por 5 anos", G1, 30 de abril de 2021, https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/04/30/tribunal-especial-abre-a-sessao-para-decidir-impeachment-de-witzel-1.ghtml.

[6] "Prefeito Bruno Covas morre de câncer aos 41 anos em São Paulo", R7, 16 de maio de 2021, https://noticias.r7.com/sao-paulo/prefeito-bruno-covas-morre-de-cancer-aos-41-anos-em-sao-paulo-16052021.

Apêndice

"A velha nova política de João Doria Júnior", The Intercept Brasil, 09 de outubro de 2016. Disponível em https://theintercept.com/2016/10/09/a-velha-nova-politica-de-joao-doria-junior.

A velha nova política de João Doria Júnior

Apesar do discurso pretensamente moderno, o novo prefeito de São Paulo se elegeu praticando a velha politicagem de sempre e empurrou seu partido ainda mais para a direita.

9 de Outubro de 2016, 14h10

Foto: Mauricio Lima/Getty images

Folha: O sr. é um político experiente…

Paulo Maluf: Não, eu sou engenheiro.

 

Há dois anos, Maluf renegava sua condição de político em entrevista à Folha. Logo ele, um homem que infesta a política nacional desde o período jurássico. Viu sua fortuna crescer durante a ditadura militar, foi prefeito biônico da capital paulista e, após a redemocratização, se elegeu trocentas vezes para prefeito e governador em terras bandeirantes. Apesar de jurar não ser político, Paulo Maluf é o pai do malufismo – uma corrente político-filosófica conservadora que trouxe sua experiência na iniciativa privada para a vida pública e cunhou máximas gloriosas como “rouba, mas faz” e “estupra, mas não mata”.

Quando vi Bruno Covas, eleito vice-prefeito de São Paulo, comemorando a vitória ao lado de João Doria Júnior, tentei imaginar o que pensaria o avô ao vê-lo numa chapa que renega a política de uma forma ainda mais acintosa que Maluf, seu histórico rival. Covas, também engenheiro, talvez tenha sido o último sopro de social democracia do partido social-democrata e jamais demonizou a política. Arrisco dizer que ele repudiaria com vigor um candidato cuja principal marca de campanha foi a exaltação da sua carreira empresarial.

Doria está muito mais próximo do malufismo do que da social-democracia de Covas. Em um post de desabafo no Facebook, um ex-assessor seu afirma que Mário Covas não engolia o então secretário da Paulistur:

“Vomito quando vejo Dória falando de Mário Covas, que não o digeria. Mário entrava na sala de João, no Anhembi, batendo cinzas de cigarro no chão, por não aturar o executivo imposto pelo grande governador Franco Montoro. Covas não o suportava, e ele vem dizer que era amigo e que muito aprendeu com Covas.”

Alberto Goldman, vice-presidente nacional da legenda que elegeu Júnior, concorda. Às vésperas da eleição, escreveu um alerta sobre o candidato do seu próprio partido.

“Dória diz não ser político, mas administrador, empresário. Não é verdade. Ele mesmo se vangloria em ter sido presidente da Paulistur, no governo Mário Covas, e presidente da Embratur, no governo José Sarney, ambas empresas estatais da área do Turismo. Seu material de propaganda divulga que foi coordenador da campanha “Diretas Já”, o que também não é verdade. Exerceu cargos políticos, remunerados, profissionalmente. Agora é candidato a prefeito. (…) É um cidadão totalmente desprovido de escrúpulos, teve sua vitória nas prévias pelo abuso do poder econômico que tem e, infelizmente, pela ação do governo do Estado. É uma desgraça para o partido que desejo ardentemente salvar.”

As declarações de Goldman devem ser vistas com ressalvas, já que partem de um desafeto de dentro do partido, mas os fatos elencados são sérios e sinto que há uma genuína preocupação com os rumos que Júnior pode dar ao PSDB. Não seria à toa.

Um perfil escrito por Juliana Dualibi para a Revista Piauí traz à tona os bastidores da briga interna tucana e a politicagem pesada que Doria Jr empreendeu para atingir seus objetivos. O modus operandi que o alçou à condição de candidato tucano é de invejar até mesmo o seu aliado Maluf. Ninguém venceria Matarazzo, Serra e FHC no PSDB só com gestão e eficiência, mas com política pesada. O novo prefeito de São Paulo pavimentou toda sua carreira empresarial sempre estando muito perto de políticos e administrações públicas – o que sempre gerou grandes oportunidades para seus negócios. A Lide, sua empresa de eventos, não produz bens nem serviços significantes, apenas estabelece e fortalece a relação de empresários com políticos e gestores públicos – o famoso lobby.

Desfilar com elegância entre o público e o privado sempre foi uma característica desse businessman, mas algumas escorregadas éticas rolaram: desde desvios de verbas em cargos públicos que ocupou até a uma invasão (que o Estadão chamou carinhosamente de “incorporação”) de terras públicas para construir uma mansão. Nos últimos 10 anos, Doria recebeu de diferentes governos um total de R$10,6 milhões. Em média, R$1 milhão por ano. Nada mal para quem prega alucinadamente cortes de gastos públicos, não?

Estado mínimo, meu milhão primeiro. E as mamadas eram apartidárias: Júnior conseguiu verba tanto da Petrobrás, comandada pelo PT, quanto de Alckmin, que decidiu fazer publicidade do governo de São Paulo em revistas que ninguém lê, como a Caviar LifeStyle da Editora Doria.

Em sua primeira entrevista como prefeito eleito, Júnior baixou uma ordem ao vivo para futuros secretários e colaboradores que ainda nem foram escolhidos: todos serão obrigados a assistir ao Bom Dia Brasil todos os dias, porque, segundo ele, o jornal “reflete o sentimento da cidade”. Na administração dele, a Globo ficará encarregada de fazer a editoria do “sentimento da cidade”. Talvez seja o caso de terceirizar a comunicação municipal para a nobre emissora logo de uma vez.

Mal foi eleito,Júnior já demonstrou grande eficiência no descumprimento de promessas. Na última segunda-feira ele prometeu congelar o valor do IPTU:

Três dias depois, o gestor voltou atrás.

Outra figura que inspira Junior é Donald Trump, a quem considera – percebam o deslumbre! – “um homem rico, famoso, poderoso e muito, muito invejado”. A comparação é óbvia, a trajetória de ambos é quase idêntica. O discurso político também. A diferença é que Junior parece que foi mais bem educado pela mamãe e apresenta uma imagem mais polida.

O mantra “não sou político, sou um administrador, sou empresário, sou gestor” foi repetido exaustivamente durante a campanha, numa tentativa oportunista de ocupar o vácuo deixado pelo cansaço da população com a política. Implantar exatamente os mesmos métodos da gestão privada na pública não é apenas estupidez inofensiva, mas uma ideia perigosa que não contribui em nada para o fortalecimento das instituições democráticas. Não é demonizando a política que a corrupção será superada. A política é, essencialmente, disputa e acomodação de ideias e interesses. Um prefeito não pode pretender ser o CEO ou o diretor-executivo de uma cidade. Ainda mais um que se elegeu numa coligação com 13 partidos – um terço de todos os partidos existentes no país – e será obrigado abarcar interesses diversos. Mesmo com tantas siglas coligadas, Júnior garante que não fará partilha de cargos – o que me faz ter certeza de que ele é mentiroso ou mágico.

Pelo histórico, a tendência é São Paulo acelerar, mas acelerar com a ré engatada. Doria é um rico excêntrico, uma espécie de híbrido político que mistura o que há de pior na política e na iniciativa privada. Me parece que o paulistano pretendeu renovar o cenário político, mas escolheu alguém que sintetiza as mais caquéticas e condenáveis práticas. Junior tem a inescrupulosidade de Donald Trump, a superficialidade de Chiquinho Scarpa e a esperteza de Paulo Maluf. Sabe aquele papo de “você compraria um carro usado de fulano?”. O paulistano resolveu comprar um carro usado de Doria. Resta saber quando descobrirá que a Ferrari veio num chassi de Fusca. Acelera, São Paulo!

Texto original em português sem fotos e vídeos de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: "João Dória Jr. e o 'sad people' da direita brasileira", https://avezdasmulheres.blogspot.com/2021/09/joao-doria-jr-e-o-sad-people-da-direita.html.
Texto original em português com fotos e vídeos de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "João Dória Jr. e o 'sad people' da direita brasileira", https://avezdoshomens.blogspot.com/2021/09/joao-doria-jr-e-o-sad-people-da-direita.html.
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