sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Introdução à psicanálise textual de brasileiros - parte 2

Abigail Pereira Aranha

01) Introdução - parte 1: notas sobre a linguagem humana

A introdução é repetida em toda a série. A numeração dos subtítulos é sequência desde a parte 1. Os atalhos diretos dos subtítulos estão nos números.

Com as honrosas exceções de nível mental humano, o que um brasileiro fala ou escreve não deve ser ouvido ou lido, mas examinado. Na linguagem humana, o mundo real é a referência e o assunto principal. Um dos casos em que isso pode ser diferente é a função metalinguística da linguagem, em que a linguagem se refere a elementos dela mesma. Um outro caso é de objetos em ciências abstratas, como Lógica e Matemática. Um outro caso é o de objetos ainda não existentes, mas previstos, como em projetos de engenharia. Mas em geral, o mundo real não é apenas referência da linguagem, também é referência do universo interior do ser humano. A partir do mundo real externo, o homem molda o que pensa, o que sente e o que faz (eu usei a palavra "homem" no sentido de ser humano, para incomodar alguma lesbofeminista que está lendo, hua, hua, hua, hua, hua). No Brasil, a linguagem humana é exceção. Não são só as falas que têm grande limitação intelectual, limitação de vocabulário ou até limitação geográfica. A própria ideia de que a linguagem usada por seres humanos possa ser mais abrangente e mais elevada que isso parece uma ideia alienígena no Brasil. Eu tenho uma tese para explicar por que isso acontece no Brasil de uma forma particular mais horrorosa, mas vou deixar essa minha parte para o final porque eu vou tentar evitar que essa explicação comprometa o entendimento da minha descrição do fenômeno em si, e também porque o assunto principal aqui não é essa origem histórica (ops!).

Para o leitor estrangeiro, eu desenvolvo a exposição a partir da experiência do Brasil não só porque eu sou brasileira e nunca saí do Brasil, também faço isso como uma espécie de alerta. Se o leitor é de um país desenvolvido, talvez eu mostre um aspecto insano da vida nacional brasileira que está menos longe de se reproduzir no seu país do que se imagina. Se o leitor é de um país ainda mais pobre economicamente que o Brasil, eu vou deixar mais claro que ter um dos 10 maiores PIB's do mundo pode não ser um reflexo da grandeza do país.

Dado que os brasileiros comuns não dominam a linguagem humana no sentido de linguagem associada com o mundo real, eles dão um status superior ao próprio universo interior subjetivo, especialmente o universo emocional, e ao universo verbal próprio. Estes universos interior e verbal podem ser moldados por aqueles a quem esses brasileiros comuns atribuem autoridade, como "a ciência" ou o governo de esquerda. Então, se você é uma pessoa normal e vai interagir com uma pessoa brasileira, você precisa verificar primeiro que essa pessoa não é doente mental; segundo, que essa pessoa não é semianalfabeta; terceiro, que essa pessoa não é de mau caráter. Tentar interagir com essa pessoa sem verificar isso é um risco de conversar com uma pessoa com um destes defeitos ou um risco de cair numa armadilha de manipulação psicológica. Uma interação semelhante a uma conversa com um intercâmbio de ideias ou de informações será a disputa da fala de um ser humano de mente normal contra a logorreia de um desequilibrado mental semianalfabeto (ou, com sorte, contra uma pessoa farsante).

Apesar de esta exposição ser sobre falas e escritos (e um tanto sobre comunicação de outras formas), a abordagem não é sobre debate de ideias, não é sobre a vida universitária, não é um rascunho de observatório de imprensa e nem mesmo sobre a vida em cidades grandes. A questão é a linguagem oral e escrita do brasileiro comum. Mais exatamente, a manifestação de algo que está acima (ou melhor, abaixo) da expressão de ideias mesmo no que devia ser conversa sobre assuntos grandes.

A diferença de raciocínio e de habilidade de expressão em língua culta que existiu no passado entre o brasileiro médio e a, digamos, elite falante diminuiu muito e está cada vez menor. Não porque o nível do povão está aumentando, e nem tanto por causa da popularização da internet que traz mais popularização da expressão de ideias e da circulação de informações e conhecimentos; mas principalmente porque essa elite falante e a elite em geral está ela mesma se aproximando do povo medíocre quando não está recebendo alguns indivíduos desta parte da população. Sim, eu me refiro às cotas sociorraciais e as cotas para mulheres. Ah, mulheres de verdade! Também existe aqui e ali uma cota LGBT ou alguma preferência de seleção para LGBT para cargos públicos, mas essa parte da população é minoria. Em qualquer país da América, as mulheres são cerca de metade da população e os não-brancos são, se não maioria, uma parte considerável. Portanto, em um país destes (não só no Brasil), a simples preferência por uma mulher ou um não-branco para uma vaga em posição de destaque é a promoção da mediocridade. Mas isso é uma particularidade recente, e até isso mostra, hoje com mais clareza, que uma coletividade não pode ter uma elite virtuosa e um povo néscio, ou uma elite inteligente e amante da sabedoria ao lado de um povo inculto e animalesco.

E isso que eu disse pode levar alguns leitores a me encaixarem na "extrema direita" e na "elite branca". E até isso tem a ver com o assunto que eu estou introduzindo aqui. Sim, eu sou uma mulher branca, sem vergonha. Ops, sem vergonha de ser branca, mas também me chamam de sem vergonha com razão.

02) Introdução - parte 2: notas sobre o analfabetismo

Analfabetismo é o desconhecimento da associação dos signos da linguagem humana entre si e com a realidade. Signo é a "ligação associativa entre o significado e o significante: signo linguístico" (Dicio Dicionário Online de Português). Significante é a "imagem acústica ou manifestação fônica do signo linguístico" (Dicio Dicionário Online de Português). Não saber ler ou escrever na língua nativa é só a imagem caricata do analfabetismo. Outro aspecto caricato é essa situação na língua nativa (fora os idiomas que não têm escrita). Chamo a sua atenção para que eu mencionei a linguagem humana, não a língua nativa, porque um imigrante que desconhece o idioma do país onde está não é considerado analfabeto, exatamente porque este imigrante pode, a partir do conhecimento do idioma nativo, aprender o idioma local. O aprendizado é mais difícil se o idioma local e o idioma nativo do imigrante usam alfabetos diferentes, como o latino e o grego, ou se um deles ou ambos são ideográficos, como o mandarim. Mas os idiomas em geral são aplicações da linguagem humana, que associa signos e significantes a objetos do mundo real. Por isso é possível o dicionário bilíngue, porque os signos de cada idioma se associam a um mesmo objeto extralinguístico, ou, numa função metaliguística, têm funções equivalentes em seus respectivos idiomas. E isso não desaparece quando uma palavra não tem uma palavra ou uma expressão correspondente no outro idioma, e é incorreto dizer que a palavra não tem tradução: a palavra tem significado, e o significado é traduzível.

Mas o analfabetismo não é exatamente o resultado da opressão socioeconômica. No máximo, foi uma obra repressiva de reinos passados (incluído o reino da Igreja Católica Apostólica Romana) da qual algumas pessoas amantes da verdade tiveram dificuldades para escapar. O analfabetismo é em primeiro lugar, mesmo nestes contextos, uma deficiência mental e moral, o desprezo ao que é superior, ao que é grande, ao que é duradouro, à comunhão com a verdade. Como consequência, desprezo à linguagem humana. Não é por acaso que a divisão entre Pré-História e História foi a invenção da escrita, nem que os primeiros usos da escrita foram feitos por povos desenvolvidos (a escrita foi um meio para o desenvolvimento intelectual e cultural, do qual uma das consequências foi a prosperidade econômica e outra foi mais aplicação da escrita). Para produzir o esquecimento disso, corre este discurso de que o analfabetismo é obra maligna dos ricos, em vez de pequenez de outros pobres que estes impõem aos outros sempre que podem. Nós tivemos no passado analfabetos denunciando alfabetizados à Inquisição, nós temos no Brasil do século XXI moradores de favelas tratando outros moradores que lêem livros como esquisitos.

Para os analfabetos e os semianalfabetos, o universo verbal pode ganhar uma vida própria independente da realidade ou pode ser o próprio mundo real. Para estes, a parte mais sofisticada da linguagem fica reduzida a gatilhos emocionais e extravasões emocionadas. Ah, e os analfabetos e os semianalfabetos entendem a linguagem animal, que é a linguagem como voz de comando ou como produtora de impacto do receptor, como o máximo da linguagem humana, porque esta linguagem tem efeitos "rápidos" e "práticos". A frase "as palavras têm poder" é uma ideia de analfabetos e semianalfabetos, porque as palavras foram feitas para serem SOBRE a realidade, não PARA ela. A magia é analfabetismo aplicado. Eu até poderia demonstrar essa frase com dados conhecidos, mas eu posso ser presa.

Dois efeitos comuns do analfabetismo e do semianalfabetismo são confundir aspectos da realidade muito diferentes só porque lhes foram dados nomes parecidos ou o mesmo e o contrário, não perceber semelhanças entre aspectos da realidade semelhantes ou interligados só porque lhes foram dados nomes diferentes. E aqui eu usei a voz passiva. Os nomes "foram dados" por quem? Quem tem ideias de esquerda tem uma lista de quem domina a comunicação de massa, a cultura, a política e a educação; quem tem ideias cristãs conservadoras tem outra lista. Mas no geral, cada indivíduo desta lista tem as mesmas características essenciais, como dominar o idioma (no sentido de conhecimento), ter recursos materiais para conseguir seus objetivos, ter habilidades para usar estes recursos e ter um conhecimento do indivíduo médio do público-alvo. E na linguagem, podemos adaptar aquela frase de Arnold Toynbee sobre política: os que não se interessam pela linguagem serão governados pelos que se interessam. Mas aqui, o desinteresse pela humanidade da linguagem é uma tentativa de domínio político pelo semianalfabeto comum, que serve ao poder de quem o governa.

E visto que o analfabetismo e o semianalfabetismo são a conexão precária entre a fala e a realidade, não apenas o analfabeto e o semianalfabeto têm uma barreira para entender o que é falado a eles, eles também descrevem muito mal a eles mesmos pelo que eles falam, se as palavras forem interpretadas pelo uso de pessoas mentalmente normais. Porque o objeto mais feio que o analfabeto e o semianalfabeto têm para descrever pela linguagem é a sua própria pessoa, feio demais para ser descrito pela linguagem saudável sem comprometer a autoestima. Daí a proposta desta exposição é examinar as falas do brasileiro típico, que geralmente é semianalfabeto mesmo quando tem um nível de instrução superior, pelo que elas manifestam, não pelo que as palavras deles dizem se forem interpretadas no uso culto do idioma.

06) Psicanálise verbal e textual - parte 04: Glorificação do analfabetismo e do inexplicável

Nós vemos cada vez menos pessoas falando da superioridade do analfabeto (da "escola da vida") sobre a pessoa culta, porque em geral são velhos fracassados que estão morrendo na irrelevância em um país que não é aquele em que eles cresceram. Mas ainda vemos gente não tão velha (40, 50 anos) que exalta os milagres que os cientistas não explicam, como a cura de uma doença incurável ou um mistério antigo. A explicação é a mesma: a esperança da vitória da burrice e do absurdo na guerra contra a realidade. E, no caso dessas pessoas, a realidade da vida delas é, digamos, modesta. E é desta realidade da vida delas que estas pessoas desejam a salvação que desafia a natureza da realidade. Como não dá pra falar de milagres sem falar de Deus, ainda vou deixar umas palavras sobre o Deus brasileiro nesta série.

Isto também é uma espécie de inveja que essas pessoas têm de pessoas inteligentes. Eu digo "uma espécie de inveja" porque a inveja é o desejo de ter algo que o outro tem, e o semianalfabeto está abaixo de considerar a normalidade mental desejável. Talvez haja uma inveja da colocação socioeconômica que uma pessoa culta conseguiu por merecimento.

07) Psicanálise verbal e textual - parte 05: Inteligência não-autorizada

"Inteligência não-autorizada" foi um nome que me ocorreu agora para nomear um fenômeno que você já viu. No resto do mundo, conhecimento e comunhão com a verdade são fontes de autoridade; no Brasil, é fonte de zombaria. Há duas situações em que isso acontece. A primeira quando você expõe algum erro do interlocutor que se apresenta como conhecedor do assunto (isso pode ser visto com frequência em salas de aula de faculdades). A segunda quando o interlocutor sabe menos que você e fala como ironia, sem perceber a própria ignorância, como se você soubesse algo que ele não sabe (e você realmente sabe).

Eu abordei há pouco a glorificação do semianalfabetismo. Agora parece que eu exponho um fenômeno contrário, o da veneração do conhecimento ou da aparência dele. Na verdade, a aparente valorização da educação só acontece no Brasil recente porque não estamos no Feudalismo nem na economia agrária de 100 anos atrás. E para alguns, um serviço técnico ou acadêmico especializado (ou com uma aparência de especialização) pode ser meio de vida, e vida economicamente muito acima da média da população. Para estas pessoas (que às vezes posam conhecimento que não têm de áreas além de sua especialização mais conhecida), uma refutação ou a simples presença de uma pessoa com inteligência visível é uma ameaça à imagem delas. Para pessoas que zombam da inteligência que não são nem isso (não raro, pessoas idosas com uma incultura notória), também.

Ah, e na palavra "não-autorizada", eu também sinalizo para a origem social da atitude. O brasileiro médio imagina o exercício profissional e a própria demonstração de capacidade intelectual como permissões, às vezes como unções divinas. E usando as palavras "unções divinas", eu não fiz só uma metáfora. Nós temos a Bíblia impressa há alguns séculos, mas ainda assim o meio cristão tem muitas pessoas se orientando por pregadores que às vezes contradizem a própria Bíblia; em vez de a massificação da Bíblia produzir uma espécie de cultura bíblica popular, onde uma pessoa do povo pode falar dos Profetas Menores como quem faz uma receita culinária que aprendeu da avó. Mas a ideia da "unção divina" também aparece onde se tenta ser o contrário da igreja, como universidades públicas dominadas pela militância de esquerda e burocracias de governos esquerdistas. Não é mais generalizada aquela ideia de que os governantes têm uma sabedoria divina para fazerem o que fazem, mas a burocracia administrativa e o serviço público docente universitário ainda recebem ou pretendem receber um preconceito semelhante, o de que os altos cargos são ocupados por gente à altura deles; este preconceito é maior quanto menor a inteligência da pessoa. E o brasileiro típico não vê o curso universitário como elevação mental no subconjunto da verdade que é o conhecimento científico, porque não concebe a Ciência como parte da verdade; mas como acesso a vaidades e um bom dinheiro, não raro via serviço público. Daí, o cargo formal, não a habilidade que ele devia representar, é o fim dessa trajetória universitária, junto com a substituição de quem teria mérito para estar lá. Por isso, para este brasileiro típico, é válido evitar o trabalho físico e mental necessário e desejável para estar à altura do que o diploma representa se puder consegui-lo mesmo assim. Então, uma pessoa comum aplicar a inteligência para falar de tais ungidos é blasfêmia.

08) Psicanálise verbal e textual - parte 06: Glorificação de ricos medíocres

Eu poderia citar nomes de pilantras, "filhinhos de papai" e mulheres "cabeça de vento" que são exaltados como pessoas inteligentes e cultas só porque têm muito dinheiro. Não faço isso aqui porque a conversa poderia se desviar para questionar um dos exemplos específicos e também porque sempre que se diz algo com crítica sobre estas pessoas, há quem diga que a fala é invejosa ou de quem não sabe nada (o que também é exemplo do que eu estou abordando aqui). E quem fala de um megaempresário como sendo uma pessoa inteligente sempre é uma pessoa que ela mesma não é notória por muita cultura. E por que isso acontece? Porque pessoas pobres de espírito veem duas coisas nessas pessoas ricas: o sucesso naquilo que realmente importa e uma pessoa que, na verdade, não lhes parece melhor que elas.

No primeiro ponto, é o sucesso naquilo que importa para a pessoa pobre que também é pobre de espírito: dinheiro, ostentação e farsa. Aí, pode até haver, aí sim, uma inveja genuína. Mas é uma inveja leve por causa do segundo ponto: é uma pessoa rica que mesmo parecendo culta, não parece estar num nível superior ao dessa pessoa pobre (a não ser em dinheiro e em alguma outra coisa). Novamente, uma espécie de esperança no sucesso da mediocridade ou, no mínimo, no insucesso da inteligência e da virtude.

Ah, uma coisa que os homens brasileiros típicos observam quando falam de homens ricos: as mulheres ao lado deles. Às vezes, elas são as esposas. Aí, ainda mais quando o homem rico é feio e barrigudo, nós vemos aquele provérbio de que a boca fala do que o coração está cheio. Mas isso não é mau, eu não dou a mesma atenção a essas musas porque eu sou hétero. E eu me lembrando disso, deixo uma brecha pra alguns dizerem que o meu coração e a minha mente são cheios de prostituição, lascívia e concupiscência. Xi, eu também tenho peito grande! A minha filha que eu ainda não tenho vai receber o espírito do ateísmo e o da licenciosidade pelo leite materno e vai transar com vários homens desde os 14 anos, como a mamãe.

Até na Bíblia o brasileiro típico dá atenção especial às pessoas sem brilho que ficaram bem sucedidas pela misericórdia divina: José, que não era levado a sério nem pelos meio-irmãos, que se tornou o segundo mais poderoso do Egito; Davi, um rapaz mirrado que também não era levado a sério pelos irmãos, que se tornou rei de Israel; ou Daniel, cativo na Babilônia, que se tornou mestre dos magos no reinado de Nabucodonosor e presidente de príncipes do império medo-persa. Talvez seja um apelo popular dos escritores da Bíblia, do Velho e do Novo Testamento. Mas mesmo que a elite judaica do Velho Testamento e a Igreja Católica tenham mesmo construído este apelo popular, o ponto a que eu chamo a sua atenção é por que este apelo funciona: em um povo de um país católico subdesenvolvido como o Brasil, há muito mais pessoas que querem ver uma pessoa parecida com elas, mas rica pela graça de Deus, que pessoas que querem ver um exemplo de uma pessoa melhor que elas que merece, por isso, uma posição de destaque.

Isso também explica por que tantos brasileiros louvam a Deus por mandar o seu Filho como um bebê que nasceu e foi colocado em u'a manjedoura (que é um comedouro de bovinos e equinos), mas apostam na loteria querendo ganhar o prêmio máximo: nem o Deus deles é superior a eles próprios. Aliás, volto ao caso de Daniel: ele foi para a cova dos leões porque ele teve uma vida correta mais uma vida religiosa com Deus (Dn 6), mas o brasileiro apequenado vê a cova dos leões como um símbolo da sua vida apequenada no seu bairro horroroso. Eu já prometi deixar umas palavras sobre o deus brasileiro e mantenho a promessa, mas ainda tenho muita coisa pra escrever antes.

Introdução à psicanálise textual de brasileiros
No A Vez das Mulheres de Verdade No A Vez dos Homens que Prestam

parte 1 SEM PUTARIA:

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parte 1 COM PUTARIA:

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parte 2 SEM PUTARIA:

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