quarta-feira, 14 de junho de 2017

O antifeminismo será comandado pelas mulheres? - parte 3 (ou: Antifeminismo ou morte 3): uma previsão minha de 2012

Abigail Pereira Aranha

Eu escrevi em dezembro de 2012 "O antifeminismo será comandado pelas mulheres?", parte 1 e parte 2, e já escrevi no meu perfil do Facebook na época que o Feminismo não tinha com o que se preocupar no Conservadorismo. Os limites do Feminismo, eu vou escrever de memória, seriam quatro:

1) Uma resistência de homens com autoestima. Um grupo pequeno, mas visível.

2) O universo masculino que perdeu espaço na sociedade ou se colocou como vassalo do universo feminino vai obrigar as mulheres a assumirem uma posição de primazia de verdade. O homem que é chefe de família ou chefe de departamento sabe que isso é pesado.

3) A conquista pelas mulheres de cada vez mais posições de destaque vai dar a essas mulheres a oportunidade de encararem umas às outras. Vacas neuróticas e vadias manipuladoras vão descobrir como uma colega ou uma superior como elas mesmas é diferente de um homem emasculado ou um cafajeste para quem podem se oferecer sexualmente.

4) A militância feminista feminina vai incomodar ou atacar cada vez mais as mulheres que trabalham de verdade e até algumas das próprias militantes. A mulher do povo de verdade que simpatiza com o Feminismo ou a militante feminista vai perceber que viu poucos homens tão desagradáveis ou agressivos contra uma mulher quanto uma mulher feminista.

Só o caso 1 é uma reação contra o Feminismo, e eu lembro que o feminismo é a glorificação da pobreza de espírito do universo feminino. Os outros casos são o universo feminino sendo vítima, na melhor das hipóteses, da política de boa vizinhança de mulheres agradáveis com mulheres medíocres. Um homem solteiro no Brasil ou nos Estados Unidos costuma ter melhor saúde, mais dinheiro livre, mais escolaridade, mais possibilidade de emprego, mais tempo livre e mais sexo que um homem casado. Se a diferença entre homem e mulher só serve para, por exemplo, tirar vagas de trabalho do homem ou para que ele seja tratado como um leproso, um homem que tenha um relacionamento mais distante, apesar de não hostil, com as mulheres não vai só aproveitar deste relacionamento o que essas mulheres podem dar, ele pode se salvar de que elas o prejudiquem. Isso é o mais próximo do antifeminismo real. Quando mulheres criticam o Feminismo pelo mal que faz a elas mesmas, isso não é antifeminismo, nem mesmo crítica ao Feminismo. Isso é Feminismo Radical, mesmo que essa crítica produza um tratamento mais gentil das mulheres aos homens, porque a coisa toda é como garantir que os homens continuem sustentando um estilo de vida de sonhos para as mulheres. Por isso, jornais e revistas que mal publicariam uma reportagem sobre questões masculinas podem publicar uma reportagem sobre problemas de mulheres com outras mulheres no ambiente de trabalho.

Mas se nós já temos mulheres que preferem homens para chefes no trabalho ou cargos políticos, essas mesmas mulheres ainda não chegaram ao mesmo nível no relacionamento entre homens e mulheres como indivíduos humanos com, digamos, certas diferenças. Uma mulher que acredita que um chefe homem é mais amigável pode entender o mesmo tratamento amigável de um colega homem como assédio sexual. Mais: qual homem fala de sexo com uma chefe mulher? E se você é homem e é, por exemplo, um assistente administrativo de uma loja e a gerente é uma mulher boa pra c@$@£%o e fala safadezas com você, você se descontrai ou fica com mais medo ainda de dizer ou fazer besteira? E se você é a mulher, você acha que o rapaz vai se empolgar? Isso tem a ver com a nossa queda de taxa de natalidade. Você, mulher bem-sucedida profissionalmente, quer ter filhos, não acha um homem como você gostaria que não seja casado ou desinteressado do casamento. Você se aproxima de um homem solteiro que ganha menos e tem menos formação acadêmica que você, ele tem um filho com uma ex-namorada e não quer ter outro relacionamento. Você vai para um bar e volta sozinha porque nenhum homem se aproximou de você, porque você é refinada demais, porque ele tem medo de ser rejeitado ou porque ele tem medo de dar tudo certo e você denunciá-lo por estupro na semana seguinte. Tá bom, você pode não ter chegado a esse ponto, mas não estamos longe disso, e quando você vir uma mulher jovem passar por isso, você vai ver que se nenhum rapaz quer nos comer, nós não somos mulheres na prática. Ah, e eu já passei por homens me recusando quando eu estava me oferecendo, porque eles ficaram com medo.

Se uma mulher trata a heterossexualidade masculina como ofensiva, ela se nega como mulher. Se o pensamento feminista trouxe alguma liberalidade sexual, foi porque, para o movimento feminista, essa é mais uma liberdade da mulher de fazer o que ela quer. Mas o mesmo movimento feminista, quando não usa o sexo apenas para chocar a sociedade ou atacar os homens, está atacando a heterossexualidade masculina. Por exemplo, há feministas que defendem a criminalização da pornografia, a criminalização da prostituição e até a criminalização do sexo (heterossexual). Com isso, toda a diferença entre homem e mulher foi transformada em uma parafernália sem sentido. Ainda podemos ter mulheres que creem que a dignidade da mulher é a castidade, e praticam a castidade, convivendo bem com mulheres que creem que a dignidade da mulher é o lesbianismo, e praticam o lesbianismo. Mas quando elas se atacarem, será mais uma rixa interna do Feminismo Radical, onde os homens são esquecidos ou atacados. E dessa vez, a mulher não pode se colocar como antifeminista sem acreditar na liberdade sexual como liberdade também para o homem e nela mesma como indivíduo humano que inclui a heterossexualidade.

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