terça-feira, 17 de março de 2009

De que adianta trocar a burka por minissaia, tailleur ou topless, se a frigidez é a mesma?

Abigail Pereira Aranha

Nos países muçulmanos na África, pelo menos 3 milhões de mulheres por ano são vítimas da mutilação genital, a retirada do clitóris para evitar o prazer. Na Nigéria e no Irã, a suspeita de adultério leva centenas de mulheres à morte por apedrejamento todo ano. No Paquistão, o estupro coletivo continua sendo uma das formas de punição de mulheres consideradas desonradas, entre os grupos mais radicais.1 Nos países muçulmanos, a mulher tem que andar coberta dos pés à cabeça e não pode andar sozinha. O Afeganistão tem a burka, que cobre até o rosto da mulher. Uma "revolução" islâmica jogou o Irã num regime teocrático. O líder dessa "revolução", o aiatolá Khomeini, deixou seus propósitos claros ao assumir o poder em 1979: livrar o país de qualquer influência ocidental.

Aqui no Brasil e nos outros países ocidentais, temos a minissaia. Pra alguns, é um escândalo até hoje. Mas nos países mais liberais e mais evoluídos em termos de dignidade humana a mulher aproveita essa liberdade e faz, pensa e vive o que as mulheres dos países muçulmanos estão impossibilitadas de viver? Será que quem usa minissaia é mais liberal que quem usa saia ou vestido comprido? Será que as mulheres daqui se não são mais liberais pelo menos têm menos "machismo"? Nem sempre.

A mulher deixou de se casar na adolescência com alguém escolhido pelos pais, mas não é raro o casamento por interesse. Uma mulher pode usar uma minissaia ou um short, mas não ser menos puritana que uma mulher da década de 50.

Num país, a mulher se casa nova e vive pro marido e pros filhos. No outro a mulher se casa mais tarde e engravida ou faz dieta pra salvar o casamento2, e se não consegue engravidar, faz tratamento. Num país a mulher não sai de casa sem um homem da família. No outro, a mulher parece ter alergia a homem, mesmo tratando o homem bem. Num país, os pais escolhem o marido da mulher. No outro, a mulher escolhe o marido pelo dinheiro ou pela canalhice, ou escolhe um marido pobre e bonzinho pra oprimi-lo.

E quando a mulher assume cargos de destaque, às vezes ela realmente merece admiração, por qualidades não só profissionais como pessoais. Mas muitas mulheres de destaque são autoritárias e histéricas, isso quando não conseguiram subir na carreira na base do sexo. Se uma mulher de destaque tem a fama de masculinizada ou feminazista, não é a toa. A mulher que constrói um sucesso canalizando a frustração com a própria aparência, a vida afetiva mal-resolvida ou uma grande vaidade para o trabalho e os estudos existe. E essa mulher, apesar de suas conquistas pessoais, mostra sua falta de humildade, sua dificuldade de relacionamento pessoal ou suas feridas interiores, tanto no relacionamento pessoal quanto profissional. Essa mulher, que pode ser um ídolo para feministas, é um anti-modelo como pessoa e profissional.

Temos de ver que as mulheres nem sempre valorizam a liberdade e os direitos que têm, e muitas vezes são tão machistas quanto os homens machistas. Parece até combinado. As mulheres podem ter alguns direitos, mas que continuem na linha e não busquem o direito até de serem mulheres. Assim, com essa mentalidade antiga ainda na cabeça, feminismo vira pensão, aborto, lesbianismo, lei contra homem e disputa com os homens por destaque. Use burka, minissaia, tailleur ou topless, a mulher continua reprimida sexualmente.

Mas eu concordo plenamente com quem diz que uma mulher não deve ser vista como puta só porque usa uma roupa menos comportada. Eu uso vestido comprido desde os 14 anos (tenho 18) e já tenho mais picas no currículo que qualquer mocinha de minissaia vai ter na vida. Hehehehe!

NOTAS:

1 "Dia Internacional da Mulher relembra problemática da violência", Jornal Hoje, 08 de março de 2008. Disponível em http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL342652-5602,00-DIA+INTERNACIONAL+DA+MULHER+RELEMBRA+PROBLEMATICA+DA+VIOLENCIA.html.

2 Um caso está relatado na revista Sou Mais Eu, na internet em http://mdemulher.abril.com.br/beleza-dieta/reportagem/dieta/emagreci-42-kg-dieta-sanduiche-light-396547.shtml?comments=yes.

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