sábado, 16 de agosto de 2014

Se informe para não dizer que dois mais dois são quatro - episódio 3: Lola Aronovich se contradiz sobre automóveis

Lola Aronovich, "doutora em Literatura em Língua Inglesa pela UFSC", pode escrever no blogue dela sobre transporte público (na verdade as postagens são de um leitor, Thiago, vulgo Nefelibata). Claro, a senha é "CARRO, UMA OPRESSÃO SOCIAL". A porca lesbonazista desmentiu a si própria sem ver, publicando um guest post de outro leitor ("GUEST POST: DESEJAR CARRO É FATO SOCIAL NO BRASIL").

Se informe para não dizer que dois mais dois são quatro - episódio 2: professora de Filosofia que devia estar presa dá uma prova contra si mesma na sala de aula e outra no blogue do Reinaldo Azevedo

Abigail Pereira Aranha

Prova da professora "black bloc" Camila Jourdan, da UERJ, faz proselitismo sob o pretexto de ensinar filosofia

Um aluno de filosofia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) me manda um troço que é mesmo do balacobaco! Trata-se de uma espécie do símbolo do desastre intelectual que acomete os cursos da chamada área de “humanidades” das universidades brasileiras, especialmente das públicas. É claro que há pessoas pensando com seriedade nos corpos docente e discente instituições afora. É claro que há ilhas de excelência. Mas é evidente que essa não é a regra.

Lembram-se de Camila Jourdan, a tal professora de filosofia da UERJ que é, digamos, uma espécie de farol dos black blocs do Rio? É uma das que tiveram prisão preventiva decretada e depois revogada. Em sua casa, foram encontrados artefatos explosivos. Pelo visto, a doutora não acredita que a arma de uma intelectual seja uma... caneta, ou um livro, ou um teclado. Estão preparados? Vejam a prova que a “doutora” Camila aplicou a seus alunos. Volto em seguida.

Retomo

Seria apenas folclórico não fosse um procedimento extremamente autoritário. Obviamente, a prova da doutora induz os alunos a desfazer supostas falácias lógicas que, na prática, endossam os preconceitos da professora. Ou seja: ela quer contestar as falácias com as quais não concorda empregando como instrumento aquelas com as quais concorda. Camila não está preparada para ensinar, mas para doutrinar. É ridículo! É patético!

Esse desastre não é de agora. De forma larvar, começou com as Marilenas Chauis lá da década de 80, quando a filosofia era mero pretexto para a pregação política. Nesta terça-feira, por exemplo, milhares de alunos, professores e funcionários da USP são reféns de uma suposta greve decretada por uma minoria de extremistas que só se criam no ambiente universitário. Com dinheiro público.

Eu olho cheio de vergonha para a “prova” que vai acima. O pressuposto do pensamento é ele ser livre. Nada impede a doutora Camila de pensar o que lhe der na telha, mas que renuncie, então, ao emprego público no Estado que ela não respeita, diz ser autoritário e expressão da violência de uma classe.

Hoje, meus caros, quase tudo está ao alcance das mãos. Pesquisem. Não se pratica esse tipo de proselitismo vagabundo em lugar nenhum do mundo. A universidade brasileira não é um dos reinos da ineficiência por acaso.

A propósito: quem não concorda com a pregação da “doutora” deve fazer o quê? Pedir uma prova alternativa? O mais nefasto nessa história não é Camila ser adepta de uma prática doidivanas, mas, na condição de “mestra”, conspurcar a própria teoria.

É um desastre intelectual, sim, mas também é um desastre moral e ético!

(Reinaldo Azevedo, 05/08/2014, 19:33, http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/prova-da-professora-black-bloc-camila-jourdan-da-uerj-faz-proselitismo-sob-o-pretexto-de-ensinar-filosofia)

Comentários de Universidade Plebeia Revolucionária

Olá, meus amigos e minh@s inimig@s. A sujeitinha até respondeu. Quem acompanha o Tio Rei já viu. Viu inclusive que a afetação olímpica de desprezo, como diz o mestre Olavo de Carvalho, foi pior do que se ela tivesse ficado calada. Mas eu fiquei animada e vou entrar no pau também (o que vocês estão pensando vai ser mais tarde, hehehehe). Vou fazer essa questão 2, puxando a minha memória. Para o leitor entender a resposta, algumas notações de Lógica:

p Ù q: p e qp Ú q: p ou q~p: não p
p Þ q: se p, então q (ou p implica em q)
Px: x é P("x)(Px Þ Qx): todo x que é P é Q
($x)(Px Ù Qx): algum x é P e Q
Se no seu navegador estiverem uns símbolos esquisitos, Ù é tipo um acento circunflexo (^) maior, tipo um v pequeno de cabeça pra baixo; Ú é um v tipo o minúsculo fonte Tahoma ou DejaVu Sans (a que aparecer na sua tela); Þ é uma seta; " é aquele sinal de "para todo", o A maiúsculo de cabeça pra baixo; $ é aquele sinal de existe (o E ao contrário)

2. Estabeleça formalizações adequadas na linguagem do Cálculo de Predicados de primeira ordem utilizando a interpretação estabelecida (4,0 [pontos])

Domínio = O conjunto dos manifestantes

C: é coxinha

P: é professor em greve

B: é black bloc

P2: é policial infiltrado

P3: é do PSTU

P4: é do PSOL

G: é jornalista da Globo

S: (i) é liderança de (ii)

E: (i) entrega (ii)

L: (i) é contrário ao (ii)

I: (i) interpreta (ii) a partir de (iii)

T: (i) é crítico de (ii) a partir de (iii)

a: Ana

b: Bruno

c: Carlos

d: Daniel

e: Eduarda

f: Fábio

a) Bruno é Black bloc e professor em greve.

Bb Ù Pb

b) Nenhum professor que aderiu à greve é coxinha.

~("x) (Px Ù Cx), ou ("x) (Px Þ ~Cx) (todo professor que aderiu à greve não é coxinha)

c) Todo professor em greve, se não é do PSOL nem do PSTU, não é contrário à tática Black bloc.

~("x) L((Px Ù P4x Ù P3x), Bx)

d) Todo manifestante, do PSOL ou do PSTU, é coxinha, mas nem todo coxinha é do PSOL ou do PSTU.

("x)((P4x Ú P3x) Þ Cx) Ù ($x)(Cx Ù ~P4x Ù ~P3x)

e) Daniel, Eduarda e Fábio são a favor do uso da tática Black Bloc por quem quer que seja, eles, entretanto, não usam a tática.

(~L(d, B) Ù ~Bd) Ù (~L(e, B) Ù ~Be) Ù (~L(f, B) Ù ~Bf) (se eles não usam a tática, eles não são)

f) Carlos é seguidor de um membro do PSTU e contrário a todo usuário da tática Black Bloc.

P3m Ù S(m, c) Ù ("x)L(c, Bx), se "um membro do PSTU" for mesmo ALGUM MEMBRO, que eu chamei de m.

g) Alguns coxinhas criticam todos os Black Blocs a partir de uma jornalista da globo.

($x, "y, $z)((Cx Ù By Ù Gz) Þ T(x, y, z)), se "uma jornalista da globo" (minúscula no original) for ALGUMA JORNALISTA. Se "uma jornalista da globo" for a Rede Globo como um todo, fica ($x, "y, "z)((Cx Ù By Ù Gz) Þ T(x, y, z))

h) Se Carlos fosse do PSTU, ele também seria um policial infiltrado, pois todos que entregam alguém são policiais infiltrados.

("x, "y)(E(x, y) Þ P2x) Þ (P3c Þ P2c) (Viram a conexão? Nem eu)

i) Nenhum manifestante, professor ou Black bloc, que interpreta algum outro a partir do PSTU é liderança.

~("x, "y, "z)((Px Ú Bx) Ù (Py Ú By) Ù P3z Ù I(x, y, z) Ù S(x, y)) - vamos assumir que "a partir do PSTU" é "a partir de um membro do PSTU".

Camila Jourdan, a Salomé dos black blocs, fica bravinha comigo e decide posar de grande especialista… Estou tão assustado!!!

Camila Joudan, a Salomé dos black blocs, quer brincar comigo...

Camila Jourdan, a Salomé dos black blocs, quer brincar comigo…

Oba! Hoje tem festa! A professora e doutora Camila Jourdan — a Salomé dos black blocs — resolveu responder a um post que escrevi aqui no blog, em que demonstro que ela usa prova de filosofia para fazer proselitismo político de baixa extração. Doeu. Tanto doeu que ela respondeu. E resolveu, arrogante como é — o que eu já tinha percebido —, brincar de senhora do “discurso competente”, como diria Marilena Chaui, a decana da ideóloga disfarçada de filósofa.

Por que ela está tão bravinha? Porque caiu nas graças da imprensa — que seus amiguinhos chamam “mídia” —, onde se podia ler que, apesar de ela se misturar a extremistas, seria uma intelectual preparada. Sua “prova” denuncia o contrário. Não passa de uma prosélita vulgar. Mas vamos à resposta em que a black bloc decide posar de grande pensadora.

*

“Vou repetir aqui os comentários que fiz na postagem de um amigo, pois isso precisa ser divulgado. Eu normalmente não leio a mídia falando de mim para evitar a fadiga e o estresse, mas depois do comentário deste amigo não pude deixar de ler o link abaixo e responder. Reinaldo Azevedo, desastre intelectual é você não sabe sequer o que é uma falácia (meus alunos do primeiro período poderiam talvez ajudá-lo), a avaliação demanda uma simples formalização, não demanda qualquer avaliação de validade até porque, em sua maioria, as proposições que devem ser formalizadas não são sequer argumentos. Não que você saiba o que é validade ou o que é um argumento, já que não sabe sequer o que é uma falácia. Você tem mesmo, Reinaldo, que olhar cheio de vergonha para a prova, já que não é sequer capaz de entendê-la, muito menos de resolvê-la. Falar bobagens sobre a prova é mole, quero ver me enviar ela resolvida. Mas já que você não sabe o que é formalização, acredita que estou defendendo posições com a questão e, assim, doutrinando alguém. Por outro lado, você sim está doutrinando quando fala de algo que poucos conhecem como se conhecesse e, portanto, leva as pessoas a acreditarem que se trata do que você falou (ah, isso sim é mesmo uma falácia!). Outra coisa: as formalizações excluem o conteúdo (claro que você não sabe a diferença entre forma e conteúdo), por isso o professor ou autor pode usar o conteúdo que quiser. Os conteúdos atuais são atrativos aos estudantes e este é o caso do conteúdo na prova em questão. Se isso passa mensagens independentes da matéria, isto é, independente do que está sendo avaliado (de tal modo que qualquer um pode discordar de mim e tirar 10, desde que saiba formalizar, o que não é o seu caso) é outra questão, e é, de qualquer modo, inevitável qualquer que seja o conteúdo escolhido. Natural que eu passe as mensagens que eu acredito, não que o aluno precise concordar com isso para acertar a formalização. Ninguém nunca reclamou das mensagens reacionárias que um dos manuais mais famosos de lógica, do Copi, utiliza em seus exemplos, defendendo explicitamente o EUA durante a Guerra Fria. Bom lembrar que este foi, e ainda é hoje, o livro de Lógica mais adotado nas escolas e universidades. Mas é claro que Reinaldo Azevedo não sabe disso porque ele jamais estudou lógica. Só mais uma coisa, tenho que agradecer por terem divulgado minha prova, tenho muito orgulho dela. ” (Camila Jourdan. 06.08.14)

*

Respondo

Isso é professora de filosofia sem SEQUER saber empregar a palavra “sequer”, tropeçando de modo vergonhoso na regência verbal. Então tire a máscara, mocinha, e vamos falar como gente grande, sem explosivos na mão. De todo modo, interessante o estilo: imaginem o efeito que ela provoca em jovenzinhos assanhados, com a testosterona à flor da pele e sem nenhum livro na cabeça. Como não sou candidato a seu namorado…

Embora ela apele a um trololó mal digerido sobre a distinção entre forma e conteúdo — acha que me assusta com essas distinções de meados do século passado… — para negar que sua prova seja proselitismo intelectualmente vigarista, admite, sim, que está, como é mesmo?, “passando mensagens”, não é? Como ignorar esta maravilha de terceira categoria intelectual, redigida num português de quinta: “Natural que eu passe as mensagens que eu acredito (…)”. Não! O natural é que a senhora dote seus alunos de instrumentais para pensar por conta própria. A sua militância pessoal não tem de ser levada para a sala de aula. Ou, então, monte uma seita religiosa.

Segundo Camila, qualquer um pode discordar dela e tirar 10 — quanta generosidade! Embora toda a sua prova — submetam a qualquer especialista — induza os alunos a concordar com ela. A brincadeira desta livre-pensadora é a seguinte: “Discorde de mim se for capaz”. Com todo o respeito, não passa de vigarice intelectual — e meio analfabeta, o que é pior.

Um trecho de sua cascata me intrigou: durante a Guerra Fria, o bom era defender o outro lado, doutora? Pelo visto, segundo as suas considerações, sim. Desde que se estivesse do lado de cá da Cortina de Ferro, não é mesmo?, já que os que estavam do lado de lá não tinham a chance de fazer o contrário. Eu não sei se a senhora entendeu. Acho que não.

Que pena! Até eu cheguei a achar que estávamos diante de uma pessoa mais interessante. Camila Jourdan é só mais uma que usa o posto privilegiado de professora — funcionária do estado que ela renega — para se comportar como “a bufona séria que não mais toma a história universal por uma comédia, mas a sua própria comédia pela história universal”.

Camila, tire a máscara de professora e vá definitivamente para a rua ou tire a máscara de black bloc e assuma o seu posto com mais responsabilidade. Os pobres que pagam o seu salário merecem que esse dinheiro tenha uma boa destinação.

(Reinaldo Azevedo, 06/08/2014, 15:47, http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/camila-jourdan-a-salome-dos-black-blocs-fica-bravinha-comigo-e-decide-posar-de-grande-especialista-estou-tao-assustado)

Fechando

Olha, a parte do Copi (Irving Copi, "Introdução à Lógica") defender os Estados Unidos eu não me lembro, pode até ser um lapso da minha memória. Mas o que é achar americanismo em livro de Lógica para quem acha que baderneiro assassino é preso político?

"Tio Rei, pra rir um pouquinho…vc já percebeu como as 'militantes' esquerdopatas em sua grande maioria são mequetrefes e nenhuma beldade…a Sininho até que é bonitinha (mas ordinária),mas veja só..Graça Foster, Ideli Salvati,Marilena Chaui, Dilma, Marta Suplicy, Erenice, essa 'filósofa' citada acima, e tantas outras… … eu detesto esquerdopata! essa moça teve o que mereceu..sua resposta foi uma obra prima!". Comentário do Susca, 7/8/2014 às 15:49. Pensei nisso também.

Pra você ver como esquerdopata (royalties para o Tio Rei) ensinando Lógica em curso de Filosofia é como homeopata dando aula em curso de Farmácia: aquela parte dos predicados está melhor no "Iniciação à Lógica Matemática", do Edgar de Alencar Filho (me baseei nele, de memória). Até na dica de livro ela podia ter sido melhor. Normal! Qualquer universitário decente já viu ou tem colega que teve um professor que errou gabarito, que teve que anular questão por erro de digitação, que deu questão de prova com matéria que não ensinou, que só deu metade da ementa a três semanas de acabar o semestre, que já deu gafe na própria matéria em sala. Fora os professores que dão mais da metade dos pontos do semestre em "trabalho prático" que é procurar material na internet para montar apresentação do PowerPoint.

Ah, e já que o Tio Rei disse que "a universidade brasileira não é um dos reinos da ineficiência por acaso", a Universidade Federal do Rio de Janeiro é a melhor do Rio e posição 284 no ranking 2013, atrás da Universidade de Mahidol, Tailândia (283); da Universidade dos Andes, Colômbia (274); Universidade Nacional Chiao Tung, Taiwan (230); da Universidade do Chile (223); da Universidade de Buenos Aires, Argentina (209 - só a USP está na frente, imagine a Argentina ganhando a Copa aqui); da Universidade da Malásia (167); da Pontifícia Universidade Católica do Chile (166); da Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul (145); da Universidade Técnica da Dinamarca (134, menos de 6 milhões de habitantes, uns 700 mil a menos que a cidade do Rio de Janeiro) e de três universidades de Israel (é, se Israel entendesse só de guerra, seria uma Coreia do Norte mal sucedida). A srta. Camila ensina na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que não está nem entre as 500. Só pra lembrar na hora que uma greve de professores com participação de PSOL e black blocs pedir 10% do PIB na educação. Não pague os 10%!

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Especial Siri

Siri Very Big Boobs

(Peitos muito grandes de Siri / Seni molto grandi di Siri / Pechos muy grandes de Siri)

Siri Very Big Natural Tits Fucks In The Office

(Siri tetas naturais muito grandes fode no escritório / Siri molto grandi tette naturale scopa in ufficio / Siri muy grandes tetas naturales folla en la oficina)

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Feliz Dia dos Pais para os homens que prestam

Abigail Pereira Aranha

Boa tarde, meus amigos e minh@s inimig@s. Eu estava ausente na internet (apenas uma visão rápida no Facebook e parabéns a 4 amigos pelos seus aniversários no Dia do Pais) para mais uma aventura de diversão, diversão sexual e não-sexual, no Dia do Pais (segundo domingo de agosto no Brasil), como no Dia do Homem no Brasil com o meu pai. Um ano atrás, eu escrevi um pequeno texto intitulado "Dia dos Pais infeliz?", mas, como eu fiz no Dia do Homem no Brasil (15 de julho), eu vou tentar colocar um pouco de alegria nisso.

O Dia das Mães é o segundo Dia Internacional da Mulher, em ambos os dias uma mulher, afinal, é santificada só porque ela é uma mulher. Nós antifeministas não temos que espelhar isso. Eu tenho amigos homens com pais horríveis, alguns deles deixaram suas mães abandonadas para viver com alguma vadia (eu recomendo a postagem "Toxic Fathers" - pais tóxicos -, no The Spearhead, traduzida para o português no Canal do Búfalo). Mas os pais não se comportam assim porque eles são homens, da mesma forma que as mães não são dedicadas a seus filhos apenas porque são mulheres e mães. Assim, os bons pais têm que ser lembrados. Além disso, normalmente são os pais que sustentam o grupo familiar, incluindo a maior parte das famílias em que as mães e até mesmo filhos / filhas também trabalham, o que é um pouco de crédito inclusive para alguns canalhas. Bem, você pode conhecer casos de homens de 40, 60 anos atrás, que eram casados e tiveram sexo fora do casamento, incluindo filhos com uma ou duas mulheres além de seus cônjuges, e suas mulheres sabiam disso e toleravam, porque elas não tinham emprego e eram economicamente dependentes. Mas enquanto esse homem é condenado por pelo menos metade da nossa sociedade, inclusive eu e os MRA (ativistas de direitos dos homens), quem repudia as mulheres que exploram homens usando a pensão alimentícia? Mesmo os homens que olham para aqueles mulherengos com admiração ou inveja ou são homens como eles, mas ainda principiantes, ou bons homens ainda virgens quando tinham 25 anos de idade. Como uma defensora da safadeza, eu acho que é menos do que o mínimo que uma mulher vazia estúpida frígida merece por contribuir para a construção de uma sociedade onde o sexo ou tentar ver os seios de uma mulher são os piores crimes, enquanto tenta usar a quase única oportunidade sexual de um homem para explorá-lo; e menos do que o mínimo que o pai dela merece por atrapalhar a vida sexual de outros homens como ele mesmo foi um dia.

Mas bons pais têm de ser parabenizados. Especialmente aquele bom pai que a esposa é uma vadia lésbica, que o filho é um socialista que defende bandido e que a filha é uma estudante universitária lesbo-nazista ingrata, todos abusando do fruto de seu trabalho duro, enquanto ele não tem quietude mesmo para ficar em um bar com amigos após o trabalho do dia-a-dia. E aqui vai este relato.

Eu planejei uma festa para um homem que conheci por um amigo comum cerca de duas semanas atrás, que, descobri, é o pai de um outro amigo em outra cidade. Então, eu juntei este amigo, meu pai, meus irmãos, minhas irmãs, seus cônjuges, minha mãe e alguns amigos. E quem tem filhos ou seus pais, os trouxe. Ah, eu pude trazer também dois tios amados (sem suas esposas). Eu aluguei um ônibus, saindo da cidade do meu pai às 7:00. Antes de eu sair da minha cidade, eu deixei a equipe de cozinha (quatro amigos) preparando bolos, suco, café e cachorros-quentes. E para começar o dia de hoje, eu dei... beijos de bom dia (nós não podíamos fazer sexo, era umas 04:00, estávamos todos quase caindo no sono). Eu aluguei um sítio e fui para o ponto de partida para orientar os motoristas. Na viagem, tivemos dois motoristas, um amigo da minha família e meu pai, que receberam as boas-vindas com nosso café da manhã. Obrigada aos meus homens na cozinha!

Eu gostaria de destacar os pais em si. Eles foram especialmente selecionados: apenas bons pais. Um deles era aquele pai que eu mencionei antes, que foi uma boa surpresa para seu filho encontrá-lo novamente, porque ele se divorciou da mãe do meu amigo e ela impediu o contato. Outro mal pôde nos ver brevemente, porque ele é um mineiro (de Minas Gerais, mas também trabalha em minas de ferro) e tinha que ir trabalhar naquele dia à tarde (por pouco, eu nem vi ele). Outro tem depressão e foi trazido para o nosso encontro por seu filho, ele disse para mim e seu filho que ele estava melhor porque ele esteve conosco. Outro, meu amigo, não pôde ver sua filha por causa de sua mãe (vou chamá-la Concebida*) mantendo-os longe, inclusive morando em outra cidade. Em má sorte para a vadia, convidei seu primo que é meu amigo (vou chamá-lo de Alex*) e ele teve que ir exatamente para a reunião familiar onde ela estava com a garotinha, então ele deu o seu celular para ela e ela pôde falar com seu pai ocultamente. Esta cidade (vou chamá-la de Paracatu*) estava em nossa rota (eu vou voltar nisso mais tarde). Mas havia pais felizes também. Um deles é um violonista profissional, com uma graduação recente em Direito, ele tocou para nós. Outro é um contador em uma empresa modesta com um ambiente muito agradável. Havia até mesmo pais casados ​​com suas esposas, aparentemente em boas vidas de casados ​​(pais de alguns amigos).

Eu ficaria muito satisfeita se pudesse saltar de dentro de um bolo nua para ser fodida por todos aqueles homens, mas as minhas irmãs não iriam se juntar a mim nisso. Bem, havia uma barraca de camping que um amigo (vou chamá-lo de Heitor*) trouxe para seus filhos, e eu brinquei que seria feita lá a Barraca do Sexo, de modo que quem não sabia que eu sou sem vergonha descobriu, hehehehe. Mas nós fizemos o nosso Bang Bus. Nós realmente precisávamos ir a uma cidade perto para comprar algumas coisas. Chamei o nosso segundo motorista (o amigo da minha família) para ir comigo e quatro amigos. Visto que os meus amigos estavam no ônibus dez minutos antes, eles puderam foder minha buceta. Fiquei espantada com como conseguimos interromper! Em nossa viagem, meus amigos ficaram reclinados no banco à minha frente e eu chupei seus paus e eles gozaram no meu rosto e meus seios. Meninos, não desejem transar em um ônibus intermunicipal, o espaço é apertado e o balanço pode ser desconfortável e, provavelmente, levá-los a baterem o joelho na menina. Mas isso não aconteceu aqui. Quando o nosso ônibus estacionou, o motorista e os meus amigos foram para comprar os alimentos. Como havíamos planejado. O motorista entrou no ônibus primeiro, eu o chamei e ele me encontrou nua e com o rosto cheio de esperma. Ele estava um pouco chocado, mas eu disse fique calmo, meu pai até me pegou nua na casa de alguns amigos. Então, ele fodeu minha buceta (eu sabia que ele estava preocupado com o meu pai). E ele teve orgasmo muito rapidamente, eu estava usando um preservativo feminino prevendo isso. Ele disse que pensou que eu estava brincando quando falava de putaria e aventuras sexuais quando eu estava com ele e meu pai ou irmãos (inclusive porque estes casos eram engraçados).

Um pouco mais de três da tarde, chegamos em Paracatu*, perto da casa do Alex*. Eu liguei para Alex* se encontrar conosco. No ônibus, levamos um pouco de comida da festa. Ele me fodeu no ônibus e comeu nossa comida. Depois disso, fiz uma travessura com Concebida*. Bem, eu prefiro não contar aqui, mas a cadela não foi ferida. Hua, hua, hua, hua, hua!

Voltamos para a festa (aquela para a qual fomos trazer comida). Foi muita comida, muita bebida, muita diversão, muito bate-papo, muita música, só faltou safadeza. No sítio. No "Bang Bus", eu dei assistência aos meus 4 amigos da "equipe de cozinha" e os 7 rapazes que não estavam na nossa primeira viagem. Uma dessas viagens (foram quatro) foi com Heitor* e eu "conheci" seus dois filhos, de 14 e 16 anos (eu tinha estado com esses adolescentes e seu pai antes e eu sabia que era seguro), e um amigo (eu e os "velhos" ensinamos aos "jovens"). Ah, as "crianças" e nosso motorista não foram incluídos nesse 11, na última viagem o motorista estava tímido em me compartilhar com dois rapazes, mas nós o animamos e ele veio. Todas as viagens tiveram menos de 2 km, até um pedaço de terreno plano ao lado de uma estrada (cortinas fechadas, para evitar acidentes), e foram feitas escondidas (o ônibus não pode ser estacionado no sítio, mas em uma área de grama a 300 m da entrada).

Parando de fornicação (sete fodas, mas estou indo para outro assunto, hehehehe), eu estava maravilhada de que alguns homens lá (que não me conheciam antes) me disseram que nuncam tinha estado tão felizes antes. Eles falaram sobre experiências ruins, experiências boas, maus filhos, bons filhos, mulheres ruins, mulheres boas, ética. Eu adicionei falando de universidade, saúde, política e até mesmo putaria (até mesmo algumas coroas ouviram e riram, mas o que eu faço, eu duvido que eles iriam aguentar, hehehehe). E eu fiz algumas piadas como: "depois de tudo isso, pelo menos ninguém disse que trabalhou na mineração para sustentar uma filha em uma universidade para ela dizer que um homem não suportaria ser uma mulher". Ah, eu tive um tempo no sítio para conversar com eles também, hehehehe.

Às 20:00, voltamos para casa. Eu dei um abraço em cada pessoa que estava conosco. Eu mal ouvi uma senhora dizer para outra senhora que os filhos do Heitor* foram muito sem vergonha quando me abraçando (elas não poderiam imaginar...). Por último, mas não menos importante, eu dei um abraço no meu pai, com a minha cabeça em seu peito. Fomos para o ônibus e eu fui a primeira passageira a me despedir. A minha casa foi a primeira parada. Fui para minha cama e me senti muito bem. Na parte da manhã, quando abri os olhos e estava na hora de acordar para ir para o meu trabalho (em uma oficina mecânica).

sábado, 9 de agosto de 2014

Revista Época publica matéria CRIMINOSA sobre o masculinismo

Abigail Pereira Aranha

Em defesa do macho oprimido

Um movimento internacional promete lutar pelos direitos dos homens contra a opressão do feminismo

Felipe Germano e Júlia Korte

A cidade americana de Detroit recebeu, no fim de junho, uma conferência apropriada para a vocação viril da cidade, considerada por décadas o centro da indústria automobilística mundial. Um grupo de 200 pessoas, em sua maioria homens, reuniu-se na periferia, num centro para veteranos de guerra, com o objetivo de discutir as ameaças encontradas por eles na sociedade moderna. Na pauta da Primeira Conferência Internacional sobre as Questões dos Homens não estavam temas como crises econômicas ou violência nas ruas, assuntos que costumam preocupar adultos em idade produtiva. O debate era de outro gênero: como as conquistas femininas das últimas décadas tornaram o mundo um lugar mais hostil para os homens - e o que eles podem fazer para se proteger do crescente poder feminino.

"Temos o direito de não sofrer violência doméstica nem de ser acusados injustamente de violentar mulheres", diz o americano Dean Esmay, um dos responsáveis por A Voice for Men (Uma Voz para os Homens, em português), organização que planejou o evento. Por mais que as estatísticas desmintam, esses homens sentem que vivem num mundo dominado por mulheres.

A convenção, marcada para acontecer num grande hotel no centro de Detroit, foi transferida para a periferia depois que a organização, conhecida pela sigla AVfM, afirmou ter sofrido ameaças de atentados de grupos feministas. Mesmo sem exibir provas, a AVfM conseguiu arrecadar pela internet, em 24 horas, US$ 25 mil para reforçar a segurança do evento. A eficácia da mobilização virtual é um indício da popularização desse tipo de grupo, mesmo no Brasil. "Temos crescido num ritmo rápido", diz o paulistano Aldir Gracindo, de 42 anos, editor da página brasileira da AVfM.

Não é difícil encontrar outros núcleos parecidos no país. Eles não têm a organização formal da AVfM e limitam-se a grupos de discussão na internet, em que os usuários resistem em revelar a identidade. Numa busca rápida pelo Facebook, é possível encontrar pelo menos dez páginas brasileiras dedicadas ao que é chamado de masculinismo: a defesa dos interesses dos homens num mundo que, segundo eles, favorece crescentemente as mulheres. Esses grupos de debate contam com cerca de 80 mil participantes. Fora do Facebook, o Fórum do Búfalo tem 1.000 integrantes.

Os participantes desses grupos querem ser chamados de defensores dos direitos dos homens. Os estudiosos das ciências sociais consideram "masculinistas" um termo mais adequado. A palavra marca a oposição às feministas, mulheres que lutam desde o começo do século passado pela ampliação dos direitos femininos. "Esses homens acham que precisam proteger seus privilégios porque as mulheres, finalmente, conquistaram a igualdade", diz a socióloga americana Lisa Wade, especialista em questões de gênero. "Elas têm um nível igual ou maior de educação formal e ocupam os mesmos cargos que eles nas empresas. Eles querem impedir esse progresso".

Entre as bandeiras masculinistas há causas que contam com a simpatia das feministas, como o aumento da licença-paternidade ou o fim da cultura que atribui à mãe a tutela dos filhos após o divórcio. A gênese do movimento masculinista, em meados da década de 1970, explica parte dos ideais em comum. "No princípio, grupos de homens se reuniram para ajudar as mulheres na luta contra o sexismo e a desigualdade entre os gêneros", afirma o sociólogo canadense Francois Dupuis-Déri, responsável pela pesquisa de antifeminismo da Universidade de Quebec, no Canadá. Com o tempo, eles começaram a discutir mais sobre os problemas dos homens que das mulheres, e houve uma divisão. Alguns continuaram a lutar contra a cultura patriarcal, outros passaram a defender os direitos dos homossexuais, e um terceiro grupo se convenceu de que a fonte dos problemas eram, na verdade, as conquistas das mulheres. "Eles passaram de aliados a opositores das feministas", diz Dupuis-Déri.

Uma das causas mais caras aos masculinistas é garantir que os homens sejam tratados "com justiça" nos casos de violência sexual. Eles alegam que, na prática, os homens são considerados automaticamente culpados, sem usufruir o benefício da dúvida. Talvez seja assim na Suécia ou nos Estados Unidos. No Brasil, muitos estupradores escapam impunes.

Tanto aqui como lá, masculinistas gostam de dizer que certas mulheres "merecem ser estupradas" pela forma como se vestem. Ou afirmam que elas "exageram" sobre ter sofrido violência, com o objetivo de prejudicar os homens. O objetivo geral dessas afirmações é transferir a responsabilidade da violência para as mulheres. Uma campanha promovida por um grupo masculinista no Canadá trazia os seguintes dizeres: "Só porque você se arrependeu de seu caso de uma noite, não significa que não tenha sido consensual". O americano Paul Elam, criador do AVfM, fez a seguinte declaração: "Eu deveria ser chamado para julgar um caso de estupro. Comprometo-me publicamente a votar que o réu é inocente, mesmo que as evidências apontem que ele é culpado". Em 2011, Elam criou o Register-her, uma espécie de lista negra virtual de mulheres que, segundo ele, "ferem os direitos dos homens". A lista continha fotos, nome completo e até endereço, acompanhado de legendas como "falsa acusadora (de estupro)". O site permanece no ar, agora com informações sobre quatro feministas que se opõem aos masculinistas.

Ao fazer esse tipo de incitação, muitos masculinistas transitam numa linha tênue entre a legalidade e a ilegalidade. No Brasil, qualquer mensagem ofensiva, se dirigida especificamente ao perfil ou identidade de alguém, pode ser denunciada à Justiça. Quando as ofensas ou ameaças são dirigidas a grupos, como as mulheres, a condenação depende de cada juiz. "Muitos pensam que o direito à liberdade de expressão permite que se fale ou escreva qualquer coisa", diz a advogada Isabela Guimarães, sócia do escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados. "Não é assim. O direito das outras pessoas precisa ser respeitado".

Existe entre as feministas o temor de que a disseminação do preconceito, promovida por simpatizantes do movimento masculinista, passe da esfera virtual para a vida real e se transforme num número ainda maior de casos de violência contra a mulher. No Brasil, o governo estima que 2 mil mulheres sejam mortas todos os anos por parceiros ou ex-parceiros. As feministas temem que o discurso agressivo dos masculinistas possa influenciar pessoas mentalmente instáveis e acabar em tragédia. É o que parece ter acontecido no caso do americano Elliot Rodger, de 22 anos. Em maio passado, ele matou duas universitárias e quatro rapazes na Califórnia. O teor do vídeo que gravou antes do crime ecoa a conversa de fóruns masculinistas. Rodger disse que foi forçado "a enfrentar uma existência de solidão, rejeição e desejos negados", porque as meninas não se sentiram atraídas por ele. Por isso, afirmou, mataria "cada vagabunda loira mimada". Disse e fez. "Na prática, os masculinistas não lutam pelos direitos dos homens. O discurso deles é de ódio às mulheres", afirma a feminista Lola Aronovich, professora da Universidade Federal do Ceará. Nem todos os masculinistas cabem nessa definição. Que alguns caibam, é um problema.

O dicionário do preconceito

Algumas das expressões cunhadas ou popularizadas por grupos masculinistas

Confrades. Como os membros de grupos chamam uns aos outros. O termo é usado originalmente em organizações religiosas.

Matrix. Numa referência ao filme de 1999, a matrix é a sociedade que privilegia as mulheres, sem que os homens notem.

M$ol. Apelido de mães solteiras. O cifrão insinua que as mulheres querem só tirar dinheiro dos homens pela pensão.

Alfa. Os masculinistas dizem que o homem alfa é o objeto do desejo das mulheres por ser rico e poderoso.

Mangina. Vem da junção man (homem) e vagina. Descreve os homens que defendem o feminismo ou idolatram a mulher.

Feminazi. A aglutinação de feminismo e nazismo sugere que o movimento das mulheres seja uma doutrina totalitária.

Revista Época, nº 844, 01 de agosto de 2014, pág. 92-4.

Comentários de A Vez das Mulheres de Verdade / A Vez dos Homens que Prestam

Eu não falei em crime no título só pra chocar. Mas antes vamos rir um pouquinho.

1) "A AVfM conseguiu arrecadar pela internet, em 24 horas, US$ 25 mil para reforçar a segurança do evento. A eficácia da mobilização virtual é um indício da popularização desse tipo de grupo, mesmo no Brasil". Se juntando leitores diretos do blogue e amigos que compartilharam no Facebook foram 500 pessoas no Brasil e nos Estados Unidos, cada uma doou em média 50 dólares. Cento e poucos reais, ou quase 40 euros pra cada um. E isso é preocupante.

2) No mesmo parágrafo (o 4º), uma lesbonazista diz que os homens precisam proteger seus privilégios e que as mulheres têm nível maior de educação formal e os mesmos cargos que eles nas empresas. E por que os MRA se incomodam com a igualdade? Todo homem tinha escravas sexuais antes?

3) "'No princípio, grupos de homens se reuniram para ajudar as mulheres na luta contra o sexismo e a desigualdade entre os gêneros' (...). Com o tempo, eles começaram a discutir mais sobre os problemas dos homens que das mulheres, e houve uma divisão". Quando eu estava com as mulheres feministas, diziam que eu lutava por direitos iguais. Quando eu comecei a discutir problemas dos homens, me chamaram de mascu. Ah, e o sociólogo canadense também disse que "força da polícia não se compara à dos black blocs" numa entrevista ao Último Segundo.

4) "Eles alegam que, na prática, os homens são considerados automaticamente culpados". "Muitos estupradores escapam impunes". Nós falamos de inocentes presos, eles falam de culpados soltos. Ou um acusado inocentado é estuprador impune, jornalistas?

5) "Masculinistas gostam de dizer que certas mulheres 'merecem ser estupradas' pela forma como se vestem". A gafe do IPEA já foi reconhecida, meus bens.

6) "Quando as ofensas ou ameaças são dirigidas a grupos, como as mulheres, a condenação depende de cada juiz. 'Muitos pensam que o direito à liberdade de expressão permite que se fale ou escreva qualquer coisa', diz a advogada Isabela Guimarães, sócia do escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados. 'Não é assim. O direito das outras pessoas precisa ser respeitado'". OK, doutora, e contra homem é legal?

7) "Existe entre as feministas o temor de (...) [um] número ainda maior de casos de violência contra a mulher. No Brasil, o governo estima que 2 mil mulheres sejam mortas todos os anos por parceiros ou ex-parceiros." O total geral no ano passado foi mais de 56 mil homicídios, cerca de 5 mil mulheres. Como as mulheres são 52% da população, ainda faltam uns 50 mil feminicídios para chegarmos à igualdade. Hua, hua, hua, hua, hua!

8) A leitoa lesbonazista foi chamada para dar a opinião dela. Agora podemos exigir espaço para nós machistas homofóbicos racistas falarmos sobre a Marcha das Vadias, o Parada LGBT e o Movimento Negro.

Agora vamos aos crimes (falar dos crimes, porque o único crime que eu aceito é a prostituição, hehehehe):

1) Calúnia (art. 138 do Código Penal): acusação de incitar a violência e provavelmente de defender estupradores.

2) Injúria (art. 140): o masculinismo não é um dos "assuntos que costumam preocupar adultos em idade produtiva".

3) Denunciação caluniosa (art. 339 - "dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente"): a matéria tenta ligar o A Voice For Men ao caso Elliot Rodger, mesmo a página tendo escrito sobre o caso um artigo de 29 de maio ("You want to blame the MHRM for Elliot Rodger? Blame gynocentrism instead" - Você quer culpar o MHRM para Elliot Rodger? Culpe o ginocentrismo em vez disso) e outro de 25 de maio ("Murderer kills six: 4 men and 2 women. Cause: Misogyny!" - Assassino mata seis: 4 homens e 2 mulheres. Causa: misoginia!).

4) Favorecimento real (art. 349): a Lola Aronovich tem duas denúncias ao Ministério Público justamente por tentar criminalizar o masculinismo.

E prova de que isso não é matéria sobre masculinismo, mas um bullying lésbico-mangina, o Aldir Gracindo deu entrevista e mal foi citado de passagem. A matéria diz que é sobre a polícia e quem mais fala é o narcotráfico.

Mas uma coisa boa dessa matéria é que eles não puderam distorcer tudo. Se alguém bem alfabetizado ainda não nos conhecia, vai ficar conhecendo. Podemos crescer como movimento ou pelo menos ajudar mais gente. Mas pelo menos, essa revista e a imprensa brasileira afundam ainda mais na esquerdopatia panfletária e na insignificância de público. Daqui a pouco, o Brasil de Fato ou o Causa Operária passa à frente de uma revista dessas.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Mídia machista tenta desqualificar mulheres terroristas usando a vida amorosa e o ser mulher

Abigail Pereira Aranha

Bom dia / boa tarde, meus amigos e minh@s inimig@s. Estava eu navegando em uma página feminista (Unidade Feminista PT) e vi um compartilhamento de um texto da revista Fórum. Antes da pérola, uma breve explicação para não-brasileiros.

O desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Horta Fernandes, do Tribunal de Justiça do Rio, negou os respectivos pedidos de habeas corpus de 23 pessoas acusadas de envolvimento em atos violentos em protestos. Dezoito se encontram foragidos. Entre os presos, estão Eliza Quadros, a tal Sininho; Camila Jourdan, professora de filosofia da Uerj (!!!), e seu namorado, Igor D'Icarahy — cujo pai é advogado, papa-fina. Além de negar o pedido, Horta Fernandes repudiou os termos ofensivos empregados pela defesa dos acusados, que classificou o magistrado Flávio Itabaiana, que acolheu a denúncia do Ministério Público e determinou a prisão preventiva dos 23 acusados, de "juiz prepotente" e "espírito de carcereiro".

(...) Não se esqueçam a quem apelou Sininho quando um dos assassinos do cinegrafista Santiago Andrade foi preso: o deputado estadual Marcelo Freixo.

(...) O Fantástico teve acesso à denúncia oferecida pelo Ministério Público. Informa a reportagem:

De acordo com a denúncia, o Movimento Frente Independente Popular estabeleceu, em reuniões fechadas, que o protesto pacífico não seria meio hábil para alcançar os objetivos dos grupos. E decidiu que deveria ser incentivada a prática de ações violentas no momento das manifestações, tais como a depredação de bancos, de estabelecimentos comerciais e o ataque a ônibus e viaturas policiais. Segundo o promotor de justiça Luis Otávio Figueira Lopes, a denunciada Eliza de Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho pode ser identificada como uma das principais lideranças da frente.

A ocupação da Câmara Municipal por manifestantes, em agosto do ano passado, poderia ter tido consequências mais graves. Segundo a denúncia, havia um plano para incendiar a sede do poder legislativo do Rio. A denúncia afirma que Eliza foi vista comandando manifestantes, no sentido de carregarem três galões de gasolina para a Câmara Municipal, passando a incitar os demais manifestantes a incendiar o prédio. O objetivo, segundo a denúncia, não foi alcançado em razão da intervenção de outros participantes dos atos, fatos apontados no depoimento de uma testemunha, que teve a identidade preservada pelo Ministério Público.

Escutas telefônicas feitas com autorização da Justiça revelaram que Camila Jourdan, professora de filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, participava da elaboração dos artefatos e da distribuição deles para os black blocs. A denúncia afirma também que menores de idade dos participaram de atos violentos. Nos autos do processo, um adolescente teria afirmado ter a intenção de matar um policial nos protestos contra a Copa do Mundo.

"Black blocs e seus amiguinhos - Juiz e desembargador do TJ-RJ estão de parabéns por não se deixar intimidar por patrulha baguncista de deputados, setores da imprensa e advogados do caos. Cana na turma!", Reinaldo Azevedo, 21/07/2014, http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/black-blocs-e-seus-amiguinhos-juiz-e-desembargador-do-tj-rj-estao-de-parabens-por-nao-se-deixar-intimidar-por-patrulha-baguncista-de-deputados-setores-da-imprensa-e-advogados-do-caos-cana

Agora, vamos à pérola: a imprensa machista patriarcal misógina homofóbica direitista fuçou, fuçou e só descobriu que a mocinha praticou vandalismo, tentou favorecimento pessoal para um assassino (artigo 348 do Código Penal) e ia participar de um incêndio criminoso e um homicídio. Então, resolveu inventar algo pesado:

Desde a prisão dos ativistas no Rio de Janeiro, vários fatos chamaram a atenção e geraram pautas nos meios de comunicação, entre eles, a citação do filósofo Mikhail Bakunin, morto em 1876, como suspeito, e a utilização dos termos "anarquista" e "esquerdista" para classificar as pessoas investigadas pelo inquérito. Sem contar a acusação de que o grupo iria "explodira a Câmara Municipal" da cidade do Rio de Janeiro. Porém, outro fator que começa a ser utilizado por parte da imprensa como maneira de desqualificar a atuação política de Elisa Quadros são "conflitos" de sua vida pessoal amorosa.

De acordo com matérias veiculadas em alguns veículos, a denúncia teria partido de uma integrante da FIP (Frente Independente Popular), que teria tido uma desavença com Elisa Quadros (Sininho), pois, esta teria "roubado" o namorado da denunciante. A primeira questão é a seguinte: utiliza-se tal acusação sem nenhum critério, apenas para atingir Quadros (...)

A socióloga e pesquisadora em estudos feministas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Carla Cristina Garcia, atenta para o fato de que o discurso utilizado pela imprensa clássica, além do teor machista, possui também caráter eleitoral. "Quando a então candidata à presidência da República Dilma Rousseff era atacada, qual foi o discurso utilizado contra ela? Mulher, terrorista e ex-gruerrilheira. Aí devemos fazer a leitura: estamos em ano de eleição. De que maneira estão tratando essa ativista na imprensa? Mulher e terrorista", analisa.

"Elisa Quadros e a desqualificação política a partir do discurso machista", Marcelo Hailer, 31/07/2014, http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/07/elisa-quadros-e-desqualificacao-politica-partir-discurso-machista. Grifos meus.

Entenderam? O machismo de antigamente tentava desqualificar uma mulher dizendo que ela é terrorista, o de hoje tenta desqualificar uma terrorista dizendo que ela é mulher.

Apêndice

Elisa Quadros e a desqualificação política a partir do discurso machista

http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/07/elisa-quadros-e-desqualificacao-politica-partir-discurso-machista

julho 31, 2014 12:50

Elisa Quadros e a desqualificação política a partir do discurso machista

Socióloga atenta para o fato de que a vida pessoal e amorosa de ativistas homens nunca é utilizada para provocar descrédito político

Por Marcelo Hailer

Desde a prisão dos ativistas no Rio de Janeiro, vários fatos chamaram a atenção e geraram pautas nos meios de comunicação, entre eles, a citação do filósofo Mikhail Bakunin, morto em 1876, como suspeito, e a utilização dos termos “anarquista” e “esquerdista” para classificar as pessoas investigadas pelo inquérito. Sem contar a acusação de que o grupo iria “explodira a Câmara Municipal” da cidade do Rio de Janeiro. Porém, outro fator que começa a ser utilizado por parte da imprensa como maneira de desqualificar a atuação política de Elisa Quadros são “conflitos” de sua vida pessoal amorosa.

De acordo com matérias veiculadas em alguns veículos, a denúncia teria partido de uma integrante da FIP (Frente Independente Popular), que teria tido uma desavença com Elisa Quadros (Sininho), pois, esta teria “roubado” o namorado da denunciante. A primeira questão é a seguinte: utiliza-se tal acusação sem nenhum critério, apenas para atingir Quadros; segundo e mais importante é a desqualificação política baseada no discurso de gênero e marcadamente machista e a retomada do velho discurso de “lugar de mulher não é na política”.

A socióloga e pesquisadora em estudos feministas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Carla Cristina Garcia, atenta para o fato de que o discurso utilizado pela imprensa clássica, além do teor machista, possui também caráter eleitoral. “Quando a então candidata à presidência da República Dilma Rousseff era atacada, qual foi o discurso utilizado contra ela? Mulher, terrorista e ex-gruerrilheira. Aí devemos fazer a leitura: estamos em ano de eleição. De que maneira estão tratando essa ativista na imprensa? Mulher e terrorista”, analisa.

Garcia também analisa o fato de que apenas as mulheres são mostradas nas reportagens, por meio de fotos e conversas gravadas. “Eu não tenho dúvida de que, além da aproximação com a história da Dilma Rousseff há aí, também, um discurso fortemente machista. Só se fala da Elisa Quadros e de outras meninas, os homens não aparecem. Isso não é por acaso”, critica a socióloga.

A pesquisadora também questiona o fato de que a vida privada e amorosa só é utilizada para desqualificar as ativistas mulheres. “E pra piorar utilizam essa história de que a denúncia foi feita por que a Elisa teria roubado o namorado de uma outra ativista. É óbvio que isso é machismo. Quantas vezes se usou esse tipo de discurso com homens – o fulano denunciou o beltrano por que ele roubou a sua namorada? Eu nunca vi. E olha o termo utilizado: roubou. Ou seja, o velho discurso machista de que mulheres, mesmo na política, disputam um macho. Esse tipo de argumento é utilizado historicamente para desqualificar a luta das mulheres”, finaliza Carla Cristina Garcia.

Foto: Fotos Públicas

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