quarta-feira, 23 de julho de 2014

Assassinato de mulher e negro? Dia da Mulher Negra? Eu quero saber sobre seres humanos

Abigail Pereira Aranha

Olá, meus amigos e minh@s inimig@s. Estava eu preparando um outro texto e queria confirmar o número total de homicídios no Brasil no ano passado. Fui ao Google, "mapa violência homicidios Brasil 2013". Entre os 10 primeiros resultados saiu: "Mapa da Violência 2013 – Homicídios e JUVENTUDE no Brasil", "Homicídios e JUVENTUDE no Brasil - Mapa da Violência", "Mapa da Violência 2012: Homicídio de MULHERES no Brasil", "Homicídio de MULHERES no Brasil - Mapa da Violência", "2012 | A COR dos homicídios no Brasil - Mapa da Violência", "Mapa da Violência 2013: Homicídios e JUVENTUDE no Brasil". Nenhuma palavra que eu entrei aponta para jovem, mulher ou negro, né? Está certo que o Google já fez meio milhão de visualizações de um blogue conservador sumir, mas isso não foi obra dele, pelo menos não sozinho. Mas isso mostra que ser apenas uma pessoa humana não dá direitos humanos. Ops, para os amigos direitistas, direitos humanos é privilégio pra bandido. Mas falando nisso, qual é mesmo o perfil do jovem que é assassinado? Sem nem ter clicado em nenhum dos três atalhos: negro, pobre, trabalhador morto por bandido ou bandido morto pela polícia ou por outro bandido. E até prova em contrário, os jovens negros foram mortos a maioria por outros jovens negros.

Eu já estava mesmo pensando em escrever esse texto e por acaso acabei dando esse flagrante. Colombo Mendes já fez uma bela observação no texto "Nós, os ordinários": "há comoção nacional quando vem a público algum vídeo de algum maluco espancando um animal, mas há indiferença quando sabemos que 50 mil pessoas morrem por ano em função da violência". O que me fez pensar no assunto foi a perda de senso de proporções no nosso país até em termos de violência: com mais de 56.000 homicídios no Brasil, se discute a tipificação do feminicídio por causa de 5.000 assassinatos de mulheres e a criminalização da homofobia por causa de 300 e poucos assassinatos de homossexuais. A própria ideia de uma lei assim vem da premissa de que uma mulher é superior a um homem ou que um homossexual vale mais que um heterossexual. Se a ideia der certo e o acréscimo da pena for 20%, significa que quem for condenado a 18 anos de prisão por matar uma mulher ou um homossexual teria tido só 15 se matasse um ser humano. Mas esse não é o único problema.

Percebeu que quando se fala em violência contra negros, contra mulheres, contra homossexuais, contra pobres, contra imigrantes, só se fala das vítimas? O motivo é que normalmente o autor também é do grupo. Para um assassinato (ou suicídio, né, senhora Maria do Rosário? - ex-secretária de Direitos Humanos) ser contado como assassinato por homofobia, basta que a vítima seja homossexual. Mas a grande maioria (dos 300 e poucos) é violência doméstica entre casais homossexuais e brigas entre travestis. Até prova em contrário, a maioria dos assassinatos de negros pobres é cometida por outros negros pobres. E assim por diante. A grande exceção é o caso das mulheres: a maioria dos assassinatos de mulheres é cometida pelos namorados ou maridos. Mas e se sair uma notícia de que um levantamento do Governo Federal mostrou que 70% dos assassinatos de mulheres foram cometidos por namorados ou maridos já denunciados antes pela própria vítima por agressão? No dia seguinte, a manchete vai ser: "Governo Federal investiga Máfia da Real no serviço público".

Mas isso é escondido para colar melhor a ideia de que o cara mau é a outra classe. Não que o negro vá ter mais medo de ser morto pelo branco, ou o pobre pelo rico, ou a mulher pelo homem. Mas em nome da violência de classes, vão vir medidas absurdas, talvez leis absurdas. O problema é que as leis novas, as delegacias novas, os telefones anônimos novos vão ser aproveitados quase só por pessoas de mau caráter para prejudicar inocentes. E o inocente preferido é homem, branco, jovem, cristão conservador ou ateu, heterossexual e antiesquerdista. E de preferência burguês, mas pode ser um trabalhador pobre que tenta ganhar a vida com trabalho e caráter. O resultado disso vai ser milhares de inocentes presos, milhares de abusos policiais e milhares de inquéritos que não deram em nada mas destruíram vidas de gente honesta, enquanto a parte da violência que se queria combater só aumenta. Isso já aconteceu com a Lei Vadia da Penha, para citar só um exemplo.

Ah, e uma lei do mês passado decreta que o dia 25 de julho é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Lei nº 12.987 de 02 de junho de 2014, para entrar em vigor na data da publicação, só para começar este ano mesmo. Dia 25, próxima sexta-feira, vamos ver o que vai aparecer sobre esse Dia da Mulher Negra na televisão, nos jornais, nas entradas de repartição pública. No Dia do Homem vocês viram, o pouco que se disse na televisão ou na internet foi quase tudo asneira e zombaria. E por que um dia para a mulher NEGRA? Além de mulheres contra homens querem colocar negros contra brancos? Devemos ler sobre o valor, a força, a coragem e a importância da mulher negra para o Brasil do século XIX ou XX. Mas se Zumbi mal foi levado a sério no tempo dele, qual foi a poderosice da mulher negra? Ela não valia menos do que a mulher branca no século XIX? Ela não era a estuprada para iniciar os moleques brancos na vida sexual na escravatura? Ela não era a quase inexistente nas universidades sérias há 10 ou 20 anos atrás? Como ela é a deusa agora?

A suposta reparação social socialista transforma a suposta classe oprimida em classe juridicamente privilegiada, porque um grupo beneficiado por leis especiais, delegacias especiais, vagões rosas especiais é um grupo privilegiado (no tempo do apartheid, até a esquerda sabia disso). Então, o suposto oprimido pode tratar como menos humanas milhões de pessoas de classes "opressoras" só no próprio país, com retaguarda jurídica para isso, o que não significa que ela vai ser uma pessoa antipática o tempo todo. Mas o suposto oprimido quase nunca está em todas as classes supostamente oprimidas ao mesmo tempo, portanto pode usufruir, sem fazer muito alarde, dos privilégios que puder como classe opressora "de verdade", e até tentar ser mais igual que os outros na sua própria classe. Por exemplo, uma mulher negra empresária pode ser militante feminista ou negra numa organização de empresários e empresária em um grupo negro ou feminista, então vai ser uma pessoa "única", melhor que os homens por ser mulher, melhor que os brancos por ser negra, mas melhor que as mulheres negras pobres por ser rica. Na ditadura de Getúlio Vargas, com percentual de não católicos menor que o de sem religião hoje, católico apedrejando igreja evangélica, cadeia pra quem comesse menina maior de 14 e menor de 18 anos, cadeia para quem tivesse casa de prostituição, a lei era: "Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. (...) Homicídio qualificado. (...) Pena - reclusão, de doze a trinta anos" (artigo 121 do Código Penal). No governo da igualdade e da justiça social, fizeram projetos de lei para que matar um homossexual seja pior que matar um hétero ou que matar uma mulher seja pior que matar um homem. Ah, e vai ter evento feminista para o Dia da Mulher Negra em 2016? Como vai ser a parceria da mulher lesbofeminista negra cotista em universidade com a veterana lesbonazista branca de classe média? Se tiver, as militantes brancas vão ser tratadas pelas negras como os homens já são tratados por elas hoje? Como disse Winston Churchill, "o socialismo é a filosofia da falha, o credo da ignorância e o evangelho da inveja, sua virtude inerente é a divisão igualitária da miséria". Um relatório do próprio governo federal dividindo vítimas de assassinato entre negros e brancos, mulheres e homens, adultos jovens e não-adultos jovens deve explicar porque o povo do Brasil deu o terceiro mandato seguido ao PT assim que a economia foi recuperada pelo antecessor: a divisão de gênero, de cor, de faixa etária, de orientação sexual, etc como homens-tipo (homem estuprador, branco elitista, etc) contra homens-tipo (ou mulheres-tipo) abre oportunidade para o pior do egoísmo, da vigarice e da desumanização do próximo.

Texto original em português sem fotos de putaria, no A Vez das Mulheres de Verdade: Assassinato de mulher e negro? Dia da Mulher Negra? Eu quero saber sobre seres humanos, http://avezdasmulheres.blog.com/2014/07/23/eu-quero-saber-sobre-seres-humanos
Texto original em português com fotos de putaria, no A Vez dos Homens que Prestam: Assassinato de mulher e negro? Dia da Mulher Negra? Eu quero saber sobre seres humanos, http://avezdoshomens.blogspot.com/2014/07/assassinato-de-mulher-e-negro-dia-da.html

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2 comentários:

  1. Por acaso, mulher e negro não são seres humanos, não , sua cretina racista e machista? vc considera Walter menos ser humano devido a cor da pele dele? Vc se considera menos ser humano que seus amiguinhos mascus nojentos machistas?

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    1. Depois de esfriar a cabeça, leia o texto, não só o título. Obrigada por cair na provocação. Hua, hua, hua, hua, hua!

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