1) Introdução
As estruturas de poder e de comando de qualquer lugar do mundo e qualquer época nunca dependeram de solução de problemas reais do grupo social, e a hierarquia que, etimologicamente, significa governo dos santos não segue a escala de grandeza moral ou mesmo a escala de competência técnica. Qualquer anarquista sabe disso. E essa verdade é de conhecimento público nas Américas e na Europa desde o fim do século XX. Quando uma elite política, religiosa ou técnica tinha os conhecimentos que justificavam o poder e a autoridade que ela tinha, isso acontecia em geral porque essa elite fechou esses conhecimentos dentro dela mesma enquanto o resto do povo era privado deles, às vezes proibido de tê-los. Muitos católicos dos séculos XX e XXI não tiveram essa noção de privação do conhecimento porque nasceram já conhecendo a invenção recente, e socialista, da escola pública.
Mesmo que um sistema de organização social e política tivesse o objetivo de administrar as questões de uma coletividade, primeiro ele deveria ir ao encontro de uma coletividade já existente com estas questões definidas e conhecidas; segundo, ele deveria ser proposto por alguém que percebeu que este sistema era uma solução para estes problemas. Mas os que acreditam que as sociedades humanas começaram assim (e realmente muitos eruditos dizem isso) nasceram conhecendo os confortos da própria civilização, a imprensa e, no século XX, a escola pública; então, eles quase pensam que esses recursos recentes são tão antigos quanto a humanidade. E as lendas que eles contam sobre a origem da sociedade e das estruturas de poder exigem uma situação inicial de desagregação social e violência em que a coletividade não sobreviveria até esse projeto iluminado, ou não teria alguém que o concebesse; e ao mesmo tempo, exigem as mesmas coisas que elas descrevem como foram criadas na criação delas mesmas. Logo, a tese é Petição de Princípio.
Então, como tudo isso começou? Com a família. Antes de existirem países mais ou menos unificados, cidades aqui e ali ou mesmo tribos indígenas, existiram famílias. E nessa exposição, família é qualquer sistema com pai, mãe, filhos, ascendentes dos pais, descendentes dos filhos, descendentes dos ascendentes (como primos) e ascendentes dos descendentes (como os sogros dos filhos casados, que são avós dos netos). E eu não entro aqui na questão do casamento, do formato do casamento ou se houve um casamento do pai com a mãe.
2) (No mau sentido) a família é a base da sociedade
Talvez você veja tudo sobre poder e organização social fazer sentido se você assumir que tudo começa, inclusive historicamente, com a família.
Por sinal, a Bíblia diz que a nação de Israel veio de uma família, de Abraão, de Isaque e de Jacó. É curioso que Isaque era filho de Abraão com a sua meio-irmã Sara (Gn 20: 12), Jacó era filho de Isaque com a neta de uma prima dele (Gn 24: 15) e 9 dos 13 filhos de Jacó foram com duas primas dele (Gn 28: 2, 29: 32 a 30: 24 e 35: 16 a 18). E mais do que isso, tudo começou quando Deus disse a Abrão para sair do meio familiar dele (Gn 12: 1). Outra curiosidade é que Jesus Cristo era, formalmente, descendente do rei Davi, como talvez metade da Judeia (afinal, um carpinteiro semianônimo chamado José era descendente de Davi). Será que a formação cultural do povo de Deus dependia de que essa população se fechasse, como diríamos hoje, numa "bolha"?
Sim, a família é a base da sociedade, não porque a sociedade tem sua célula na família, mas porque a sociedade é ampliação da família mediocre.
Aí, haverá quem pense que quando uma mulher fala mal da instituição familiar, ela é uma depravada ateia satanista. Eu sou só ateia, mas as minhas aventuras sexuais com 332 homens desde os meus 14 anos me ajudaram a ver o mal sociopolítico da família medíocre. E nisso, eu não digo que a minha família é medíocre. Eu não aprendi o Ateísmo e a licenciosidade no ambiente familiar, mas o meu pai e os meus irmãos me amam.
3) A submissão de muitos a uma pessoa poderosa
O poder formal pode ser ilustrado neste trecho bíblico, apesar de o contexto ser outro: "mil homens fugirão ao grito de um, e ao grito de cinco todos vós fugireis" (Is 30: 17). Quantos países no mundo têm mais de 3 policiais por 1000 habitantes? Os países com mais proporção de policiais por 1000 habitantes estão em governos autoritários ou totalitários, em geral em situação econômica e social decadente; o que refuta aquela afirmação de que a segurança do cidadão comum no quotidiano é garantida pelo monopólio estatal da violência. Mas isso não significa que cada país no mundo seja uma população oprimida por uma minoria irrisória de dominadores que comanda outra minoria mais numerosa de soldados. E mesmo se fosse assim, nós teríamos dois problemas. O primeiro: quem teria sido o cara maluco que chegou diante de todos e berrou "o rei sou eu"? O segundo, que na verdade vem antes do primeiro: por que haveria de existir algum rei? Por falar em rei, foi comum ao redor do mundo um rei ser deposto ou morto, e o governante novo era uma pessoa de uma família influente. Ops! Família, de novo. E aí vamos pras respostas daquelas duas perguntas.
A estrutura de poder, mesmo em governos autoritários e totalitários, começa de baixo e vai pra cima, não vice-versa. É como se o reinado fosse um consórcio de famílias; ou melhor, de chefes de famílias. Do antigo rei de cidade pra cima, você talvez veja isso com mais clareza: várias cidades formavam um país, às vezes com divisões regionais intermediárias, e vários países às vezes se uniam em um império. Nós ainda temos uma estrutura parecida com isso na democracia indireta de hoje: nós elegemos representantes municipais, estaduais e federais para organizarem a segurança pública, para organizarem a rede pública de saúde, para baixarem o preço da carne, etc. E mais do que isso, se a maioria da população vê o país inteiro como extensão do próprio bairro, isso não é algo que muita gente vê como uma pequenez de espírito e de intelecto. O imperador não existia como tal antes do império, ele não tinha algo para representar ou para ser associado ao seu papel; o rei de uma cidade que faz parte do império já tinha. E antes da cidade, as famílias que a formaram também já existiam.
4) De onde vem o LGBT-Feminismo
Quando falamos em poder social e político, muitos pensam em ação dos homens. Mas por que nenhum grupo social na história da humanidade legalizou o estupro de mulher por homem comum? Mais do que isso, por que qualquer grupo social na história da humanidade ofereceu proteção à mulher comum enquanto tinha restrições contra o sexo heterossexual? Mais do que isso, essa mulher comum foi defendida DO SEXO, defendida PELA COMUNIDADE, uma defesa que pode ser expressa PELAS NORMAS SOCIAIS que incluem as leis. Os antifeministas usam esse dado com frequência para refutar o Feminismo, especialmente a loucura recente de "cultura do estupro". Mas os antifeministas conservadores não demonstram que o Feminismo é desnecessário, eles demonstram que ele já existia antes. Na Terceira Onda e na Quarta Onda do Feminismo, a comunidade se tornou o marido de cada mulher de uma forma mais visível. Qualquer mãe solteira ou feiosa encalhada pode conseguir desde favores de transeuntes até cotas no mercado de trabalho. Mas antes da terceira onda, tivemos uma segunda e uma primeira. E antes da primeira onda, algum conjunto de condições a levou a ser possível. A História não dá saltos. No Conservadorismo, você pode ser intelectual sem saber disso, como os antifeministas conservadores parecem não saber.
Eu mencionei há pouco a proteção da mulher contra o sexo (com homem). Isso inclui a censura contra mulheres profissionais do sexo e contra mulheres com menos má vontade sexual. Essa repressão antissexual é para atingir os homens, especialmente os homens adolescentes e jovens. Mas para isso, não é necessário um complô de mulheres feias, desagradáveis, frígidas e invejosas para vilificar a heterossexualidade masculina a partir de uma posição de poder formal. Influenciar homens a fazer isso por elas já é suficiente. E aqui chegamos ao ponto: se a família é a base da sociedade, ela também tem a base do Feminismo. Mas antes, eu ainda chamo a sua atenção para outra questão: a dos gays e das lésbicas.
O Movimento LGBTQIA+ junta todas as pessoas que não são héteros, mas, ainda assim, não pode alegar que representa metade da população, como o movimento feminista pode, mesmo com uma credibilidade duvidosa. Tanto esse movimento feminista quanto aquele Movimento LGBTQIA+ são truques da esquerda recente para engenharia social. Mas por que ambos andam juntos? Primeiro, porque um gay é um homem que não tem interesse sexual em mulheres, e isso é um prazer para uma mulher que odeia sexo. Segundo, porque muitos gays fazem uma certa imitação da mulher. Por sinal, você pode ver no seu quotidiano como um gay tem mais proximidade com as mulheres que um homem hétero. Mas as lésbicas estão no LGBT-Feminismo porque são mulheres? É o contrário, o Feminismo é um movimento lésbico. O lesbianismo, como eu tenho dito, não é homossexualidade feminina, é transtorno mental sociopata.
O Feminismo em todas as ondas e o Movimento LGBTQIA+ têm um princípio moral em comum com o Conservadorismo: a vilificação da heterossexualidade masculina. Se você é homossexual, não existe cura para o que não é doença; se você é um homem heterossexual que acessa pornografia, você tem o cérebro de um viciado em cocaína. Se você é homossexual, a sua vida íntima não é um problema pra ninguém; se você é um homem heterossexual, você é um perigo para as garotas adolescentes, produz importunação sexual para as mulheres no mercado de trabalho e movimenta o tráfico de mulheres para o mercado do sexo. Bom, você pode ser um homem heterossexual e viver sem grandes problemas nessa situação, desde que você não saia do armário. Ops! Um gay ou uma lésbica sair do armário é libertação. Mas essas ideias não estão só na militância maluca que mal tem contato com o povo de verdade. Essas ideias estão difundidas entre as pessoas comuns. E nisso voltamos pra questão da família e da sua ligação com o LGBT-Feminismo.
Aliás, eu me lembrei agora: eu compartilhei várias vezes em redes sociais algum vídeo ou alguma foto de gangbang (uma mulher transando com vários homens) com o comentário "minha filha com 14 anos". Você nunca viu alguém fazer um comentário assim. Eu acredito no poder da educação infantil para formar uma pessoa ajuizada já na adolescência. Assim como alguns acreditam que uma criança pode receber educação financeira, profissional, técnica ou religiosa (e fora a religiosa, eu acredito que eles estão um tanto certos), eu acredito que a mesma criança pode receber educação intelectual, educação moral e educação sobre vários aspectos da vida que é bom que ela não experimente nunca ou que ela não pode experimentar ainda. Esse último caso é o da Educação Sexual. Mas eu precisei dar essa pequena volta pra alguns leitores não entenderem atrocidades quando eu mencionasse Educação Sexual para crianças; nem quando eu mencionasse educação pelo exemplo, depois desses perceberem (alguns já sabiam) que eu sou ateia não-casta. Por sinal, essa lembrança descontraída também se encaixa no assunto, a formação em casa de uma pessoa moralmente sã e mentalmente integra; ou o contrário, como é a regra geral.
Os conservadores alardeiam que a ideia do Movimento LGBTQIA+ é homossexualizar a população mundial para que a Nova Ordem Mundial satânica possa reduzir a população mundial para 500 milhões de habitantes, ou um bilhão, ou dois bilhões no máximo. E ao mesmo tempo, consolidar a libertinagem, inclusive heterossexual. Eles erram. Mas esse erro também sinaliza para a questão daqui: eles defendem o interesse de alguém.
5) A cultura do oprimido
Um elemento necessário para um poder opressivo é que o oprimido aceite algo contra ele mesmo, ou que ele acredite que ganha algo com isso nem que seja numa vida após a morte. Mas antes de pensar em como sair disso, vamos pensar em como entramos.
A visão de mundo que o oprimido tem não vem dos aparelhos ideológicos de Estado (AIE). Aparelhos ideológicos de Estado, na literatura marxista, são as estruturas que não são formalmente políticas ou estatais e que moldam o cidadão para o sistema de dominação. Eles davam como exemplo as igrejas, as escolas (que, segundo eles, ensinavam Conservadorismo e Capitalismo), a imprensa (que, segundo eles, defendia o Capitalismo e tudo que eles lutam contra), a indústria de artes e entretenimentos (que, segundo eles, defendia o Capitalismo e tudo que eles lutam contra), etc. Mas o que havia antes desses aparelhos ideológicos de Estado? A família, que vem antes da própria sociedade.
6) Toda forma de poder feminino
É claro para nós hoje que uma sociedade é feita em grande parte do trabalho dos empregados no Capitalismo, e alguns desempregados, e, antes do Capitalismo, do trabalho de escravos. Havia alguma parte de trabalho da elite, eu digo parte boa. Mas depois de sabermos que a sociedade patriarcal deixou as mulheres no serviço doméstico e na criação dos filhos e só recentemente em posições menores que as dos homens no mercado de trabalho, nós descobrimos recentemente, pelo trabalho de pesquisadores e pesquisadoras feministas do Primeiro Mundo, que existiram civilizações lindas e sem guerra governadas pelas mulheres; mas elas foram destruídas por invasões de outras civilizações (patriarcais, é claro). A não ser algumas poucas comunidades isoladas com maioria de lésbicas guerreiras. Ops! Não são favelas brasileiras que são longe do centro da cidade e têm muitas mães solteiras.
7) Toda forma de ignorância
Nós temos hoje via escola pública de países de Terceiro Mundo do século XXI conhecimentos que eram segredos militares ou de sociedades secretas antes da Idade Contemporânea. Mas quem diz que "os poderosos" têm medo de um povo escolarizado e, mais do que isso, inteligente está um tanto errado. Quem mais viu o conhecimento e a inteligência com desde desinteresse na melhor das hipóteses até ódio mal disfarçado na pior foram as vacas fracassadas incultas de municípios pequenos agropecuários. A tese de que a camponesa inculta repulsiva tenha hostilidade contra o filho afeito aos "estudos" (e mais ainda contra a filha) com uma eventual tolerância a um filho bem sucedido que venha a ajudá-la financeiramente, tudo isso a reboque de um ardil maligno do "sistema" de que ela não sabe e que ela não teria capacidade pra entender se soubesse, não deixa de ser uma tese plausível. Mas essa e a tese de que a coisa no nível microscópico seja uma iniciativa própria de feiosas pobres de espírito não são excludentes. Mais que isso, essas iniciativas próprias pulverizadas em quase cada casebre de periferia de cidade e quase cada pequena propriedade rural talvez dêem resultado suficiente para os poderosos quase não se preocuparem com o tal ardil maligno.
Assim, os artistas, os cientistas e os filósofos em todo o mundo antes do século XX eram quase todos de família ricas, e quase todos homens. As mulheres, sempre eram. Aliás, como vamos agora nas Américas e na Europa quando a maioria das pessoas com formação universitária é de mulheres, algumas delas via programas assistenciais para a parte mais pobre da população? Não apareceu uma versão feminina do dr. Carlos Chagas ou do inventor Charles Goodyear, mas vimos em reportagens de jornal alguma professora, cujo nome vimos uma ou duas vezes na vida e nem nos lembramos mais, que fez um estudo mostrando sexismo ou racismo onde nenhuma pessoa normal veria.
8) Por que a mãe é o começo disso tudo
Toda forma de poder tende a ser para proteção, provisão ou conveniência das mulheres. A família é anterior à civilização, inclusive existe alguma forma de família em uma comunidade não civilizada. Assim, podemos encontrar a origem cultural do poder, da submissão e da opressão dentro da família. Mais exatamente, na figura materna.
Qual ditadura atacou a família? Talvez você possa mostrar alguma cultura antiga ou mesmo recente que reprimiu a família de escravos.
E vamos observar quem louva a família. A família como instituição, não a própria família. Na verdade, realmente é a própria família. Quem exalta a família é provinciano do interior, mulher idosa ou filho de família em boa situação socioeconômica. Para este último, a família foi fundamental para ele ser o que é, e este é o perfil do pregador que os outros dois vão ouvir.
O amparo social ou familiar aos idosos foi pensado para as mulheres idosas. Os homens podiam ter os mesmos benefícios se não morressem antes em guerras, ataques de animais ferozes ou acidentes de trabalho. Uma pessoa nascida antes do último quarto do século XX pode ter tido um pai que morreu assim, não a mãe. A futura mulher idosa é a mãe que tem uma baixa qualidade de vida junto com os filhos com recursos que não dariam uma vida decente para ela mesma.
Assim, você pode observar que desde o começo dos grupos sociais de que tomamos conhecimento, nenhuma necessidade ou conforto de mulheres feias, velhas ou frígidas deixou de ser um valor a ser buscado pelo grupo social, a não ser quando e onde a vida era penosa demais para livrar as mulheres de uma cota menor de trabalho desconfortável.
Poderia a lembrança confusa da amamentação ser a origem da ideia do poder sociopolítico? Uma lembrança confusa da mãe como símbolo da vida e da proteção, junto com a lembrança confusa do pai como amparador (ou não) da mãe, e a partir das duas lembranças, a projeção da mãe nas mulheres e do pai nos homens (e, nos filhos homens, em si mesmos).
É a regra geral que os pais e as mães não vejam a criação de filhos como a responsabilidade de criar um ser humano decente e saudável, mas como uma situação de poder que pode ser a única que terão na vida. E se o movimento feminista diz que a sociedade patriarcal deixava para a mãe o serviço doméstico e a criação dos filhos, ele deixa escapar que é a mãe medíocre quem molda os filhos que serão cidadãos típicos.
Texto original em português sem fotos e vídeos de putaria no A Vez das Mulheres de Verdade: "A Sociedade dos Garotos - parte 10: Toda forma de poder", https://avezdasmulheres.blogspot.com/2023/03/a-sociedade-dos-garotos-parte-10.html Texto original em português com fotos e vídeos de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "A Sociedade dos Garotos - parte 10: Toda forma de poder", https://avezdoshomens.blogspot.com/2023/03/a-sociedade-dos-garotos-parte-10.html
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