terça-feira, 26 de abril de 2011

Usar o transporte coletivo para preservar o meio ambiente? Com muito gosto, depois da mãe de quem o administra


Eu ressalto sempre que falo sobre a questão ambiental que a coisa toda não passa de hipocrisia fascista. E quem sabe razoavelmente sobre ditaduras e regimes arbitrários em geral sabe que neles o cidadão comum cumpridor das leis é tratado não como uma pessoa que, na pior das hipóteses, cumpre bem uma obrigação ético-legal, mas como um indivíduo de uma classe inferior. É o que paga a conta e o pato. É o que vai mal para que o país e o mundo vão bem.

Para os muito mal informados, a anarquia é uma forma de sociedade organizada e seus defensores, fora alguns moleques, defendem que a autoridade é desnecessária sabendo do que estão falando. Os anarquistas dignos do nome não são contra as pessoas que estão em cargos decisivos, pois isso seria mera inveja, e podem reconhecer os méritos pessoais daquelas que os têm. Mas a existência de pessoas com a estatura moral e técnica necessária para os cargos de vulto que exercem não significa que o anarquismo deve ser repensado. As hierarquias superiores, fora essas pessoas que são poucas, se vêem como pessoas que apenas por estarem onde estão não só estão dispensadas de dar indícios de ter o mérito pessoal e técnico para o cargo que ocupam, como têm os direitos de terem menos estatura técnica e ética que o cidadão comum e de receberem muito mais direitos e respeito que merecem. Cargos com grandes impactos e de invulgares requisitos são repartidos entre parentada, apadrinhados, esposas, amantes e narcisistas em geral.

No que falei sobre totalitarismo e anarquia, não saí do assunto proposto. Alguém bem informado pode dar dados verídicos sobre a vantagem ecológica e em tráfego urbano de algumas pessoas trocarem carros com uma ou duas pessoas dentro pelo transporte público, mas a verdade se torna aqui uma cortina de fumaça para a questão principal. É conhecido que o transporte coletivo é horrível, embora tenha sido ainda pior há dez ou vinte anos atrás. Ônibus lotados no pico e intervalos altos fora dele, não poucos usuários tendo que usar duas ou três linhas, passagens altas, entre outros problemas. E quase nenhuma medida para tornar esse transporte coletivo melhor e, com isso, mais atrativo sendo conduzida como coisa séria. Até os sistemas integrados são coisas "murphológicas": ou passam pouco de uma promoção "dois ônibus por uma tarifa e meia" sobre quase o mesmo sistema antigo ou são rearranjos reais que atendem mais os lucros das empresas que os usuários. E é esse o meio de transporte que querem para nós, os cidadãos comuns. Um sistema em que sentiremos o peso dos males do mundo - literalmente. O problema não é contribuir para um trânsito melhor ou, admitindo que seja verdade que o aquecimento global existe e é causado pelo homem, salvar o planeta. O problema é ser tratado como sub-raça e como palhaço por não ter nem dinheiro nem maldade.

E as traseiras dos ônibus de várias cidades, para os que não estão dentro deles, podem ter um anúncio falando de uma suposta boa qualidade do sistema. Mas os engenheiros de tráfego com currículos poderosos que planejam ou coordenam o transporte por ônibus fariam uma campanha publicitária tipo "Transporte coletivo, eu e minha família também usamos"?

Abigail Pereira Aranha

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