segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Texto de 1894: "Instruções e conselhos para a jovem noiva", de Ruth Smythers

Gente, vejam esse texto de 1894. É o tipo da coisa que eu falo no A Vez das Mulheres de Verdade e no A Vez dos Homens que Prestam, e outros falam em seus blogs, mas não é invenção nossa. O texto original está depois da tradução pra vocês verem.
A turma do "o sexo é uma benção de Deus dentro do casamento" faça o favor de não comentar esse texto. Filho feio não tem pai, e vocês não são fortes como no passado.
Homens tradicionalistas que estão lendo: será que é isso que vocês gostariam que as mulheres fizessem?
Queridas feministas, vocês que gostam de falar da opressão masculina, será que isso é opressão masculina? Um homem passar meses ou anos se desdobrando pra se casar com uma mulher, inclusive agradando a família dela inteira, pra ficar sem sexo aos 5 ou 10 anos de casado é coisa de sociedade dirgida pelos homens? Imagine o pobre homem casado com essa criatura.
E principalmente: esse texto é coisa de mulher vítima dos homens ou coisa de mulher filha da puta (me desculpem as prostitutas)?
É como eu digo: a mulher de família é a pior, mais hipócrita, mais cara e mais ruim de cama das prostitutas.
Beijos
Abigail Pereira Aranha
Esta é uma reedição de um artigo do The Madison Institute Newsletter, edição do outono de 1894:
dama vitoriana
Instruções e conselhos para a jovem noiva
Sobre a conduta e o procedimento
Dos relacionamentos íntimos e pessoais
Do Estado de Casamento
Para a maior santidade espiritual
Deste Santíssimo Sacramento
E a glória de Deus
por Ruth Smythers
Amada esposa do reverendo L. D. Smythers,
Pastor da Igreja Metodista Arcadiana
da Conferência Regional Leste
Publicado no ano do nosso Senhor de 1894
Spiritual Guidance Press, Nova Iorque
Instruções e conselhos para a jovem noiva
Para a mulher jovem sensível que teve os benefícios da educação apropriada, o dia do casamento é, ironicamente, tanto o mais feliz quanto o mais terrível dia da sua vida. No lado positivo, há o casamento em si, em que a noiva é a atração central em uma cerimônia bonita e inspiradora, simbolizando seu triunfo em assegurar um macho para prover todas as suas necessidades para o resto de sua vida. No lado negativo, há a noite de núpcias, durante a qual a noiva deve pagar o pato, por assim dizer, encarando pela primeira vez a terrível experiência do sexo.
Neste momento, caro leitor, deixe-me fazer uma concessão para um chocante verdade. Algumas jovens realmente anteciparam a provação da noite de núpcias com curiosidade e prazer! Cuidado com tal atitude! Um marido egoísta e sensual pode facilmente tirar vantagem de tal noiva. Uma regra fundamental do casamento nunca deve ser esquecida: DAR POUCO, DAR RARAMENTE, E ACIMA DE TUDO, DAR DE MÁ VONTADE. Caso contrário, o que poderia ter sido um casamento adequado poderia tornar-se uma orgia de desejo sexual.
Por outro lado, o terror da noiva não precisa ser extremo. Enquanto o sexo é na melhor das hipóteses revoltante e na pior das hipóteses um pouco doloroso, tem de ser suportado, e tem sido pela mulher desde o início dos tempos, e é compensado pela casa monogâmica e pelos filhos produzidos por ele. É inútil, na maioria dos casos, para a noiva prevalecer sobre o noivo para renunciar à iniciação sexual. Enquanto o marido ideal seria aquele que se aproximaria de sua noiva apenas a seu pedido e somente com a finalidade de gerar prole, tal nobreza e altruísmo não se pode esperar do homem comum.
A maioria dos homens, se não for negado, quereria sexo quase todos os dias. A noiva sábia permitirá um máximo de duas relações sexuais rápidas por semana durante os primeiros meses de casamento. À medida que o tempo passa, ela deve fazer todos os esforços para reduzir tal freqüência.
Doença fingida, sonolência e dores de cabeça estão entre os melhores amigos da mulher nesta questão. Argumentos, resmungos, repreensão, e brigas também revelam-se muito eficazes, se utilizados no máximo cerca de uma hora antes de quando o marido normalmente começaria sua sedução.
Esposas sábias estão sempre em alerta para novos e melhores métodos de negar e desencorajar as aproximações amorosas do marido. Uma boa esposa deve esperar ter reduzido o contato sexual para uma vez por semana até ao final do primeiro ano de casamento e para uma vez por mês até ao final do quinto ano de casamento.
Por volta do seu décimo aniversário muitas esposas conseguiram completar a sua geração de filhos e alcançar o objetivo final de terminar todos os contatos sexuais com o marido. Nessa época, ela pode depender do amor dele pelas crianças e das pressões sociais para manter o marido em casa. Assim como ela deve estar sempre alerta para manter a quantidade de sexo a mais baixa possível, a noiva sábia prestará igual atenção para limitar o tipo e o grau de contato sexual. A maioria dos homens são por natureza um pouco pervertidos, e se for dada meia chance, se envolveriam completamente em uma variedade das práticas mais revoltantes. Essas práticas incluem entre outras realizar o ato normal em posições anormais; pôr a boca no corpo feminino, e oferecer seus próprios corpos vis para que pôr a boca em troca.
Nudez, falar sobre sexo, ler histórias sobre sexo, ver fotografias e desenhos que mostram ou sugerem sexo são os hábitos detestáveis que o homem é susceptível de adquirir se permitido.
roupa de mulher
Uma noiva sábia fará a meta nunca permitir que seu marido veja seu corpo despido, e nunca deixá-lo mostrar seu corpo despido a ela. Sexo, quando não puder ser evitado, deve ser praticado somente na escuridão total. Muitas mulheres descobriram que é útil ter camisolas de algodão grossas para si e pijamas para os seus maridos. Estes devem ser vestidos em quartos separados. Eles não precisam ser removidos durante o ato sexual. Assim, um mínimo de carne é exposto.
Uma vez que a noiva tenha colocado a sua camisola e apagado todas as luzes, ela deve ficar em silêncio sobre a cama e esperar por seu noivo. Quando ele vem tateando no quarto, ela não deve fazer qualquer som para guiá-lo na direção dela, para que não tome isso como um sinal de encorajamento. Ela deve deixá-lo andar às apalpadelas no escuro. Há sempre a esperança de que ele vai tropeçar e sofrer alguma lesão leve que ela pode usar como desculpa para negar a ele o acesso sexual.
Quando ele a encontrar, a mulher deve ficar quieta o maior tempo possível. Qualquer movimento de sua parte pode ser interpretado como excitação sexual pelo marido otimista.
Se ele tentar beijá-la nos lábios, ela deve virar ligeiramente a cabeça para que o beijo caia sem causar danos em sua bochecha. Se ele tentar beijar-lhe a mão, ela deve fazer um punho. Se ele levanta o vestido dela e tenta beijá-la em qualquer outro lugar, ela deve rapidamente puxar o vestido de volta no lugar, levantar da cama, e anunciar que a natureza a chama ao banheiro. Isso geralmente diminui o desejo dele de beijar no território proibido.
Se o marido tenta seduzi-la com conversa lasciva, a mulher sábia repentinamente se lembrará de algumas perguntas não-sexuais triviais para perguntar a ele. Uma vez que ele responda ela deve manter a conversa, não importando quão frívola ela possa parecer na ocasião.
Eventualmente, o marido aprenderá que se ele insiste em ter o contato sexual, ele deve ir em frente sem enfeite amoroso. A mulher sábia lhe permitirá puxar o vestido até não mais do que a cintura, e apenas lhe permitirá abrir a frente do pijama dele para assim fazer a conexão.
Ela deve ser absolutamente silenciosa ou tagarelar sobre seus afazeres domésticos enquanto ele está soprando e bufando. Acima de tudo, ela ainda deve ficar perfeitamente quieta e nunca em qualquer circunstância grunhir ou gemer enquanto o ato está em andamento. Logo que o marido tenha concluído o ato, a mulher sábia começará a resmungar com ele sobre várias tarefas menores que ela deseja que ele execute no dia seguinte. Muitos homens têm uma parte maior de sua satisfação sexual do esgotamento pacífico imediatamente após o ato acabar. Assim, a esposa deve se assegurar de que não há paz neste período para que ele aproveitar. Caso contrário, ele pode ser encorajado a em breve tentar mais.
Um fator animador pelo qual a mulher pode ser grata é o fato de que a casa do marido, a escola, a igreja, e o ambiente social têm vindo a trabalhar juntos durante toda a vida dele para incutir nele um profundo sentimento de culpa em relação aos seus sentimentos sexuais, de modo que ele vem para o leito do casamento se desculpando e cheio de vergonha, já meio intimidado e subjugado. A esposa sábia aproveita essa vantagem e implacavelmente persegue seu primeiro objetivo de primeiro limitar, depois aniquilar completamente o desejo de expressão sexual de seu marido.
Copyright 1894 The Madison Institute.
Tradução de Abigail Pereira Aranha

This is a reprint of an article in The Madison Institute Newsletter, Fall Issue, 1894:


Victorian lady



Instruction and advice
for the young bride




On the Conduct and Procedure
Of the Intimate and Personal Relationships
Of the Marriage State
For the Greater Spiritual Sanctity
Of this Blessed Sacrament
And the Glory of God



by Ruth Smythers
Beloved wife of The Reverend L.D. Smythers,
Pastor of the Arcadian Methodist Church
of the Eastern Regional Conference
Published in the year of our Lord 1894

Spiritual Guidance Press, New York City






Instruction and advice for the young bride









To the sensitive young woman who has had the benefits of proper upbringing, the wedding day is, ironically, both the happiest and most terrifying day of her life. On the positive side, there is the wedding itself, in which the bride is the central attraction in a beautiful and inspiring ceremony, symbolizing her triumph in securing a male to provide for all her needs for the rest of her life. On the negative side, there is the wedding night, during which the bride must pay the piper, so to speak, by facing for the first time the terrible experience of sex.
At this point, dear reader, let me concede one shocking truth.Some young women actually anticipate the wedding night ordeal with curiosity and pleasure! Beware such an attitude! A selfish and sensual husband can easily take advantage of such a bride. One cardinal rule of marriage should never be forgotten: GIVE LITTLE, GIVE SELDOM, AND ABOVE ALL, GIVE GRUDGINGLY. Otherwise what could have been a proper marriage could become an orgy of sexual lust.
On the other hand, the bride's terror need not be extreme. While sex is at best revolting and at worse rather painful, it has to be endured, and has been by women since the beginning of time, and is compensated for by the monogamous home and by the children produced through it. It is useless, in most cases, for the bride to prevail upon the groom to forego the sexual initiation. While the ideal husband would be one who would approach his bride only at her request and only for the purpose of begetting offspring, such nobility and unselfishness cannot be expected from the average man.
Most men, if not denied, would demand sex almost every day. The wise bride will permit a maximum of two brief sexual experiences weekly during the first months of marriage. As time goes by she should make every effort to reduce this frequency.
Feigned illness, sleepiness, and headaches are among the wife's best friends in this matter. Arguments, nagging, scolding, and bickering also prove very effective, if used in the late evening about an hour before the husband would normally commence his seduction.
Clever wives are ever on the alert for new and better methods of denying and discouraging the amorous overtures of the husband. A good wife should expect to have reduced sexual contacts to once a week by the end of the first year of marriage and to once a month by the end of the fifth year of marriage.


By their tenth anniversary many wives have managed to complete their child bearing and have achieved the ultimate goal of terminating all sexual contacts with the husband. By this time she can depend upon his love for the children and social pressures to hold the husband in the home. Just as she should be ever alert to keep the quantity of sex as low as possible, the wise bride will pay equal attention to limiting the kind and degree of sexual contacts. Most men are by nature rather perverted, and if given half a chance, would engage in quite a variety of the most revolting practices. These practices include among others performing the normal act in abnormal positions; mouthing the female body; and offering their own vile bodies to be mouthed in turn.
Nudity, talking about sex, reading stories about sex, viewing photographs and drawings depicting or suggesting sex are the obnoxious habits the male is likely to acquire if permitted.

Lady getting dressed

A wise bride will make it the goal never to allow her husband to see her unclothed body, and never allow him to display his unclothed body to her. Sex, when it cannot be prevented, should be practiced only in total darkness. Many women have found it useful to have thick cotton nightgowns for themselves and pajamas for their husbands. These should be donned in separate rooms. They need not be removed during the sex act. Thus, a minimum of flesh is exposed.
Once the bride has donned her gown and turned off all the lights, she should lie quietly upon the bed and await her groom. When he comes groping into the room she should make no sound to guide him in her direction, lest he take this as a sign of encouragement. She should let him grope in the dark. There is always the hope that he will stumble and incur some slight injury which she can use as an excuse to deny him sexual access.
When he finds her, the wife should lie as still as possible. Bodily motion on her part could be interpreted as sexual excitement by the optimistic husband.
If he attempts to kiss her on the lips she should turn her head slightly so that the kiss falls harmlessly on her cheek instead. If he attempts to kiss her hand, she should make a fist. If he lifts her gown and attempts to kiss her anyplace else she should quickly pull the gown back in place, spring from the bed, and announce that nature calls her to the toilet. This will generally dampen his desire to kiss in the forbidden territory.
If the husband attempts to seduce her with lascivious talk, the wise wife will suddenly remember some trivial non-sexual question to ask him. Once he answers she should keep the conversation going, no matter how frivolous it may seem at the time.

Eventually, the husband will learn that if he insists on having sexual contact, he must get on with it without amorous embellishment. The wise wife will allow him to pull the gown up no farther than the waist, and only permit him to open the front of his pajamas to thus make connection.
She should be absolutely silent or babble about her housework while he is huffing and puffing away. Above all, she should lie perfectly still and never under any circumstances grunt or groan while the act is in progress. As soon as the husband has completed the act, the wise wife will start nagging him about various minor tasks she wishes him to perform on the morrow. Many men obtain a major portion of their sexual satisfaction from the peaceful exhaustion immediately after the act is over. Thus the wife must insure that there is no peace in this period for him to enjoy. Otherwise, he might be encouraged to soon try for more.
One heartening factor for which the wife can be grateful is the fact that the husband's home, school, church, and social environment have been working together all through his life to instill in him a deep sense of guilt in regards to his sexual feelings, so that he comes to the marriage couch apologetically and filled with shame, already half cowed and subdued. The wise wife seizes upon this advantage and relentlessly pursues her goal first to limit, later to annihilate completely her husband's desire for sexual expression.



Copyright 1894 The Madison Institute.

3 comentários:

  1. Pelo que me parece, você está indo de um extremo ao outro. Se há cem anos as mulheres eram extremamente reprimidas sexualmente -- o que também era ruim para boa parte dos homens, os que se casavam --, hoje desandaram e tranformaram o sexo numa coisa banal e comercializável.

    O piro de tudo é que ainda hoje existem esposas que fazem do sexo um prêmio para seus maridos, mas não por pudor, e sim por sacanagem. Décadas atrás, a mulher que não dava ao seu marido o sexo que ele precisava (isso é fisiológico), fazia vistas grossas para suas escapulidas ao prostíbulo. Hoje as esposas não dão sexo suficiente para seus maridos e exigem fidelidade total, deixando muitos homens sem nenhuma alternativa de satifazerem-se sexualmente de maneira adulta e sadia.

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  2. Me parece que ele está revoltado com o que os homens passaram, mas te aviso que não é bom transar desse jeito. Imagina a primeira vez dessa moça. Homem parece qe consegue gozar de qualquer jeito, mulher é muito difícil. Até nisso vcs levaram vantagem. Décadas atrás e ainda hoje, existem maridos que simplesmente estupram suas esposas quando essas não querem e as pessoas acham normal. E quanto aos homens sem alternativa, coitados, pergunto como será a concepção de sexo que a mulher deles tem e qual é a forma que eles encorajam essas mulheres a terem sexo. Porque tem muito homem que não passa de britadeira. E Lobo Sagrado, é fisiológico para a mulher também e a repressão sexual não acabou. E sexo sempre foi banalizado,por homens e mulheres e sempre foi comercializado.

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  3. Lobo Sagrado e Joane, os dois estão errados sobre banalização do sexo. Lobo, as mulheres não acham normal nem homem chegar perto. Joane, o sexo é comercializado exatamente por não ser banal para os homens, nem os que cheios de palavrão e contos sexuais.

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Abigail Pereira Aranha no VK: vk.com/abigail.pereira.aranha
E-mail: saindodalinha2@gmail.com

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