sábado, 31 de dezembro de 2022

"Marriage strike" é pouco - parte 2

Abigail Pereira Aranha

Olá, meus amigos e minhxs inimigxs! Eu escrevi o texto "'Marriage strike' é pouco" em 2015[1] e vou dizer aqui uma coisa que eu não disse lá: evitar o casamento não é estratégia para enfrentar o esquerdismo ou o LGBT-Feminismo, é só uma demonstração de integração com a realidade física no ambiente próximo. Na verdade, o "marriage strike" é a reação a uma frustração com uma fantasia sobre o mundo que levou a encarar a realidade, uma fantasia conservadora de que a vida terrena é a vida rural de antes de meados do século XX; e daí vem o que os MGTOW, a Red Pill e a Real descobriram sobre leis draconianas e absurdos práticos em nome da defesa da mulher. E descontando a fantasia rural puritana que exagera a vida sexual das mulheres jovens bonitas do século XXI, eles podem ver e mostrar exemplos práticos de como as mulheres em idade fértil de hoje em dia não estão apenas inviáveis para casamento, elas vão de sem proveito até perigosas mesmo para um contato próximo. E isso tem a ver com o que eu vou abordar aqui.

Mesmo sendo um homem solteiro, você não vai escapar de ter contato com mulheres: como colegas de trabalho, como atendentes, como clientes, como vizinhas, como familiares,... E vamos nos lembrar que não são só aquelas mulheres que você comeria se elas dessem motivação e chance, o universo feminino também inclui mulheres feias e mulheres idosas, daquela geração que muitos homens antifeministas fantasiam como da era dourada. A tipicidade do universo feminino vai dar a experiência esperável do contato com essas mulheres.

Se você homem vai evitar até o sexo sem relacionamento estável, você deve se perguntar por que um homem sequer procura um casamento, ou sexo de uma noite com alguma mulher pinçada em algum evento com homens agressivos, barulho e banheiro sujo. Nem é questão de leis feministas, é a questão de o que alguma mulher tem a oferecer no geral. Ou mesmo sexualmente, porque uma mulher pode ser fisicamente deslumbrante e ser desanimadora no desempenho. Eu tive a experiência já em 2005, 2007, quando eu era adolescente e o meu corpo estava criando curvas, de um homem ficar com medo de ficar a sós comigo num lugar fechado ou sentado ao meu lado num ônibus; e eu sempre acalmava o homem me abrindo pra uma conversa agradável ou dizendo que ele podia me apalpar ou me comer mais tarde (e isso às vezes acontecia).

A minha série "A Sociedade dos Garotos"[2] tenta explicar alguns aspectos do universo feminino, do universo masculino educado pelo universo feminino e da sociedade em geral. Lá eu tento explicar como uma mulher comum parece conseguir o que quer na sociedade (qualquer época em qualquer lugar) e isso NÃO DEPENDE DE OFERTA SEXUAL. Mas ainda antes da série, em dezembro de 2010, eu lancei uma pista: o seu modelo de mulher é a sua mãe?[3]. Isso tudo explica até a própria linha aparentemente conservadora das comunidades masculinas antifeministas[4], e por que essas comunidades mesmas são recentes, têm maioria abaixo dos 40 anos hoje e fazem denúncias tardias sobre a legislação, sobre os cavaleiros brancos[5] e sobre o universo feminino; e por que as críticas ao universo feminino só vêem as mulheres jovens bonitas com boa escolaridade das cidades grandes da Europa e das Américas, misturando defeitos reais com fantasias exageradas da vida sexual delas.

A "greve de casamentos" ou a "desistência da sociedade" seriam pouca coisa até para combater o LGBT-Feminismo. E o problema nem é o Feminismo atual, é as raízes que eu abordo, por exemplo, naquela série "A Sociedade dos Garotos". Essas raízes existiam no começo do próprio Feminismo, na Primeira Onda de mais de 100 anos que era conservadora. Então, enquanto as mulheres não apresentarem uma diferença que justifica a distinção entre homens e mulheres, nós precisamos praticar aquela igualdade entre homens e mulheres que a militância feminista diz ter conseguido. Essa igualdade LGBT-feminista, por sinal, beneficia até o homem que alardeia ser mulher, vulgo "mulher trans"[6]. O reconhecimento de que mulheres e homens são iguais no sentido de possibilidade de erros profissionais e morais veio contra o desejo do próprio movimento, com as sandices de mulheres reais que o movimento patrocinou (ou foi um "matrocínio"?). Então, quando uma mulher errar, que ela seja tratada como um homem ou como ela faria se as posições fossem trocadas, incluindo as medidas jurídicas cabíveis. No caso das mulheres idosas, ainda há as leis a favor das pessoas idosas que, na verdade, foram feitas para as mulheres idosas e as mulheres medíocres quando forem idosas (isso é um bom assunto para outro texto). Aliás, se uma mulher que não seja melhor que a regra geral for tratada como homem, ela já está no lucro.

NOTAS E REFERÊNCIAS:

[1] "'Marriage strike' é pouco", 03 de outubro de 2015, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2015/10/strike-e-pouco.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2015/10/marriage-strike-e-pouco.html

[2] Em A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/search/label/sociedade-dos-garotos; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/search/label/sociedade-dos-garotos

[3] "O machismo foi criado pelas mulheres - parte 3: o seu modelo de mulher é a sua mãe?", 17 de dezembro de 2010, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2010/12/o-machismo-foi-criado-pelas-mulheres.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2010/12/o-machismo-foi-criado-pelas-mulheres_17.html

[4] Outra série sobre isso:

"Os MGTOW e o Ativismo de Direitos Humanos dos Homens são um ramo da direita cristã? - parte 1", 07 de maio de 2021, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2021/05/mgtow-direitos-humanos-dos-homens-direita-crista-1.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2021/05/mgtow-direitos-humanos-dos-homens-direita-crista-1.html

"Os MGTOW e o Ativismo de Direitos Humanos dos Homens são um ramo da direita cristã? - parte 2", 11 de maio de 2021, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2021/05/mgtow-direitos-humanos-dos-homens-direita-crista-2.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2021/05/mgtow-direitos-humanos-dos-homens-direita-crista-2.html

[5] "Cavaleiro branco", ou "white knight", é um homem disposto a agir em defesa de uma mulher só por ela ser mulher.

[6] Se você notou que eu uso o termo "LGBT-Feminismo" neste texto e não entendeu por que, talvez entenda melhor lendo este outro: "O Manifesto SCUM pode explicar o Movimento LGBT?", 23 de julho de 2012, A Vez das Mulheres de Verdade, https://avezdasmulheres.blogspot.com/2012/07/o-manifesto-scum-pode-explicar-o.html; e A Vez dos Homens que Prestam, https://avezdoshomens.blogspot.com/2012/07/o-manifesto-scum-pode-explicar-o.html

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