Maioria acha que mulher com roupas curtas merece estupro, aponta Ipea
Edgard Matsuki - Portal EBC* 27.03.2014 - 19h19 | Atualizado em 27.03.2014 - 23h12
Nesta quinta-feira (27), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou uma pesquisa realizada em junho de 2013 sobre a tolerância social da população à violência contra as mulheres no Brasil. O estudo apontou que, apesar da diminuição da tolerância à violência doméstica, os entrevistados ainda acreditam que as mulheres podem ter parcela de culpa em casos de violência sexual.
Na pesquisa, 65,1% das pessoas acreditam que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". Ao todo, 68,5% dos entrevistados também acreditam que "se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros".
O estudo aponta que, por trás dessas respostas, a responsabilidade do estupro também é jogada para a mulher. "[Existe a] noção de que os homens não conseguem controlar seus apetites sexuais; então, as mulheres, que os provocam, é que deveriam saber se comportar, e não os estupradores".
Os autores ainda apontam que os entrevistados acreditam que o estupro parece surgir também como uma correção. "[As respostas dão a ideia de que] a mulher merece e deve ser estuprada para aprender a se comportar", diz outro trecho do estudo.
Outras respostas também surpreenderam os pesquisadores. No total, 82% dos entrevistados acreditam que "em briga de marido e mulher, não se mete a colher" e 89% concorda que "a roupa suja deve ser lavada em casa".
A pesquisa abrange 25 perguntas sobre violência física e psicológica contra a mulher, relações homoafetivas e reflexões sobre o papel do homem e mulher na sociedade. Ao todo, foram entrevistadas 3.810 pessoas e 66,5% dos pesquisados são mulheres.
Os resultados apontam que a Lei Maria da Penha, que endurece as punições para o agressor, contribuiu para minimizar a tolerância à violência contra a mulher. Para a secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Aparecida Gonçalves, as tendências machistas vêm mudando. "Apesar de não ter mudado ainda da forma como gostaríamos, elas vêm se alterando aos poucos, principalmente no que tange à violência doméstica e familiar".
O estudo pode ser acessado na íntegra no site do Ipea
*Com informações do Ipea
Portal EBC, 27/03/2014, http://www.ebc.com.br/cidadania/2014/03/maioria-acha-que-mulher-com-roupas-curtas-merece-ser-atacada-diz-pesquisa-do-ipea.
Comentários de Universidade Plebeia Revolucionária
O IPEA é a fachada estatística do PT, assim como a universidade brasileira, com honrosas exceções, virou o Ministério da Verdade e os universitários se destacam mais em produção de engarrafamento que em "produção de conhecimento". Mas algum@ inimig@ já deve estar dizendo: "cadê a atrocidade que você disse no título, sua piranha masculinista?". Pois sim: 66,5% dos entrevistados eram mulheres (amostra viciada, já que as mulheres são 52%, mas vá lá), então, supondo que todos os homens responderam o mesmo,
1 - 47,5% das mulheres acham que mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas. As outras 52% das mulheres já sofreram assédio sexual no trabalho. Acha que isso é piada? Pois é piada, hehehehe, mas veja a matéria que eu achei enquanto procurava essa: "Roupas ousadas são motivo para agressão entre mulheres".
2 - 52,6% das mulheres acham que se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros.
3 - Se as outras são 47,4% são 52% das que trabalham, 8,8% das mulheres entrevistadas são vagabundas (no sentido não prazeiroso do termo).
4 - 72,9% das mulheres acham que em briga de marido e mulher, não se mete a colher.
Se você faz curso universitário com Estatística I na grade curricular mas tem dificuldade em Matemática e está perguntando "como foi que você achou esses números, sua puta?", eu explico. Por exemplo, dos que acreditam que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas" são 65,1% das pessoas, sendo 33,5% de homens. Logo, são pelo menos 31,6% mulheres. As mulheres são 66,5%. Então, aqueles 31,6% são 100% × 31,6 / 66,5 = 47,5% das mulheres entrevistadas. Os poderosos não querem os cidadãos inteligentes, por isso preferem dar cotas e empregos públicos.
As lesbofeministas e os descansos de salto agulha meteram o pau no que viram e levaram onde não tomaram cuidado. Quiá, quiá, quiá, quiá, quiá!
Apêndice
Roupas ousadas são motivo para agressão entre mulheres
Diferente dos homens, que brigam de forma direta, elas o fazem com comentários ácidos
Pressão. Estudo aponta que não é a magreza de modelos ou atrizes que leva uma mulher a se sentir inadequada, mas comentários do grupo
Publicado em 28/11/13 - 03h00
John Tierney
The New York Times
Nova York, EUA. A competição entre mulheres pode parecer óbvia para qualquer pessoa que tenha estado na cantina de uma escola de ensino médio ou em um em bar de paquera, mas analisá-la tem sido difícil, já que ela tende a ser mais sutil e indireta (e muito menos violenta) do que a competição entre homens.
Agora, pesquisadores puderam examinar mais de perto essa competição e dizem que ela é o fator mais importante para explicar as pressões que as mulheres jovens sentem para seguir padrões de conduta sexual e aparência física.
A fim de verificar como as estudantes reagem a uma rival, as pesquisadoras levaram pares delas a um laboratório na Universidade de McMaster, para o que seria aparentemente uma discussão sobre a amizade entre mulheres. Porém, a experiência de verdade começou quando outra jovem entrou na sala perguntando onde encontrar uma das pesquisadoras.
A mulher tinha sido escolhida pelas pesquisadoras, Tracy Vaillancourt e Aanchal Sharma, porque tinha "qualidades consideradas atraentes do ponto de vista evolutivo", o que significa "uma baixa razão cintura-quadril, pele clara e seios grandes". Às vezes, ela usava uma camiseta e jeans; outras vezes, uma blusa decotada justa e uma saia curta.
O EXPERIMENTO. Quando usava jeans, ela chamou pouca atenção e motivou poucos comentários negativos por parte das alunas, cujas reações estavam sendo secretamente gravadas durante o encontro e depois que a mulher saía da sala. No entanto, quando ela vestia uma saia e blusa decotada e justa, praticamente todas as alunas reagiram com hostilidade.
Elas olhavam a moça fixamente, dos pés à cabeça, reviravam os olhos e às vezes, demonstravam irritação imediatamente.
A maior parte das agressões, entretanto, acontecia depois que a moça saía da sala. Era quando as alunas riam dela, falando mal das suas roupas. Uma aluna chegou a sugerir que ela se vestia dessa maneira a fim de ter relações sexuais com um professor. Outra disse que os seus seios "estavam prestes a saltar de dentro da blusa".
Os resultados do experimento corroboram evidências de que essa forma de agressão indireta de "meninas malvadas" é mais usada por adolescentes e jovens do que por mulheres mais velhas, que têm menor propensão a criticar rivais a partir do momento em que se casam.
Outros estudos têm mostrado que quanto mais atraente uma menina ou mulher adolescente é, mais provável é que ela se torne alvo de agressões indiretas de suas colegas. A responsabilidade pela estigmatização da promiscuidade feminina muitas vezes foi atribuída aos homens, que têm motivações darwinianas para desencorajar seus cônjuges a se afastarem.
Todavia, eles também têm motivações darwinianas para incentivar outras mulheres a serem promíscuas. Vaillancourt disse que seu estudo e outras pesquisas sugerem que as mulheres são as principais responsáveis pela estigmatização.
"O sexo é cobiçado pelos homens", disse ela. "Assim, as mulheres limitam o acesso a si próprias como uma forma de manter vantagem na negociação desse recurso. As mulheres dispostas a ter relações sexuais muito rapidamente comprometem a posição de poder do grupo, razão pela qual muitas mulheres são particularmente intolerantes com aquelas que são ou parecem ser promíscuas."
Publicado no jornal O Tempo, Belo Horizonte, http://www.otempo.com.br/interessa/comportamento/roupas-ousadas-s%C3%A3o-motivo-para-agress%C3%A3o-entre-mulheres-1.752379
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Abigail Pereira Aranha no VK: vk.com/abigail.pereira.aranha
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