sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Professora vai a uma conferência na Universidade de Columbia apresentar um artigo sobre machismo no funk, e o pior é que ela realmente nos representa

Abigail Pereira Aranha

Valesca Popozuda vai bancar viagem de pesquisadora aos EUA

30/07/2014 17h15

do BOL, em São Paulo

Marcos Madi/Futura Press/Folhapress, Arquivo Pessoal

Valesca Popozuda vai bancar a viagem da pesquisadora Jaqueline Conceição, 28, aos Estados Unidos, onde a professora vai apresentar uma pesquisa sobre letras de funk brasileiro cantadas por mulheres, entre elas a própria Valesca. Na sexta-feira (25), o blog "Mural", da Folha, publicou a história da pesquisadora, que promoveu uma "vaquinha " online  para mostrar sua tese em um congresso na Universidade Columbia, uma das mais importantes instituições de ensino dos EUA. Até segunda (28), Jaqueline só havia conseguido metade dos R$ 3.700 de que precisava. Valesca ficou sabendo e decidiu ajudar. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

"Admiro pessoas guerreiras como ela. Achei a história legal. A vontade dela de mostrar seu trabalho foi o que mais motivou em ajudá-la", disse Valesca.

Jaqueline dá aulas de literatura em uma escola de Paraisópolis (zona sul), segunda maior favela de São Paulo. Neste ano, ela finalizou um mestrado em educação pela PUC-SP.

"Confesso que estou meio fora do ar. E muito feliz", afirma Jaqueline, que viaja em setembro.

Valesca no meio acadêmico

Em abril deste ano, um professor de ensino médio do Distrito Federal deu o título de "grande pensadora contemporânea" a Valesca,  em uma questão que citava "Beijinho no Ombro", hit da cantora. A prova causou polêmica nas redes sociais.

Além disso, também neste ano, calouros da USP foram recebidos ao som da mesma música, cantada pelo coral da universidade no largo São Francisco.

Veja Álbum de fotos

Veja Álbum de fotos (Com informações do jornal Folha de S.Paulo)

(BOL Notícias, São Paulo, 30/07/2014, http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2014/07/30/valesca-popozuda-vai-bancar-viagem-de-pesquisadora-aos-eua.htm)

Professora leva à Conferência em Columbia pesquisa sobre gênero e cultura afirmativa na formação de jovens

Por: Ana Maria Lopes

Professora na zona sul da capital paulista, Jaqueline Conceição da Silva vai apresentar um trabalho baseado em sua dissertação de mestrado em uma Conferência na Universidade de Columbia, que ocorre em setembro nos Estados Unidos.

O artigo “Só Mina Cruel - Algumas Reflexões Sobre Gênero e Cultura Afirmativa no Universo Juvenil do Funk”, que aborda a relação entre funk, gênero e juventude negra, foi elaborado a partir do Mestrado em Educação: História, Política, Sociedade apresentado à PUC de São Paulo no primeiro semestre de 2014.

O Mestrado que deu origem ao artigo, "Formação de jovens em situação de altíssima vulnerabilidade social: análise das propostas de trabalho desenvolvidas pelas ONGs na cidade de São Paulo", pesquisa a juventude à luz da Teoria Critica da Sociedade, a partir das reflexões de T. W. Adorno e H. Marcuse.

A autora trabalha desde 2000 com jovens e famílias em situação de vulnerabilidade social e inseridos na criminalidade. Atualmente, Jaqueline leciona literatura em uma escola de ensino médio em Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo.

A metodologia empregada pela autora foi a análise de 21 letras de funk veiculadas nos meios de comunicação (rádio e televisão) através de programas voltados para o público juvenil da classe popular. "Estudei as músicas a partir das contribuições da Escola de Frankfurt sobre formação, cultura e racionalidade tecnológica", explica Jaqueline Conceição.

A pesquisa da educadora indica que os jovens, produtores e consumidores do funk, reproduzem em seu discurso as mesmas relações de opressão e submissão em relação à mulher.

"Mesmo revestidas de uma pseudoliberdade aparente na exacerbação da sexualidade feminina e do 'direito' das jovens em usufruir do prazer que seu corpo pode lhes proporcionar, as letras de funk submetem as mulheres à exploração e opressão que elas enfrentam ao longo do processo civilizatório", analisa a autora.

Em sua pesquisa, Jaqueline aponta a perversão do discurso supostamente emancipatório das músicas populares em prol da figura masculina, "o que não difere dos demais espaços sociais, onde apesar do avanço crescente da mulher no mercado de trabalho, seu corpo (seja através da maternidade, da sexualidade ou da estética) ainda está sujeito aos desejos do patrão, do marido, do namorado, do cafetão e do conjunto de toda a sociedade burguesa imersa na ideologia do patriarcado.".

A pesquisa de Jaqueline Conceição da Silva foi destaque na XI Semana da Mulher, realizada pela Unesp de Marília. Para garantir a participação na Conferência americana, a professora buscou o financiamento coletivo e lançou uma vaquinha on-line.

A Conferência “Herbert Marcuse and the Legacy of One-Dimensional Man” ocorre em 29 de setembro, em comemoração aos 50 anos do livro “One Dimensional Man”, traduzido no Brasil como "Ideologia da Sociedade Industrial - O Homem Unidimensional”, do sociólogo Herbert Marcuse, considerado uma obra referencial para os pesquisadores da Teoria Crítica da Sociedade.

SERVIÇO: A dissertação de mestrado de Jaqueline Conceição da Silva está publicada na íntegra na Biblioteca Digital da PUC de São Paulo: http://biblio.pucsp.br/ Contatos com a autora através do e-mail: jaquec@hotmail.com

(APEOESP - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, 14/08/2014, http://www.apeoesp.org.br/teses-e-dissertacoes/professora-leva-a-conferencia-em-columbia-pesquisa-sobre-genero-e-cultura-afirmativa-na-formacao-de-jovens)

Comentários de Universidade Plebeia Revolucionária

Olá, meus amigos e minh@s inimig@s, que a força, a alegria, a sabedoria, a hombridade e a safadeza estejam com os amigos. O artigo da srta. Jaqueline está em http://www.inscricoes.fmb.unesp.br/upload/trabalhos/2013319135123.doc. Se o leitor já viu essa notícia antes (eu vi em agosto, mas agarrei em outras postagens) e for um liberal-fascista puritano pró-estupro gay enrustido homofóbico, deve ter pensado em uma lista de nomes que deviam estar representando o Brasil nos Estados Unidos. Mas, pensando bem, quem nós gostaríamos de ver é quem representa o que resta de decência intelectual, moral e mental por aqui, quem representa o Brasil é uma peça dessas. Vamos ver:

01) A imprensa chama a mestranda de pesquisadora, não apenas esse portal BOL Notícias, vários jornais.

02) A matéria da APEOESP mostra a autora como professora e educadora (nada errado), mas na única menção da página a Cláudio de Moura Castro, que é formado em Economia pela UFMG, tem um curso de Filosofia e um de Desenvolvimento Político pela Universidade Harvard e tem um currículo de 43 páginas (o artigo de Jaqueline tem 11), ele é chamado de "sr.". Afinal, ele escreve há mais de dez anos coisas que essas professorinhas não gostam de ler, não foi só uma piadinha sexista (que defende o sexo hétero) que el@s responderam com nota de repúdio.

03) O artigo é de 2013, ano em que a melhor universidade brasileira no QS World University Rankings era a Universidade de São Paulo (USP) na posição 127. De países com população menor que a cidade de São Paulo (cerca de 11,5 milhões de habitantes), estavam na frente da USP: 01 - Instituto Royal de Tecnologia (Suécia, 9,6 milhões, posição 118); 02 - Universidade de Lausanne (Suíça, 8,1 milhões, posição 111); 03 - Universidade de Basileia (Suíça, posição 110); 04 - Universidade de Auckland (Nova Zelândia, 4,5 milhões, posição 94); 05 - Universidade de Aarhus (Dinamarca, 5,6 milhões, posição 91); 06 - Universidade de Oslo (Noruega, 5,1 milhões, posição 89); 07 - Universidade de Uppsala (Suécia, posição 79); 08 - Universidade de Zurique (Suíça, posição 78); 09 - KU Leuven (Bélgica, 10,4 milhões, posição 77); 10 - Universidade de Genebra (Suíça, posição 71); 11 - Universidade de Helsinki (Finlândia, 5,3 milhões, posição 69); 12 - Universidade Lund (Suécia, posição 67); 13 - Trinity College Dublin (Irlanda, 4,6 milhões, posição 61); 14 - Universidade de Copenhagen (Dinamarca, posição 45); 15 - Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU) (Cingapura, 5,4 milhões, posição 41); 16 - Universidade Tecnológica Nacional de Cingapura (NUS) (Cingapura, posição 24); 17 - Escola Politécnica Federal de Lausanne (Suíça, posição 19); 18 - ETH Zurique (Instituto Federal Suíço de Tecnologia) (Suíça, posição 12). E quem comenta como a educação brasileira é uma vergonha diante do mundo? Caras como o citado Cláudio de Moura Castro. E olha lá atrás como os sindicatos de professores e os especialistas em Educação do Brasil recebem o que ele diz.

04) E o que o Brasil vai apresentar lá fora? "Só Mina Cruel - Algumas Reflexões Sobre Gênero e Cultura Afirmativa no Universo Juvenil do Funk". Ou seja, paranoia lesbofeminista-racialista em música lixo.

05) O artigo tem 11 páginas, sendo uma pro resumo e outra pra bibliografia. A bibliografia é um livro de Adorno, um de Adorno e Horkheimer, quatro de Marcuse.

06) No mesmo ano em que o artigo foi escrito, 2013, foi aprovada lei para o sistema de cotas raciais nas universidades públicas. O Brasil passando outra vergonha no PISA, que mede o aprendizado de vários países no fim da educação básica, e a grande preocupação do Brasil (ou melhor, dos educadores esquerdistas e dos políticos esquerdistas) era quantos semianalfabetos da escola pública (e quem fez o PISA era da rede privada, que é menos ruim) estavam faltando na universidade.

07) A mestranda Jaqueline Conceição da Silva é ela própria negra e pobre vinda de escola pública. Ela poderia deixar a marca da honra, mas preferiu passar como uma militante esquerdista de quinta categoria e ainda uma lésbica de baixo nível cultural. Não é pelo funk carioca (acho que nos Estados Unidos, funk ainda se compara com James Brown), afinal até eu coloquei a letra de um funk carioca dos cabeludos em um texto que eu escrevi. Também não é porque ela é negra e pobre, porque eu conheço e o leitor deve conhecer vários negros com curso universitário que estudaram como todo mundo antes e dentro do curso, e mostraram valor como profissionais e como pessoas.

08) Primeiras palavras do último parágrafo: "Fica claro para mim como feminista". Trabalho acadêmico não deve ser redigido em terceira pessoa? E se eu escrever uma tese de mestrado usando a primeira pessoa dizendo que eu sou masculinista, capitalista, cristã ou libertina, a tese passa?

09) Na página 6, a autora diz que o funk (carioca) foi "criado na década de 1990 (Século XX) na periferia do Estado do Rio de Janeiro". Na página 10, ela diz que "o discurso intrínseco nas letras de FUNK" é "de reprodução da opressão e dominação da mulher na sociedade", mas que "o FUNK se mostra como um espaço onde a relação do individuo com o seu próprio corpo não está completamente cindida e alienada". Afinal, o funk carioca é rebelde ou reacionário?

10) Na página 10, a autora cita Valeska PoPozuda, aquela que ajudou a pagar a viagem (os colchetes são meus, os erros são dela): "onde mais, um grupo de jovens poderão gritar a pelo pulmões: [abre aspas] é minha, é minha a porra da buceta é minha [fecha aspas] e faço o que eu quiser, dizendo não aos homens que controlam suas vidas?". Mas no parágrafo anterior, ela chama a mesma música da Valeska PoPozuda de "discurso sexista" (no sentido de machista).

11) A tese foi apresentada no Programa de Estudos Pós Graduados em Educação: História, Política, Sociedade, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Imagine se não fosse católica.

12) Até erro de ortografia o artigo acadêmico tem. Se fosse só "programas televisos" (pág. 6, seria "programas televisivos"), "8 hs" (pág. 8, seria 20:00 ou, se fossem oito horas de tempo, seria "8 h") ou "violente" (pág. 9, seria "violenta"), eu até ia deixar passar. Mas na página 6, a distinta escreve "Caldeirão do Huck" (programa da Rede Globo apresentado por Luciano Huck) como "Caldeirão do HULK". E a moça além de mestranda, é formada em Pedagogia e dá aula de Literatura em uma escola de Ensino Médio. Como diz um amigo meu do Facebook, vou ali me enforcar e já volto.

Notícia de última hora 1: Matéria deste domingo da Folha de São Paulo: "CA de direito do Mackenzie elege 1ª mulher negra como presidente" (http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2014/09/1515189-ca-de-direito-do-mackenzie-elege-1-mulher-negra-como-presidente.shtml). Palavras da moça, Tamires Gomes Sampaio, que é filha de uma militante do movimento negro: "Por conta do perfil da universidade, quem é conservador tem mais voz. A gente quer que quem for de esquerda, prounista, gay, feminista, também tenha chance de discutir". Já viu algum esquerdista ou feminista ser censurado em grupo de discussão ou blogue de direita e antifeminista? O contrário acontece sempre. Nós defendemos a liberdade de expressão do adversário para garantir uma humilhação justa. Hua, hua, hua, hua, hua! E a Universidade Mackenzie é presbiteriana.

Notícia de última hora 2: Estava eu ontem na página da minha amiga Ana Caroline Campagnolo Bellei e, na foto dela com um livro O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota autografado pelo Olavo de Carvalho, apareceu um babaca chamado Mateus Lynŋiker (http://www.facebook.com/mateus.lynniker) perguntando "e a pepsi com seus fetos abortados?". Digo sem medo de errar que se o cidadão não for já formado, está cursando alguma graduação. O que eu achei legal é que não apenas o jovem repete mexericos de terceiros em vez de ler um único artigo escrito por aquele de quem ele está falando, ele também diz isso para alguém que LEU um livro de mais de 600 páginas de artigos exatamente desse autor. Ele conseguiu dizer "ele assassinou a lógica e a razão em seus livros" depois de dizer "não gastarei 1 centavo pra ler algo do babaca do Olavo". Ele decidiu isso antes ou depois de ler os livros? Não faz muito tempo, um estudante num simples debate de colégio que desse demonstração tão grande de ignorância e desprezo pensando que ataca alguém que entende o assunto ou já leu o autor sairia humilhado de lá mesmo. Hoje, o Brasil já tem metade dos universitários sem capacidade nem para entender o que leem. E muitos pós-graduandos em Educação como a srta. Jaqueline.

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