Pois é, amigos, quando um amigo nosso compartilhou comigo uma carta que ele entregou na Polícia Federal para denunciar que silviokoerich.com era um fake para incriminar os antifeministas, eu pensei: ou alguém no Judiciário vai ter pelo menos curiosidade sobre aquilo e tomar uma posição do nosso lado, ou o Judiciário vai abafar a verdade e vai se afundar em uma desonra atrás da outra. E eu estava certa: segunda opção. A carta está no A Vez das Mulheres de Verdade (http://avezdasmulheres.blog.com/2012/01/27/as-mulheres-odeiam-ser-criticadas-5) e no A Vez dos Homens que Prestam (http://avezdoshomens.blogspot.com.br/2012/01/as-mulheres-odeiam-ser-criticadas-5.html). Mas o que aconteceu neste caso foi mais do que só não dar nada. A Lola Aronovich foi citada na denúncia e colocou em uma postagem dela de 23 de março de 2012, data em que o denunciante voltou à Polícia Federal, um print screen de uma cópia dessa denúncia que só foi publicada em outro blogue nosso em julho do mesmo ano (http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2012/03/inicio-de-justica-ate-que-enfim.html). Outra: o processo corria em segredo de justiça, mas a blogueira conseguiu noticiar a prisão de dois suspeitos e a preparação para a prisão de um terceiro (http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/02/extra-extra-homens-sanctos-condenados.html). Além de que os funcionários públicos que trabalharam no caso colaboraram em um caso de assassinato de reputação.
Mas a vergonha das bolas nunca vem sozinha. Vamos a uma seleção rápida de casos neste intervalo.
1) "Policial que fez filme pornô é reconduzido ao cargo. Vida pregressa não atinge sua função." (Notícias da Caserna, fevereiro de 2014, http://www.blognoticiasdacaserna.com/2014/02/policial-que-fez-filme-porno-e.html). Ah, e parece incrível, mas o serviço público brasileiro tem avaliação de desempenho, sim. Pra mulherzinha tirar novato que não vai com a cara ou para gente sem talento e sem caráter ameaçar quem tem. O mandato de segurança que o rapaz conseguiu foi em fevereiro deste ano. O policial fez um filme pornô antes de entrar na polícia, então não poderia ter sido reprovado em avaliação de desempenho por isso. Se é que ter um empregado que teve orgasmo desqualifica uma instituição. O rapaz voltou, era o mínimo que ele merecia. E o mínimo que a vaca fofoqueira que trouxe o caso merecia.
2) "Aposentado é preso pela PM com armas e munições em Piracicaba" (G1, 19/06/2014, http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2014/06/aposentado-e-preso-pela-pm-com-armas-e-municoes-em-piracicaba.html). Ele disse que era colecionador. Foi entregue por denúncia anônima.
3) "Aposentado é preso por porte ilegal de armas em Volta Redonda" (Diário do Vale, 19/09/2012, http://www.diariodovale.com.br/noticias/0,63182,Aposentado-e-preso-por-porte-ilegal-de-armas-em-Volta-Redonda.html). Eu achei este caso procurando o anterior. "O aposentado teria dito aos agentes que a garrucha serviria para se defender de ataques de adolescentes". E ele tinha 73 anos.
4) O Ministério Público Federal abre inquérito para investigar o vereador de São Paulo Andrea Matarazzo (PSDB) no caso da Alstom (de suposta corrupção no metrô de São Paulo)... porque em outro inquérito não foram achadas provas contra ele (Reinaldo Azevedo, "Andrea Josef K. Matarazzo. Ou: Kafka nos Trópicos", 19/02/2014, http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/andrea-josef-k-matarazzo-ou-kafka-nos-tropicos).
5) Em 2012, 2013 e 2014 tivemos mais Marcha das Vadias. E a polícia fez papel de segurança para lésbicas loucas caluniarem os homens.
6) Falando em Marcha das Vadias, elas já tinham cometido o crime de desrespeito a religião invadindo uma igreja de topless (ou seja, também atentado ao pudor), mas foram aceitas como parte legítima para denunciar na 15ª Vara Criminal de Belo Horizonte o aplicativo Tubby, que seria a revanche do Lulu, onde mulheres avaliavam o desempenho sexual de homens. Para proibir o aplicativo de ser lançado, valeu até usar comentários agressivos de terceiros que já tinham sido apagados em página do Facebook. Mas o Tubby era zoeira, nem existia. Comentei o caso na época ("Revide ao aplicativo Lulu foi proibido pela Justiça: o doutor Rinaldo também acredita em falsa simetria? (E era boato? Pior ainda!)", 06/12/2013, http://avezdasmulheres.blog.com/2013/12/06/revide-ao-lulu-proibido-falsa-simetria).
7) "Rodrigo Janot, procurador-geral da República, enviou uma estranha petição ao Supremo [Tribunal Federal]. Não se limitou a, vá lá, pedir a prisão de [Eduardo] Azeredo [pelo que os lulopetistas chamam de "mensalão mineiro"], o que é estranho porque o julgamento está para começar. Mas não se contentou com isso: ele também resolveu fazer a dosimetria, estipulando o tempo de cadeia — nada menos de 22 anos — e o valor da multa a ser paga." (Reinaldo Azevedo, "Ao fazer até a dosimetria de quem não foi nem julgado, Janot está tentando agradar a quem?", 08/02/2014, http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/mensalao-mineiro-1-caso-nao-e-igual-ao-dos-petistas-2-por-que-azeredo-e-reu-e-lula-nao-3-ao-fazer-ate-dosimetria-de-quem-nao-foi-nem-condenado-janot-esta-tentando-agradar-a-quem-4-ah-sim)
8) Uma vadiazinha não gostou que o padrasto proibisse o namorado de dormir na casa, inventou que foi estuprada por ele. O homem foi preso supostamente em flagrante e ficou preso por cinco meses até que a mocinha confessasse a mentira. Portanto, ninguém investigou nada e um inocente ficou preso sem provas por um crime que não existiu. Mas, em vez de assumir a gravidade do próprio erro, o Judiciário resolveu culpar as denunciantes (só elas). (Revista Consultor Jurídico, 24/04/2013, http://www.conjur.com.br/2013-abr-24/homem-fica-preso-cinco-meses-falsa-acusacao-feita-enteada)
9) Black blocs disparam um rojão para a polícia e acertam o cinegrafista Santiago Andrade. Grandes veículos, entre eles a Globo e a própria Bandeirantes, onde ele trabalhava, dizem que o rojão foi uma bomba de gás lacrimogêneo disparada pela polícia. Aparentemente, a polícia engoliu e só não foi culpada até hoje porque apareceram as imagens do artefato. (Reinaldo Azevedo, "Não tenho respeito por uma imprensa que puxa o saco dos seus algozes. Covardes! O óbvio é reconhecido: cinegrafista não foi atingido pela Polícia do RJ. Eu 'descobri' isso vendo uma foto!", 07/02/2014, http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/nao-tenho-respeito-por-uma-imprensa-que-puxa-o-saco-dos-seus-algozes-covardes-o-obvio-e-reconhecido-cinegrafista-nao-foi-atingido-pela-policia-do-rj-eu-descobri-isso-vendo-uma-fo)
10) "Homem é preso depois de criticar abordagem da PM no Facebook" (G1, 22/08/2014, http://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2014/08/homem-e-preso-depois-de-criticar-abordagem-da-pm-no-facebook.html). "Rapaz reclamou de blitz em Sarandi e, um dia depois, foi preso no trabalho. Comissão de Direitos Humanos condenou a ação: 'Abusiva e humilhante'."
Então, vem o caso que deu o que falar este mês:
Juiz que ganhou indenização de agente de trânsito perdeu carteira de motorista em Lei Seca em 2013
Redação
06 novembro 2014 | 17:06
Dois anos depois de ser parado no Leblon, Rio, magistrado foi de novo interceptado e se recusou a passar pelo bafômetro
Por Julia Affonso
Dois anos depois de se envolver em um incidente com a agente de trânsito Luciana Tamburini, em fevereiro de 2011 durante uma blitz da Lei Seca, na zona sul do Rio de Janeiro, o juiz João Carlos de Souza Correa perdeu a carteira de motorista. Em março de 2013, ele foi parado em Copacabana durante a madrugada e se recusou a fazer o bafômetro.
O juiz perdeu o documento de habilitação, levou uma multa de R$ 1.915,40 e teve suspenso por 12 meses o direito de dirigir. A infração é considerada gravíssima e o carro foi liberado depois que um motorista chegou para levá-lo.
Nesta semana, os holofotes caíram sobre o magistrado, após uma sentença da Justiça Fluminense. Em fevereiro de 2011, a servidora trabalhava na Operação Lei Seca no Leblon, zona sul do Rio, quando parou o magistrado em uma blitz. O carro em que ele estava não tinha placas e documentos, e ele estava sem a carteira de motorista.
Segundo Luciana, após o episódio, o juiz foi ao Detran-RJ e entrou com um representação interna contra ela. Por causa disso, a agente foi à Justiça processá-lo por danos morais. Quem ganhou a causa, no entanto, foi o magistrado. Em 1ª instância, a Justiça decidiu que Luciana deveria pagar R$ 10 mil a ele. A agente de trânsito recorreu, e o resultado saiu no último dia 22 de outubro: ela deverá pagar R$ 5 mil.
Luciana Tamburini. Foto: Fábio Motta/Estadão
Na sentença, o desembargador José Carlos Paes, relator do caso no Tribunal de Justiça do Rio, afirma que a agente agiu com abuso de poder ao abordar o juiz. Segundo ele, a servidora ofendeu o juiz, "mesmo ciente da relevância da função pública por ele desempenhada". Ela teria dito que ele era "juiz, mas não Deus".
Indignados com a decisão judicial, internautas criaram uma vaquinha online para arrecadar o valor da indenização da agente, que recebe cerca de R$ 3.7 mil. Em dois dias, a quantia passou de R$ 12 mil. Luciana vai recorrer da decisão. Se ganhar, promete doar a quantia toda para uma instituição de caridade. O juiz não quis se pronunciar sobre o caso.
(Estadão, 06/11/14, http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/juiz-que-ganhou-indenizacao-de-agente-de-transito-perdeu-carteira-de-motorista-em-lei-seca-em-2013)
E o que mais a "Justiça" diz? "O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ) Felipe Santa Cruz comentou, na tarde desta terça-feira, a conduta do juiz João Carlos de Souza Correa. (...) 'Ele precisa pedir uma licença para saber se tem condições de permanecer na magistratura. A conduta dele é venenosa para outros magistrados e as denúncias só aumentam'" ("'Ele precisa pedir uma licença', diz presidente da OAB-RJ sobre conduta de juiz", O Dia, 11/11/2014, http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-11-11/ele-precisa-pedir-uma-licenca-diz-presidente-da-oab-rj-sobre-conduta-de-juiz.html). "'Juiz deve ser tratado como qualquer cidadão', diz Associação de Magistrados do Rio". (Estadão, 07/11/2014, http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/juiz-deve-ser-tratado-como-qualquer-cidadao-diz-associacao-de-magistrados-do-rio). Ou seja, na falta da opção do silêncio, se manifestam o espírito de corpo e o de porco.
Também recomendo os textos "Juízes não são deuses. Mas nunca diga isso a eles", do João Luiz Mauad do Instituto Liberal (http://www.institutoliberal.org.br/blog/juizes-nao-sao-deuses-mas-nunca-diga-isso-eles); e "Dossiê do Deus brasileiro conhecido mundialmente como juiz", do amigo Osvaldo Aires Bade (http://cinenegocioseimoveis.blogspot.com.br/2014/11/dossie-do-deus-brasileiro-conhecido.html).
Ah, se a relevância do cargo de juiz é representada por um cretino embriagado que dá voz de prisão para a polícia depois de detido em blitz, o Deus João Carlos de Souza Correa e o profeta José Carlos Paes devem ser degolados em praça pública, já que cidadãos de bem desarmados não podem fuzilar.
A falta de virilidade dos homens de uma instituição ou de um homem em particular é uma desonra que faz até a honra que sobra se perder. Aquela lista que eu fiz foi pequena só para não cansar o leitor. O leitor brasileiro mais informado poderia dobrar a pequena lista que eu fiz com notícias que leu daquela mesma época, ou triplicar juntando casos que soube de conhecidos ou casos seus mesmos. Nós antifeministas denunciamos feministas fazendo apologia ao ódio contra homens, falsas denúncias de assédio sexual e estupro, falsas denúncias de "pedofilia" (abuso sexual de menores), falsas denúncias de violência contra mulher, risos de mulheres em casos de violência contra homem; mas, até onde sabemos, pouquíssimos policiais ou profissionais do Direito sequer leem os nossos blogues ou são nossos amigos no Facebook. O que os policiais, os advogados, os oficiais de justiça, os juízes homens ganham com a falta de postura, ou até de curiosidade, sobre direitos dos homens? Os bons (ou os melhorzinhos) ganham uma vida normal, até adoecerem de desgosto, chutarem o balde ou serem afastados por falsa denúncia de mulherzinha. Os medíocres ganham algum sossego, manter o cargo público ou a reputação e, se tiverem coragem, pegar algumas vadias que gostam de farda ou dos homens da lei. Os horríveis ganham a boquinha para enriquecimento ilícito, falar grosso com homem de bem desarmado (porque mulher tem delegacia só pra ela) e pegar vadias que gostam de farda ou dos homens da lei. E todos vão fazer de jagunço de vaca lésbica anorgásmica. Quem prende homem honesto por falsa denúncia de assédio sexual ou de violência contra mulher vai soltar agressor de verdade porque a esposa agredida pagou a fiança ou retirou a queixa. E vai prender homem de bem por dever pensão à ex-mulher, não raro de um filho que nem é dele. E vai soltar adolescente delinquente de verdade, em geral filho de vadia que vive de pensão do pai do moleque. Por fim, vai viver de infernizar vendedor ambulante, motorista de Besta velha, travesti e prostituta, além de ser reboque de denúncia anônima de mulherzinha.
Ainda em abril deste ano, a Polícia Civil de Minas Gerais faz uma greve. O protesto: "Em Minas Gerais, quem prende bandido ganha a metade do salário de quem solta. É justo?". Esses policiais até merecem mais. Merecem mais é se f%#ê. Se parecem com os professores: a área deles é uma vergonha nacional e eles só conseguem ver o próprio umbigo. O homem profissional do Direito e da segurança pública é um "passa-fome metido a Charles Bronson", como diziam os Racionais MCs. Ou ele passa para o lado do antifeminismo, do antiesquerdismo e da honradez enquanto tem com o que contribuir, ou vai ver a população de bem tentar garantir sua vida normal mandando pro Inferno as "autoridades" e a lei que só vale contra ela, provavelmente acabando demitido e difamado quando parar de aceitar emasculação e desonra. Já estamos dando couro em ladrões e menores infratores. Em breve, podemos estar linchando juízes.
Apêndice
R7, 02/05/14. Os black blocs fugiram da Gaviões da Fiel. Preferiam nem chegar perto do Itaquerão. Torcidas organizadas, banidas dos estádios, agindo como milícia nos protestos. Era o que faltava nesta Copa... Disponível em http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/os-black-blocs-fugiram-da-gavioes-da-fiel-preferiam-nem-chegar-perto-do-itaquerao-torcidas-organizadas-banidas-dos-estadios-agindo-como-milicia-nos-protestos-era-o-que-faltava-nesta-copa-02052014.
Os black blocs fugiram da Gaviões da Fiel. Preferiam nem chegar perto do Itaquerão. Torcidas organizadas, banidas dos estádios, agindo como milícia nos protestos. Era o que faltava nesta Copa...
"Atenção Nação Corinthiana, hoje está marcada uma manifestação em Itaquera, a caminhada começará no Tatuapé e pode terminar em nosso Estádio. Estamos convocando a Nação Corinthiana para ir conosco aqui da sede juntos, para evitarmos qualquer tipo de depredação e vandalismo na casa da FIEL TORCIDA.
Vamos disponibilizar um ônibus, saindo aqui da Sede as 16hs."
Milícia.
"Designação genérica das organizações militares ou paramilitares compostas por cidadãos comuns, armados ou com poder de polícia que teoricamente não integram as forças armadas de um país. As milícias podem ser organizações oficiais mantidas parcialmente com recursos do Estado e em parceria com organizações de caráter privado, muitas vezes de legalidade duvidosa."
Não houve destaque no noticiário o que aconteceu quarta-feira.
Aconteceu mais uma manifestação contra a Copa do Mundo.
Ela estava marcada para acontecer na Zona Leste de São Paulo.
Programada pela Internet, deveria começar em frente ao Itaquerão.
O estádio de R$ 1,2 bilhão construído com o auxílio dos cofres públicos.
Ele pertence a um clube particular, o Corinthians.
Como o Beira Rio e a Arena da Baixada.
Internacional e Atlético Paranaense se aproveitaram do Mundial.
Terão arenas novas com o auxílio do dinheiro da população.
Mas os manifestantes paulistas haviam resolvido cobrar o Itaquerão.
Ele seria o início e o ponto principal dos protestos de quarta.
Mas a cúpula da Gaviões soube o que iria ocorrer.
E não confiou nas autoridades, nos policiais que iriam proteger o estádio.
Decidiu que os membros das organizadas tinham uma missão.
Iriam se juntar para enfrentar os manifestantes.
A ordem era não permitir a depredação do estádio de jeito algum.
E foi o que fizeram.
Os torcedores foram convocados e estavam preparados para o embate.
Os manifestantes ficaram sabendo o que acontecia.
E decidiram.
O ponto de encontro não seria mais na estação Itaquera-Corinthians.
E sim na Tatuapé.
O medo do confronto com os torcedores foi o responsável pela mudança.
Os black blocs fugiram da briga.
O máximo que fizeram foi andar do Tatuapé até a Praça da Sé.
E mostrando sua 'revolta' queimaram álbuns de figurinhas da Copa.
Foi patético.
Infantil.
Diante da 'vitória', a organizada promete que a ação se repetirá.
Quando houver qualquer protesto que vá até o Itaquerão, ela estará lá.
Para 'evitar qualquer tipo de depredação e vandalismo'.
Exatamente como foi colocado na convocação.
E espalhado pela Internet.
Principalmente na Copa do Mundo.
O poder de convencimento não será discurso, abraços apertados, beijos.
A Gaviões já se envolveu em inúmeras brigas violentíssimas.
Foi banida em São Paulo, no Rio, em Brasília.
Como a sociedade aceitou calada essa postura de milícia da Gaviões?
Já sabe que os torcedores estarão lá quando novos manifestos acontecerem.
Por que tanta passividade?
Se depois do Itaquerão, a Gaviões resolva proteger a avenida Paulista?
Ou bancos, concessionárias, shopping centers?
Se a Mancha Verde decide proteger o novo Palestra Itália?
A Independente, o Morumbi?
Melhor perguntar para quem entende.
O tenente-coronel Marcos Marinho.
Ele comandou por 17 anos o policiamento dos estádios de São Paulo.
E é hoje o chefe da Comissão da Arbitragem paulista.
Levou respeitabilidade ao cargo.
Era o que a FPF precisava depois do escândalo Edilson Pereira de Carvalho.
É sempre consultado pelo presidente Marco Polo em relação às torcidas.
Principalmente sabe quando elas precisam ser banidas ou não.
Coronel Marinho, a Gaviões da Fiel agiu como milícia diante do Itaquerão na quarta-feira. Sua fama de violenta espantou os manifestantes. Essa postura tem legalidade? Não é a desmoralização da autoridade das polícia? A confirmação que estamos vivendo em um país sem lei?
Cosme, a situação é clara. Vivemos em uma democracia. O Corinthians é uma instituição privada. A Gaviões da Fiel também. A polícia só iria tirar os torcedores de frente do estádio se fosse chamada. Mas não foi. Está mais do que claro que o Corinthians aprovou a atitude. Não é segredo para ninguém a profunda ligação dos dirigentes com as suas organizadas. Não sou eu quem está falando. O Andrés Sanchez confirma isso para quem quiser ouvir. Eu pessoalmente acredito que proteger o patrimônio público ou privado é um dever do Estado, de sua polícia. Mas não há nada na lei que impeça essa prática da Gaviões. Pode parecer errado para muita gente, mas nossa lei é essa.
Coronel e se a moda pega? As torcidas dos outros clubes saem por São Paulo protegendo o que achar melhor das manifestações? Bancos, shopping centers, concessionárias? Os torcedores podem virar milicianos e as autoridades ficam de braços cruzados? A 'novidade' pode se espalhar pelo país.
Infelizmente é uma possibilidade. Todos são livres para circular por onde quiser. O Estado não pode impedir que os torcedores se reúnam onde quiser. Ainda mais com a concordância dos donos dos estabelecimentos. Como já disse, com certeza, a direção do Corinthians sabia da atitude das Gaviões. E não reclamou. Talvez tenha se sentida mais protegida. A democracia tem esses aspectos imprevisíveis. Pode parecer estranho ao leigo, mas tudo está dentro da lei.
O que esses torcedores não podem fazer?
Eles não têm poder de polícia. Podem vigiar o estádio corintiano, mas se partir para o confronto com os manifestantes podem ser presos. Aí se configura a simples agressão. Passam a ser criminosos. Como também eles não tem o direito de cobrar para fazer essa vigia. Quem pode receber é segurança privada, devidamente registrada, formada por profissionais. Não torcedores. Eu sou militar, não gosto da situação. Mas temos de seguir a Constituição no país. Todos são livres para ir e vir. Acho sim um absurdo torcidas organizadas tentar intimidar manifestante. Mas desta vez elas estão dentro da legalidade. Mas se algum desses torcedores encostar a mão em alguém ou até ameaçar aí tudo muda de figura. Viram criminosos comuns.
Isso é um sinal de modernidade, coronel? Ou estamos regredindo em uma sociedade cada vez mais violenta? E que mostra não confiar no Estado, na polícia, nos nossos governantes? De tanto ver depredação no protestos, torcedores organizados, que já foram banidos dos estádios por sua violência, resolveram se assumir função de policiais. Na maior cidade do Brasil. E tudo bem. Para piorar só eles decidirem fazer justiça com as próprias mãos...
As coisas são como são, Cosme...
O biógrafo Ruy Castro adorou a situação.
"Achei ótima a iniciativa do Corinthians.
Esses black blocs gostam de brincar de terrorismo.
Que tentem enfrentar as organizadas corintianas."
Ou seja, mais uma pessoa que não acredita mais nas autoridades do País...
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