Um jornal impresso, uma revista, um artista, um escritor, um colunista de jornal no Brasil tem duas opções: denunciar e enfrentar a degeneração cultural do país ou ser "elx mesmx" parte integrante e exemplo dela. Qualquer pessoa que já leu algum clássico marxista sabe que o Socialismo é uma ideologia que pretende dominar toda a vida social. A iniciativa do Bullimia.com de engordar personagens femininas de videogames até a quase obesidade só para satisfazer a ladainha lesbofeminista contra os "padrões de beleza" é só um exemplo desenhado (literalmente) entre milhares que aparecem na nossa frente.[01] Quem, em um país governado por um partido esquerdista como o Brasil, evita discutir a ideologia socialista ou, pior ainda, se diz acima de direita e esquerda deve ser considerado, de pronto, um desinformado não apenas sobre política, mas sobre qualquer assunto. Isso na mais gentil das hipóteses.
Vou dar um resumo para que os leitores entendam o que chamo de degeneração cultural e o que ela tem a ver com a militância esquerdista:
1) O próprio Manifesto Comunista, embora não seja específico, presume uma reeducação coletiva. Mas os autores assumem que a cultura é determinada pelo modo de produção capitalista. Eles não conseguem provar, e nem podem, como a burguesia pode determinar, por exemplo, a visão que os homens têm das mulheres ou as mulheres têm delas mesmas. Então, eles deixam escapar que o totalitarismo socialista, que é a intrusão do Estado socialista em toda a vida individual e social, é um fim em si mesmo. Como o Socialismo não é uma filosofia no sentido normal, é uma ideologia sociopolítica, a militância esquerdista precisa entrar nos ambientes que produzem ciência, disseminam informação e publicam obras culturais. Não apenas para divulgarem as suas próprias ideias, também para empurrá-las goela abaixo para toda a população, enquanto eliminam resistências de jeitos honestos e desonestos.
2) Nem todos no meio cultural, jornalístico e acadêmico que não são direitistas ou anarquistas são esquerdistas por escolha. Ainda sobram legiões de pessoas intelectualmente e moralmente medíocres. Elas podem propagar ideias do movimento esquerdista por modismo, conveniência ou por acreditarem de verdade. Ao mesmo tempo, ajudam a baixar o nível da alta cultura pela própria presença no lugar de gente realmente talentosa.
3) Com isso, os corpos docentes das universidades, as redações dos jornais, o meio artístico e as publicações culturais se transformam, a grosso modo, em clubes de cretinos intransigentes, paspalhos vaidosos, carreiristas e panfletários esquerdistas, fora os militantes socialistas que sabem o que estão fazendo. Qualquer periguete que fez turismo no Primeiro Mundo, qualquer analfabeto funcional que coloque um punhado de palavras em língua estrangeira mais alguma curiosidade irrelevante em um artigo podem passar por gente culta.
4) Tudo isso não apenas transforma o que devia ser alta cultura em pedestal de gente desqualificada, também ajuda a aproximar a alta cultura da baixa cultura. Não é por acaso que o ano em que foi descoberto que metade dos universitários são analfabetos funcionais foi o ano seguinte ao da aprovação da lei do sistema de cotas nas universidades públicas, prevendo que em quatro anos sejam 50% de egressos de escolas públicas e "autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição"[02]: o sistema educacional já não se preocupa em formar profissionais ou em ensinar ciências e tecnologias tanto quanto com adestramento marxista. Aliás, o jornal Causa Operária propõe que "para reverter este quadro, é necessário exigir a imediata estatização do ensino no país e colocá-las sob o controle direto da população".[03] Que este jornal proponha a estatização como solução não é estranho, já que é do Partido da Causa Operária. Mas são poucas as pessoas da população geral que não defendem mais "investimento em educação". As mesmas pessoas que acham absurdos os gastos da classe política, com dinheiro público, acham que o nosso povo será mais culto se realocarmos essa quantia no sistema educacional, sem pensar que ela vai para um funcionalismo público medíocre, baderneiros do movimento estudantil e parasitas da militância esquerdista disfarçados de professores.
5) Como a universidade e os institutos de pesquisa tomados por militantes socialistas se preocupam mais em transformá-los em instrumentos da sua ideologia do que com o que devia ser o funcionamento normal deles, a produção científica de verdade vai ser prejudicada enquanto a panfletagem ideológica passa a ter cara de trabalho acadêmico sério. O que não significa que a população geral, talvez mesmo a parte inteligente, perceba isso de imediato.
6) O caso brasileiro é ainda mais preocupante: o desprezo do brasileiro típico pela inteligência faz até os próprios professores verem a decadência do nosso sistema educacional sem perceberem que algo vai mal. Para o brasileiro típico, basta um diploma universitário que pode ser até comprado mais um emprego razoável no serviço público para sentir alguém na vida. Os problemas na educação não incluem a falta do Brasil entre as 100 maiores universidades do mundo e a presença nas piores posições do PISA, incluem a falta de dinheiro para o FIES e o salário de fome da professorinha que passou 20 anos defendendo o Marxismo na escola. Aliás, como os meios cultural e acadêmico são praticamente no todo gente que vai de paspalha a psicopata, não se comenta sobre a Liga Nacional-Socialista de Professores (NSLB) mesmo entre quem condena o Nazismo.
7) Toda essa degeneração intelectual e psiquiátrica do meio acadêmico, do meio político e do meio artístico acaba chegando à vida cotidiana. Inclusive porque a implantação do totalitarismo não exige só a eliminação da resistência "em cima", exige também impedir que ela surja "em baixo". Um pequeno jornal pode não enfrentar esse cenário sociopolítico porque não tem estrutura para isso ou porque simplesmente não consegue ter uma visão de mundo muito diferente, "eles" ganham das duas formas. O leitor se lembra daquela pesquisa do IPEA que diz que 65% da população acreditava que uma mulher de roupa curta merecia ser estuprada? Eu mesma fiz contas rápidas, com os dados da matéria do Portal EBC, e concluí que isso significava que 47,5% das mulheres acreditavam nisso.[04] Sim, eu estava fazendo piada. Aquela pesquisa foi tão inverossímil que os próprios autores tiveram que mudar o resultado para outro menos ridículo (de 65% para 26%), mas isso depois de vários editoriais em jornais e até abordagens em novelas pressupondo o dado absurdo como verdadeiro.
8) Chegamos ao ponto em que o que leva o nome de debate ou de polêmica quase sempre é uma tagarelice em torno de algo que é acordo pelo próprio senso comum, ou é algum babaca ou alguma vadia chamando a atenção, ou é algum falatório sobre um tema improdutivo, ou é uma discussão entre esquerda moderada e extrema-esquerda, ou é a repetição do falatório esquerdista contra espantalhos. O debate de alto nível, em que os debatedores defendem suas ideias e ouvem atentamente a defesa de ideias contrárias e todas são pelo menos plausíveis, entrou em extinção nas universidades. Por exemplo, aquela pesquisa do IPEA que eu citei, vamos para o número de 26%: você não imagina uma roda de quatro pessoas em que uma defende o estupro de uma mulher que saia pra rua de minissaia, mas há quem diga que isso "levantou um debate".
Vou deixar o item 9 para mais a frente. Enquanto um jornal tem garotas discutindo filmes descartáveis, senhores criticando a modernidade e senhoras pós-graduadas e viajadas enchendo uma página sobre alguma amenidade, não temos apenas filósofos que entram em falácias grosseiras por desconhecerem Lógica (quando não usam ataques contra discordantes a nível de favela), ou jornalistas que não sabem o que é informação de fontes primárias, temos também um grande público que não sabe mais o que é uma informação verdadeira do mundo real ou como trabalhar com ela, temos uma confusão generalizada entre fatos do mundo real e ficções produzidas por lésbicas mentalmente descompensadas ou por idiotas com grande visibilidade. Aliás, qualquer analfabeto funcional militante esquerdista ou apenas repetidor alienado de clichês esquerdistas não apenas pode conseguir um diploma universitário, também pode dizer "estude mais" como se discordar da tagarelice demente que ele diz ou apenas lê passivamente fosse, em si, uma incultura que não merece resposta. Quem tenha o nome de artista, formador de opinião ou produtor de cultura e nunca dedicou um único artigo ou vídeo no Youtube ao que eu acabei de apresentar simplesmente não sabe a diferença entre cultura e conversa com vadias universitárias sobre viagens de férias e amenidades de programas de TV por assinatura. Quem usa o nome de cultura e não está empenhado em trazer a normalidade mental e o raciocínio íntegro à vida social do país é um "poser". Se não viver de dinheiro público, será mais um medíocre repetindo um discurso pré-fabricado já feito por muitos outros, se perdendo na irrelevância até desaparecer sem ser notado. Um jornal que não denuncie isso vai ser, quando muito, uma equipe de um ou dois colunistas inteligentes com autonomia razoável cercados de uma ou duas dezenas de idiotas afeminados, dondocas pseudointelectuais, ninfetas turistas e alguns militantes esquerdistas menos camuflados.
Sobre as grandes publicações, o esquerdismo cada vez mais vulgar, a capacidade cada vez menor de escrever mesmo um artigo coerente e a desertificação cultural das seções de cultura, até eu mesma já escrevi, sendo que no mês passado eu comentei a contemplação patética do Ancelmo Góis quando viu que o livro mais vendido na Bienal foi a autobiografia de Kéfera Buchmann.[05] Desta vez, vou usar o texto de um pequeno jornal cultural, o Conhece-te a Ti Mesmo, intitulado "Falta de bom senso". Se você não é de Conselheiro Lafaiete (MG), onde fica o jornal e onde eu vi o texto afixado em um ponto de ônibus, talvez você não o conheça. Este é o ponto. O autor Marcelo Pereira Rodrigues, que se apresenta como filósofo, autor de dez livros e palestrante, diz: "em plena crise hídrica, com os reservatórios em petição de miséria, chuvas escassas, tendo passado no ano de 2014 por uma situação quase catastrófica com a falta de água nas torneiras, me pego observando as energúmenas donas de casa lavando o passeio com a mangueira esguichando desperdício". Vamos fazer um histórico rápido para entender por que ele escreveu isso.
"São Paulo merece e precisa viver o horror da falta de água" foi O TÍTULO de um texto de Leonardo Sakamoto publicado no blogue dele no portal UOL em 15 de outubro do ano passado.[06] O motivo foi a eleição, em primeiro turno, do peessedebista Geraldo Alckmin para o governo do estado. O autor "é jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo" e "professor de Jornalismo na PUC-SP e pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York", mas é só mais um petralha.
Em janeiro, o doutor Sakamoto fez uma piadinha com a falta d'água em São Paulo.[07]
Quando a falta de chuva chegou ao estado do Rio de Janeiro, que elegeu um aliado do PT, e a Minas Gerais, que elegeu também em primeiro turno Fernando Pimentel, petista e amigo pessoal de Dilma Rousseff, a conversa mudou.[08] Apareceu uma campanha "Menos é mais" na Rede Globo. No Dia Mundial da Água, 22 de março, o Faustão citou no programa dele (22 de março era domingo) o dado de que 50% da água tratada era perdida em vazamentos. Quem já teve uma torneira pingando em casa desconfia de que tudo isso não pode ser em vazamentos domésticos. O Marcelo Pereira Rodrigues pelo menos esclarece no texto dele: ele cita o dado de 40%, mas explica que são vazamentos da rede de distribuição, portanto antes de chegar aos hidrômetros, não depois.
O Rio de Janeiro é o Estado com o maior consumo per capita de água do país, segundo dados do Snis (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento). Em 2013, os fluminenses consumiram cerca de 253,1 litros de água por dia, mais de duas vezes o recomendado pela ONU (Organização das Nações Unidas), que considera suficientes 110 litros de água por pessoa.
(...) O consumo do Estado também é 52,2% a mais que a média nacional, de 166,3 litros. Em seguida, no ranking, encontram-se o Maranhão, com um consumo médio de 230,8 litros de água por habitante em um dia, e o Amapá, com 194,9 litros.
Para se ter uma ideia, São Paulo, que junto com o Rio passa pela pior seca de sua história, teve em 2013 um consumo médio per capita de 180 litros de água por dia, 188,3 litros quando considera-se apenas a água utilizada pela capital.
"Rio é o Estado que mais consome água, o dobro do recomendado pela ONU", UOL Notícias, 05/02/2015, http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/02/05/rio-e-o-estado-que-mais-consome-agua-o-dobro-do-recomendado-pela-onu.htm. Lembrando: Maranhão e Amapá são estados pobres que ajudaram a eleger a Rainha Louca. Ah, falando na "presidenta", a elite intelectual brasileira já tem até gramático e dicionarista flexionando palavra comum de dois gêneros.
Quando a falta d'água chegou ao Rio de Janeiro, se falou até em suspender o Carnaval. Uma reportagem do Fantástico sobre economia de água dizia que "a ONU recomenda que cada pessoa consuma 110 litros por dia. Multiplicando pelos 900 mil turistas, chegamos a 99 milhões de litros. O resultado para os cinco dias de folia: 495 milhões de litros d'água, o suficiente para encher 198 piscinas olímpicas".[09] Ainda volto a este ponto.
Depois, um texto publicado em outubro em um jornal cultural segue a campanha do desgoverno esquerdista para fazer a população pagar a conta. Sim, eu sei que o abastecimento de água é feito por empresas estaduais ou municipais, e que o fornecimento de energia elétrica é feito por empresas estatais ligadas a governos estaduais. E que nem todos os estados são governados por PT ou PCdoB. Eu disse "desgoverno esquerdista" porque os governos estaduais e os municipais precisam se submeter ao PT. Vamos nos lembrar que o demônio neoliberal, o PSDB, é um partido de esquerda moderada. Pra você entender melhor o que eu estou dizendo, vou te mostrar uma postagem de 05 de maio do meu perfil no Facebook:
Amigos, a população do Brasil foi de 143,3 milhões em 1990 para 186,5 milhões em 2010. Isso dá um aumento de cerca de 30% em 20 anos. Do primeiro mandato do Fernando Henrique Cardoso até hoje, também são 20 anos. Os amigos brasileiros já viram a campanha para economizar 30% de água e de energia elétrica? Não são umas coincidências interessantes?[10]
Se existe uma justificativa para a existência de um governo, é resolver problemas presentes e se antecipar a problemas futuros. Se um governo tiver gente sábia e tecnicamente excelente, podemos até nos submeter ao que ele decreta sabendo que vamos ganhar com isso como indivíduos e como coletividade. O que nos aborrece é quando a burocracia estatal e a classe política falham nesse trabalho e ainda querem empurrar para o povo a conta da cagada. Ah, se reduzirmos em 30% o consumo nacional per capita (aqueles 166,3 l), teremos 116,4 l, perto daquele valor de 110 l recomendado pela ONU.
Mas o que eu gostaria de chamar a atenção de vocês é que, no Brasil governado pela esquerda, até publicações culturais e jornalecos regionais fazem o que o governo quer (eu também vi um microjornal de uma empresa que fez um textinho pra campanha de economia de água), pode ser porque recebe dinheiro estatal, pode ser por medo de magoar ego de mulherzinha, pode ser por falta de se dar conta do que eu expus aqui até agora. Mas a esquerda pode usar as palavras de Jesus: "quem não é contra nós, é por nós" (Mc 9: 40). Agora, sim, vou soltar o item 9 daquela lista sobre a degeneração cultural:
9) Como consequência de a ideologia socialista ser uma "reeducação" coletiva, a habilidade para apreender fatos do mundo real em um país ocupado pela esquerda é tão incomum até entre os "especialistas" que não apenas absurdos podem passar como verdades, também informações técnicas podem ser desconhecidas, não lembradas ou mal interpretadas.
Olha só o que eu achei numa pesquisa rápida pela internet sobre abastecimento de água.
Vou me concentrar na
Vazão do reservatório até a rede (l/s)
Qc = (K1×K2×P×q)/86400 + Qesp2
O K1, que é o coeficiente do dia de maior consumo, é o consumo do dia de maior consumo dividido pela média diária. O K2, que é o coeficiente da hora de maior consumo, é o consumo da hora de maior consumo dividido pela média horária. O P é a população. O q é o consumo diário per capita. Para uma residência popular, o valor indicado é 150 l/pessoa×dia. O Qesp2 é o consumo de consumidores especiais, como indústrias, que podem nem estar lá, mas estarem previstos. Ah, e o P é a população, mas a população do horizonte do projeto, que costuma ser 20 anos.[11] Então, se a rede de abastecimento de água foi feita em 1995 e o horizonte era de 20 anos, a companhia de abastecimento tem que fazer agora a ampliação da rede para uma previsão para, por exemplo, 2035. Em vez disso, os filhos duma égua estão tentando ajustar a NOSSA VIDA à INCOMPETÊNCIA DELES. Vamos voltar àquela matéria sobre o Carnaval do Rio de Janeiro. Essa turma chama de DESPERDÍCIO um consumo ABAIXO DO CONSUMO DE PROJETO para uma casa de baixa renda! Até a China fez hidrelétricas e obras hidráulicas para crescer[12], fora as cidades fantasmas, errou na ação, mas não na ideia. Aqui, "o país" arranca os cabelos pensando em 900 mil turistas numa cidade com 6,32 milhões de habitantes (em 2010) com um consumo de água abaixo de bairro de periferia durante 5 dias! Nesse tempo de gayzismo-feminismo, nem adianta a gente mandar uma pessoa dessas tomar no cu: se for mulher, pode pensar em estupro (que é incitação ao estupro); se for homem, pode não se ofender.
E tem um outro erro por trás de textos como este: o que acontece com a água que a gente consome? O Ciclo da Água era conhecido de alunos com 4ª série há 30, 40 anos atrás. Hoje, há engenheiros civis e ambientais que digam que a água do mundo está acabando. E outra gafe: a água que a dona de casa esguicha na calçada, para onde vai? Pro esgoto pluvial, se a rede existir. Essa água cai no curso d'água para onde essa rede vai e chega a outro ponto de captação para abastecer aquela cidade ou a próxima. Se a rua não tiver rede pluvial, a água pode escorrer pelas ruas até uma boca-de-lobo ou pode se infiltrar no solo no caminho, neste caso vai pro lençol freático de algum manancial. Ah, já ouviu falar de rua de terra onde o morador joga água em frente à casa pros veículos não levantarem poeira quando passarem? Para o sistema de abastecimento de água, o desperdício não existe.
O erro de escrever um artigo dizendo que pessoas lavando a calçada vão acabar com a água não é ignorar engenharia, é não saber a diferença entre Filosofia ou mídia cultural em um país de governo esquerdista e panfletagem desavisada que serve a burocratas e políticos medíocres e desqualificados. Podemos chegar a um racionamento de água, mas no racionamento cultural já chegamos faz tempo.
Ah, e duas provas da falência mental da nossa cultura, da nossa imprensa e da nossa universidade: 1) você não precisa acertar uma previsão para a semana ou o ano seguinte, ou mesmo uma opinião sobre fatos presentes, para ser uma pessoa conceituada nestes meios ou através deles; 2) uma pessoa comum com alguma integridade mental, conhecimentos medianos e alguma coragem, pode escrever e publicar um texto acertadíssimo em um blogue gratuito ou em uma rede social antes ou no lugar de legiões de idiotas da imprensa ou do corpo docente das universidades. Eu já tinha esse texto em mente há umas duas semanas, quando eu vi o texto do Marcelo Pereira Rodrigues, mas eu precisava publicar outros primeiro. Neste meio tempo, no G1 e na Rede Globo... "ENEM traz violência contra mulher na redação".[13] Eu já tinha escrito aquela parte sobre debate, ou o desconhecimento no Brasil de o que seja isso, quando vi esta pérola: "ao contrário de algumas edições anteriores, neste ano só há um tipo de posicionamento em relação ao tema: contrário à violência". Outra pérola: "É como se o Enem convocasse 7 milhões de estudantes para discutirem uma questão". Tá bom, não foi a mesma pessoa que disse as duas pérolas, mas eis o ato falho: 7 milhões de pessoas numa troca de ideias em que só uma linha de ideias pode ser dita. (Meme com um esqueleto sentado e a frase: "Esperando algum colunista de jornal ou revista perceber que o ENEM 2015 documentou o fim da inteligência na universidade brasileira")
NOTAS:
[01] "As formas foram baseadas nessa pesquisa realizada nos EUA, em que o peso médio de uma mulher acima dos 20 anos é de 75 kg com altura média de 1,62 m". ("Personagens femininas de jogos ganham corpos com proporções mais realistas", Garotas Geeks, 23/07/2015, http://www.garotasgeeks.com/personagens-femininas-de-jogos-ganham-corpos-com-proporcoes-mais-realistas). IMC = 75 / 1,62² = 28,6 = GORDA, a apenas 4 kg para virar OBESA. Isto é o lesbianismo e o Feminismo, invadir e degenerar tudo só para não contrariar a mediocridade feminina. Mas não é só isso: no dia seguinte a esta postagem do Garotas Geeks, o portal G1 teve a matéria "Personagens femininas de games ganham versões com corpos realistas" (http://g1.globo.com/tecnologia/games/noticia/2015/07/personagens-femininas-de-games-ganham-versoes-com-corpos-realistas.html).
[02] Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm
[03] "50% dos universitários são analfabetos funcionais", Causa Operária Online, 19/02/2014, http://www.pco.org.br/educacao/50-dos-universitarios-sao-analfabetos-funcionais/aeaj,i.html
[04] "Metade das mulheres brasileiras acha que mulher de roupa curta merece ser atacada", 29/03/2014, http://avezdasmulheres.blog.com/2014/03/29/mulher-de-roupa-curta-merece-ser-atacada
[05] "A mediocracia na cultura", http://jornaldohomem.blogspot.com/2015/09/a-mediocracia-na-cultura.html
[06] "São Paulo merece e precisa viver o horror da falta de água", Leonardo Sakamoto, 15/10/2014, http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2014/10/15/sao-paulo-merece-e-precisa-viver-o-horror-da-falta-de-agua
[07] "Enquanto isso, em um futuro não muito distante em São Paulo", Leonardo Sakamoto, 20/01/2015, http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2015/01/20/enquanto-isso-em-um-futuro-nao-muito-distante-em-sao-paulo
[08] "Será que Dilma e Alckmin são igualmente culpados? Esse empate não existe e vou dizer por quê", Reinaldo Azevedo, 26/01/2015, http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/sera-que-dilma-e-alckmin-sao-igualmente-culpados-esse-empate-nao-existe-e-vou-dizer-por-que
[09] "Armazenamento de água por moradores garante tradição em bloco", Fantástico, 15/02/2015, http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/02/armazenamento-de-agua-por-moradores-garante-tradicao-em-bloco.html
[10] https://www.facebook.com/abigail.pereira.aranha.91/posts/635075699957308
[11] Aula de Sistema de Água I do prof. Robson Alves de Oliveira, da Universidade Federal de Rondônia. Disponível em http://www.engenhariaambiental.unir.br/admin/prof/arq/Aula3_AMB30102.pdf. O valor de q citado tem a referência a "Abastecimento de água", de Milton Tomoyuki Tsutiya.
A usina hidrelétrica de Três Gargantas da China, a maior infraestrutura desse tipo no mundo, superou Itaipu na produção de energia elétrica em 2014, segundo informações da agência de notícias EFE.
Dados divulgados pela Corporação de Três Gargantas, responsável pela gestão do local, e reproduzidos pela agência oficial 'Xinhua', mostram que foram produzidos 98,8 milhões de megawatts por hora (MWh) na usina em 2014, um novo recorde para o setor.
(...) A instalação perdeu o posto de maior obra hidráulica do mundo para outro projeto chinês de concepção maoísta, chamado de transposição Sul-Norte. A ideia é abastecer todas as regiões do país, incluindo a capital Pequim, com as águas do rio Yang Tse.
"Usina chinesa supera Itaipu como maior produtora de energia em 2014", G1, 02/01/2015, http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/01/usina-chinesa-supera-itaipu-como-maior-produtora-de-energia-do-mundo.html
[13] "Enem traz violência contra mulher na redação; veja análise de professores", G1, 25/10/2015, http://g1.globo.com/educacao/enem/2015/noticia/2015/10/enem-2015-traz-violencia-contra-mulher-no-brasil-no-tema-da-redacao.html
Apêndice
"Falta de bom senso", por Marcelo Pereira Rodrigues, Jornal Cultural Conhece-te a Ti Mesmo, nº 176, outubro de 2015, pág. 2.
Falta de bom senso
Marcelo Pereira Rodrigues
O filósofo francês René Descartes (1596-1650) escreveu, certa vez: "O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm". MPR vai afirmar o contrário: a falta de bom senso é norma para a maioria da população, notadamente donas de casas, no desperdício criminoso da água. Vejamos: em plena crise hídrica, com os reservatórios em petição de miséria, chuvas escassas, tendo passado no ano de 2014 por uma situação quase catastrófica com a falta de água nas torneiras, me pego observando as energúmenas donas de casa lavando o passeio com a mangueira esguichando desperdício.
É quando me pego refletindo: será que essas bestas não assistem a telejornais (pode ser um mísero Jornal Nacional)? Será que não tomaram conhecimento das campanhas feitas no ano passado e início deste para evitarmos o desperdício? Se até jogadores de futebol comemoram gols fechando a torneira! Mas não! Vai uma dica aí para Aguinaldo Silva, Gilberto Braga e Benedito Rui Barbosa: fazer uma novela com o mote da campanha para se economizar água. Essas bestas quadradas só devem assistir novelas! Antes que me acusem de intolerância e desrespeito para com essas nobres senhoras, vai uma constatação: no ano passado, em regime de exceção, com a falta de água em várias cidades, resolveu-se o óbvio: salvaguardar um abastecimento emergnecial para hospitais, creches etc. E muitas casas, incluindo a deste escritor, ficaram sem o líquido precioso por quase uma semana.
Para não xingar apenas as donas de casa estúpidas e sem consciência cívica nenhuma, sobra também para o pit boy lavando o seu carro com a torneira ligada, comerciantes lavando os seus passeios e estabelecimentos sem a mínima preocupação com a possível falta de água. Olha, a burrice generalizada é algo preocupante. São nessas situações que observamos a nossa pouca (ou nenhuma) consciência cidadã. Pensamos: não será o meu consumo que irá acarretar um desabastecimento. Aí é aquele caso: um soma a um que soma a outro um e a coletividade é que paga o pato. Imbuídos de uma conscientização a partir do ocorrido no ano passado (e devo salientar que este problema ainda não está sanado), e agindo em minha casa a partir deste aprendizado, tomei algumas iniciativas triviais e que acarretaram inclusive uma economia na minha conta: roupa na máquina somente uma vez por semana (tudo junto), inclusive meu terno italiano com roupas de futebol; aproveitamento da água da máquina para lavar banheiros, passar pano no chão etc. Banho rápido de cinco minutos. E agora neste calor, a dica: abrir o chuveiro, tomar uma ducha, desligar o chuveiro, ensaboar-se todo e depois dar a enxaguada final. E óbvio, consumo consciente da energia elétrica. Enfim, o óbvio do óbvio.
Sei que muitas energúmenas aventarão em suas defesas que pagam a Copasa, que ninguém tem nada a ver com o seu desperdício, incluindo aí os pit boys, mas vá lá. Continuem assim. Um povo ignorante se faz de pequenas ações. No caso do brasileiro, isso se evidencia na presidente catástrofe que escolheram.
Junto aos pequenos atos que podem ocasionar uma grande diferença, e a partir do esclarecimento de cada um de nós, vigiarmos o próprio desperdício da Copasa, pois até o ano passado, dados indicavam que 40% da água da saneadora eram desperdiçadas em canos furados etc. Chamo a atenção para a necessidade de economizarmos água, não sei se sabem, mas não se deixem iludir pela ausência de campanhas publicitárias. MPR deixa o alerta: estamos no centro da crise. Ouviram, donas de casas estúpidas?! Quer que desenhe?
Marcelo Pereira Rodrigues é filósofo, autor de dez livros, palestrante e detentor da marca MPR.
Texto original em português sem vídeo de putaria no Jornal dos Homens que Prestam: "Racionamento cultural", http://jornaldohomem.blogspot.com.br/2015/10/racionamento-cultural.html Texto original em português com vídeo de putaria no A Vez dos Homens que Prestam: "Racionamento cultural", http://avezdoshomens.blogspot.com/2015/10/racionamento-cultural.html
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