A sociedade não tem autoridade moral nem capacidade mental para avaliar o valor e o merecimento de quem seja, especialmente o de um homem heterossexual honesto dentro dela, quando além de ser mergulhada na mediocridade moral e intelectual, ela coloca como padrão de medida ela mesma e o quanto essa pessoa serve a ela. Qualquer parte ou aspecto da sociedade só pode ser julgado seriamente quando existe alguma referência externa para isso, referência que pode vir até de uma pessoa da própria coletividade que tenha algum sistema intelectual-moral acima desta sociedade. Sem isso, na melhor das hipóteses, uma coletividade vai perceber os próprios erros quando estiver pagando por eles. Eu mesma fiz o meu trabalho no A Vez dos Homens que Prestam para fazer crítica à estupidez coletiva da sociedade em geral e do universo feminino em especial. Só porque em 10 anos de história o blogue teve cerca de 500.000 visualizações e uma notícia de futebol pode ter mais que isso nas primeiras 24 horas, não só isso não coloca, por si só, tudo que eu escrevo abaixo de amenidades sobre futebol, isso pode ser sinal até do contrário, de que o que eu escrevo pode ser digno de nota exatamente por questionar uma série de coisas erradas que precisam de questionamento. Então, gente que me acha não me lê ou me lê uma vez para nunca mais voltar. Sem querer me achar mais do que eu sou, eu sei que eu sou uma ameaça à sociedade, dentro e fora da internet. A ex-líder do FEMEN Sara Winter não é. POR ISSO ela já ganhou matérias em jornais que também fazem panfletagem esquerdista disfarçada de notícia ou opinião fundamentada.
O FEMEN trabalha mais com espetáculo (para os rapazes, com espetáculos de mulheres que cairiam bem no pornô) e nem é um dos piores grupos feministas. E o Feminismo em si só foi possível porque a cultura católico-protestante preparou um ambiente para ele. Qual conservador cristão já explicou por que o esquerdismo e o Feminismo começaram justo em países protestantes, Estados Unidos e Inglaterra? Ou por que a União Soviética foi encabeçada pela Rússia, que era católica ortodoxa? Ou por que os antifeministas cristãos ficam calados sobre a Primeira Onda do Feminismo, e descrevem o Feminismo como se ele tivesse começado com algum bando de loucas fazendo algazarra em meados da década de 1960?
E por que qualquer antifeminismo só ganhou atenção da mainstream media, ainda assim esporádica, de uma década pra cá? Não é só por causa das montanhas de absurdos que as lesbofeministas dizem e fazem, nem mesmo por causa das atrocidades que o Feminismo e o Ginocentrismo já fizeram contra homens de bem. É por que o Feminismo já está prejudicando a quem ele diz servir, que são as mulheres em geral. Para dar só um exemplo, uma pesquisa recente diz que mulheres preferem ter um chefe homem no trabalho a uma mulher. Aí, uma feminista pode dizer que isso é machismo introjetado nas próprias mulheres. Mas as mulheres entrevistadas não são donas de casa que nunca trabalharam fora de casa na vida. Alguma base de experiência elas tiveram para dizer aquilo. Mas o pior nem é a inconsistência entre o palavrório lesbofeminista e a vida prática das mulheres do povo de verdade. O pior é que primeiro a sociedade aplicou aquele palavrório feminista de alguma forma, depois as próprias mulheres sinalizaram que a coisa deu errado. A revista Galileu de julho de 2009 dizia na matéria "O futuro do trabalho" que "em 2020, (...) seu chefe terá menos de 30 anos e será uma mulher" e isso era lindo (eu zoei em abril de 2010). Agora, uma mulher pode ler isso e dizer "Quê?! OUTRA pistoleira mais nova que a minha filha?!". Aí é que a coisa é preocupante?
Aí entra o porquê de Sara Winter ganhar matérias em jornais, como a Folha de São Paulo e o Extra: ela é ex-integrante do FEMEN. Ter sido líder só dá mais destaque. Vou explicar melhor: a autoridade dela, para o meio jornalístico brasileiro, não vem de ela estar fora, vem de que ela já esteve dentro. Por isso nenhum jornal chamou Luana Basto ou Ana Caroline Campagnolo, por exemplo, para u'a matéria sobre antifeminismo, porque elas são e sempre foram cristãs conservadoras. Talvez eu não tenha explicado bem: quando a Sara Winter foi entrevistada pelo G1, por exemplo, a linha da entrevista foi como e por que ela saiu do FEMEN, não como ela pôde ter entrado. Quando o assunto da matéria é antifeminismo, principalmente o masculinismo, o texto insinua que aquilo não são "assuntos que costumam preocupar adultos em idade produtiva". Insinua ou diz, como fez a matéria da revista Época.
Estou voltando ao caso da Sara porque anteontem ela publicou no Facebook um vídeo dela com a Beatriz Kicis, um vídeo de três minutos e meio onde elas apresentam rapidamente o livro da Sara e falam alguma coisa contra o Feminismo, focando no aborto.
A minha preocupação é que tudo aquilo que eu estava dizendo sobre a mídia em geral está entrando na direita. Como eu tenho dito, eu nem discuto se a Sara Winter se converteu realmente, se ela está trabalhando para esquerda como agente infiltrada ou se ela simplesmente viu a encrenca onde se meteu e soube a quem recorrer quando precisou. O ponto é que, na melhor das hipóteses, a direita brasileira vai fazer mais pela Sara Winter do que a Sara por ela, que a Sara vai fazer menos pelo Conservadorismo do que fez pelo Feminismo e que se a direita conseguir mesmo um espacinho na mainstream media com esta estória como ela pretende, vai consolidar o movimento feminista como instância superior sobre todo o debate público, inclusive sobre as suas próprias besteiras.
O antifeminismo feminino conservador cristão não discute direitos ou a dignidade dos homens, algumas garotas conservadoras, ou "conservadias", até fazem postagens no Facebook de desprezo ao masculinismo e ao movimento da Real. O problema que essas antifeministas têm com o feminismo de esquerda é que ele está fazendo o estilo de vida e de sociedade que elas admiram ir pro vinagre. Aí, essas mulheres conservadoras querem associar o Feminismo-Socialismo a tudo que seja diferente da visão de mundo delas, elas ligam Feminismo a defesa do aborto, a defesa da licenciosidade e a defesa da descriminalização da prostituição. Aí, o movimento feminista ganha de novo. De um lado, uma feminista militante contra a prostituição porque é contra o sexo heterossexual pode ganhar espaço no meio cristão, assim como uma feminista militante que seja contra o aborto pode ganhar no mínimo uma boa convivência. Do outro lado, os tradicionalistas cristãos vão expulsar para o movimento feminista quem não se incomoda com uma mulher que já teve um orgasmo na vida.
O que me preocupa, sendo eu uma ateia anarquista pró-licenciosidade, não é que ser antiesquerdista seja o mesmo, quase sempre, que ser de direita e cristão tradicional, e a direita esteja sendo destruída por dentro. O preocupante é que o esquerdismo NÃO vai destruir nem a igreja cristã, nem a família tradicional, nem o capitalismo e nem a empresa privada exatamente porque pretende criar uma CULTURA que pode agir dentro e através deles, e se o movimento liberal-conservador se resumir a defendê-los, A DIREITA PODE SER ESQUERDISTA. Então, o cristão típico, por exemplo, vai ser esquerdista. Aí, sim, eu vou estar em maus lençóis, porque o antiesquerdismo vai ser ainda mais minoritário, como os cristãos sérios já são minoria nas próprias igrejas, e a própria direita vai ser agente da esquerda.
Se uma revista ou um jornal faz u'a matéria de má vontade sobre alguém que defende Direitos Humanos dos Homens como se isso fosse mais idiotice ou loucura que uma feminista correr u'a maratona menstruada e sem absorvente como "protesto", nós temos um estado mental patológico na comunicação de massa em particular e na sociedade em geral. Aliás, a sociedade não vai ter legitimidade moral nem mental para dizer o que um homem que presta merece ou o que ele deve fazer. A questão é cultural, intelectual e moral. E isso leva a um outro problema: uma parceria do meio conservador cristão com Sara Winter só aconteceu porque até isso é mais do que eles tinham antes. Mesmo as musas conservadoras mais jovens não têm, na visão do público em geral, um trabalho cultural que não cheire a papel velho. O trabalho cultural do Conservadorismo é, ou parece ser, nostalgia de cidadela do interior; assim como o trabalho cultural do Liberalismo brasileiro tem sido especular como a vida dos pobres seria feliz com Estado Mínimo e sem salário mínimo, e ultimamente falar mal do governo Dilma Rousseff. Com isso, o Liberalismo e o Conservadorismo cristão estão liquidados, tirada a expectativa de serem acessórios do esquerdismo.
Por sinal, a Sara Winter me baniu da página dela quando eu mostrei a ela uma coisinha que eu tinha escrito sobre feministas se desentendendo por pontos como aborto e algumas delas se aproximando da direita. Era um trecho do texto "A hora de fechar a arca - parte 2", que eu escrevi em novembro de 2013, na época em que ela saiu do FEMEN. Os liberais-conservadores em geral estão trocando inteligência contra o Lesbossocialismo por boas garotas-propaganda que digam para o público o discurso fossilizado deles mesmos, algumas dessas garotas-propaganda sendo da esquerda moderada ou ex-militantes da esquerda.
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