quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Urnas eletrônicas: se o PT perder a presidência, o TSE vai aceitar a denúncia que ignorou em 2012?

Abigail Pereira Aranha

Olá, meus amigos e minh@s inimig@s. O assunto deste texto não é que a urna eletrônica brasileira é fraudulenta. É que o TSE e o Ministério Público Federal também estão admitindo isso.

O sistema atual de votação eletrônica é falho e não pode garantir o sigilo do voto e a integridade dos resultados das eleições.

A conclusão é do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, com base em relatório apresentado à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB).

(...) Em tese os votos devem ser armazenados na urna eletrônica e misturados aleatoriamente pelo software programado para seguir um padrão matemático. No entanto, durante prova técnica laboratorial conduzida em 2012, os pesquisadores conseguiram colocar em ordem os 950 registros usados no teste, que foi realizado em atendimento a chamada pública doTribunal Superior Eleitoral (TSE).

O responsável pelo relatório, professor Diego Aranha, alertou para o fato de a prova revelar a possibilidade de descobrir em quem o eleitor votou: "Com a reordenação dos votos, é possível, sabendo os horários que os eleitores foram a determinada seção eleitoral, descobrir em quem eles votaram, sendo certo que, para isso, basta que um dos fiscais anote tais horários", esclareceu o especialista, que hoje atua no Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "No caso de personalidades, como candidatos das eleições majoritárias, basta que se acompanhe o noticiário para saber o horário em que exerceram o voto", complementou Aranha.

("Urna eletrônica é falha, alerta MP", Valor Econômico, 04/06/14, também em http://tiagoalbuquerque.jusbrasil.com.br/noticias/143481949/urna-eletronica-e-falha-alerta-mp)

Em matéria do G1 Campinas e Região:

No geral, para o pesquisador [o professor da Unicamp Diego Aranha], o sistema não satisfaz os requisitos de segurança e, por isso, abrem brechas para ações fraudulentas, inclusive, sem deixar vestígios. Já o secretário de TI do Tribunal Superior Eleitoral afirma que já foram realizados dois testes de segurança com 27 planos de ataque e apenas a equipe de Aranha obteve êxito parcial. "Nós nunca registramos uma fraude em 18 anos. Isso é fato, e nós trabalhamos com fatos e não com inferências", afirmou.

("Após apontar falha, professor planeja criar urna eletrônica 'ideal' na Unicamp", G1 Campinas e Região, 10/08/14, http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2014/08/apos-apontar-falha-professor-planeja-criar-urna-eletronica-ideal-na-unicamp.html)

Isso foi em 2012. O que o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, disse em entrevista ao jornal O Globo (citado por Viomundo)?

… não houve violação da urna eletrônica durante o teste, porque os especialistas tiveram acesso a um código…

… "Foi dentro de um ambiente controlado. Isto numa situação real seria absolutamente impossível porque ele não teria acesso à fonte"

… O eleitor pode ficar tranquilo que não é uma quebra, porque esta não era uma situação real e não há como vincular a sequência de votação ao eleitor", disse o ministro.

A matéria é "Amilcar Brunazzo Filho: 'Ridícula a tentativa do TSE de minimizar descoberta da UnB'", de 23 de março de 2012 (http://www.viomundo.com.br/denuncias/amilcar-brunazo-ridicula-a-tentativa-do-tse-de-minimizar-descoberta-da-unb.html). Também tem uma entrevista com um pouco das denúncias que ele faz há um bom tempo.

Postagem do blogue Fraude Urnas Eletrônicas de 18 de setembro: "TSE admite que urna não é totalmente segura".

Mas por que o TSE está admitindo uma coisa que qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento de Programação sabe, mas que ainda há dois anos atrás não queria nem ouvir? O jornalista Osvaldo Maneschy publicou "Urnas Eletrônicas, a Fraude Anunciada" em 8 de junho de 2001, está na página do engenheiro Amilcar Brunazo Filho (http://www.brunazo.eng.br/voto-e/textos/maneschy2.htm). O artigo foi citado em discurso do José Sarney em 2002. Ele disse: "Chegou a hora de o Brasil discutir a segurança do voto eletrônico, sob pena de deixarmos para nossos filhos um arremedo de democracia onde o eleitor jamais saberá em quem votou e a oposição jamais terá condições de conferir votos". Isso foi em 2001.

Mas até hoje a plebe ignorante, principalmente os lulopetistas, diz que as nossas eleições são as mais rápidas e confiáveis do mundo e as denúncias são choro de perdedor. Essas pessoas se dividem basicamente em dois grupos: as que nunca fizeram uma planilha Excel com mais do que as quatro operações aritméticas e os lulopetistas no serviço público. Depois que o TSE e o MPF admitiram que as urnas eletrônicas não são "totalmente seguras", a presidente-candidata Dilma Rousseff só ganhou de Aécio Neves no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais por causa do Norte e do Nordeste do estado, no Rio de Janeiro por causa das favelas, no Nordeste exceto Pernambuco por causa do Bolsa Família e no Norte exceto Acre e Roraima também por causa do Bolsa Família. E o PT perdeu para o governo de São Paulo já no primeiro turno (mas ganhou o governo de Minas Gerais também no primeiro turno). Será que os lulopetistas estão se preparando para eles mesmos serem os perdedores?

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